KUROYUME - Headache And Dub Reel Inch ao vivo no Budokan

Explosivo seria um eufemismo para o final da turnê de renascimento da banda icônica KUROYUME no legendário Nippon Budokan. Seguindo o lançamento de seu novo álbum Headache And Dub Reel Inch, o KUROYUME visitou algumas das cidades principais do Japão para uma turnê inflamada que reuniu fãs novos e antigos, culminando em um show de mais de três horas cheio de surpresas no coração de Tóquio.

A multidão esperou pacientemente pelo começo do show, quando, sem avisos, uma explosão tirou todos de seus assentos, em surpresa. “Estamos em guerra? É uma invasão alienígena?” Sem dar tempo à multidão para entender o que tinha acabado de acontecer, as luzes se apagaram e duas telas enormes posicionadas de cada lado do palco ganharam vida. Imagens de um carro de corrida foram substituídas por um cronômetro à medida que Enter Loop tomou conta do hall. O relógio parou e as luzes tornaram-se frenéticas assim que a banda entrou no palco. Hitoki e Kiyoharu foram os últimos, recebidos por um rugido barulhento e, sem perder tempo, mergulharam na recém-lançada 13 new ache. A fumaça rastejava pelo palco à medida que a batida ficava mais forte para a batida de metal sob os rosnados ameaçadores de Kiyoharu. Hitoki bateu-cabeça e a multidão logo seguiu, acompanhando-o agitando os punhos. A nuvem de fumaça espalhou-se silenciosamente para a arena, envolvendo o vocalista em uma massa de fumaça e adicionando uma matiz escura para a performance e seus rugidos diabólicos.

O ritmo diminuiu e roxo caiu sobre o palco para White Lush Movie. A batida rock’n’roll mais leve deixou a multidão em movimento e fez a transição para Someone ser suave. A canção foi acompanhada por bateria e violões rápidos, a batida mais pesada fazendo a multidão pulsar. O trabalho de baixo era simplesmente soberbo e o vocalista mostrou boa energia enquanto dançava e rosnava durante a canção.

Os inflamados solos de baixo continuaram para Misery e Born To Be Wild. Enquanto Hitoki manteve-se calmo atrás de seu baixo, Kiyoharu movia-se vigorosamente, adotando poses dramáticas enquanto se afogava na batida. A multidão deu uma mão cantando com a banda antes de o vocalista anunciar a próxima canção, repetindo as palavras I Like You três vezes. Sob luzes verdes, o baixo quente assumiu a liderança para a introdução. A dor e a raiva contidas na voz do vocalista materializaram-se, acompanhadas pelo forte instrumental.

As emoções continuaram fluindo pelo palco, agora com a apropriadamente intitulada Spazzy Addiction. A ascensão e queda de ambas as melodia e a letra levou-nos para um passeio em uma montanha-russa de emoções que, como uma onda, passou de lenta e depressiva para zangada e exigente. O ritmo ficou mais rápido para D.P.I.D.C., que tomou o hall em uma espiral frenética. O controle de voz e a presença de palco de Kiyoharu, inegáveis durante todo o show, foram particularmente óbvias durante o lamento zangado de ritmo acelerado de Starlet. A transição do suave para o pesado foi bem realizada com o baixo e as guitarras complementando as emoções transmitidas na voz do vocalista.

O palco ficou azul para a melancólica ~Bass Solo~. Três feixes brancos de luz caíram em Hitoki, que decolou, convergindo para um solo ardente e potente. O trabalho de baixo era simplesmente incrível, nenhuma surpresa, considerando quem estava tocando. A canção se desenvolveu e o baixista bateu-cabeça entusiasmadamente. Tomando o centro do palco, Hitoki foi recebido por uma ovação fervorosa antes de o baterista juntar-se a ele para uma batalha de baixo e bateria.

Com todo mundo de volta ao palco e uma nuvem de fumaça branca cobrindo o mesmo ameaçadoramente e descendo em direção à multidão, a banda seguiu em frente com BARTER. O KUROYUME assumiu o controle da multidão totalmente em uma performance visualmente poderosa que continuou através de C.Y.HEAD, com ambos banda e fãs pulsando e pulando ao som da batida.

“Boa tarde, nós somos o KUROYUME!” Kiyoharu gritou antes de acrescentar, com um sorriso, “Eu finalmente apresentei a banda!” O vocalista se dirigiu a multidão em um tom muito íntimo e casual enquanto ele apresentava os membros e falava sobre o novo álbum. A banda logo voltou ao trabalho com Heavenly e sua batida de rock. O clima positivo não durou muito, entretanto, e luzes roxas e uma nuvem de fumaça branca invadiram o palco para a angustiada balada Glass Valley’s Oar. Os gritos de Kiyoharu tornaram-se rosnados à medida que a canção tornou-se mais e mais exigente, o baixo fiel logo atrás, em uma performance assustadoramente bela.

A excitante batida eletrônica de Alone fez a multidão se mover, o acenar das mãos virando a dança para Love me Do. Com o logotipo da turnê piscando ferozmente na parede, as músicas pesadas retornaram. Walkin’ on the edge foi seguida por ROCK’N’ROLL, Kiyoharu provocando o camera-man enquanto gritava o nome da canção repetidas vezes. A canção estava um pouco em todo o lugar, mas funcionou muito bem em manter a multidão se movendo. Enquanto o baixista batia-cabeça zelosamente, os outros se moviam ao redor do palco, Kiyoharu até mesmo jogando garrafas de água para os fãs.

Com o público em chamas, CANDY transportou-nos para o próximo nível, deixando a multidão flamejante. A batida forte foi acompanhada por coreografias com as mãos enquanto o hall cantava com o vocalista, todos contribuindo para uma peça impressionantemente visual. Luzes que pareciam metralhadoras marcavam o tempo para os corpos em movimento enquanto Kyoharu comandava seu exército através de Sick. Deixando uma multidão eufórica para trás, a banda se despediu, voltando logo depois, em resposta à demanda pelo encore que prosseguia como um mantra.

“Eu fico envergonhado cantando sozinho, então vamos chamar um convidado especial!”, o vocalista afirmou com um sorriso de autossatisfação enquanto ele chamava o comediante Horiuchi Ken para cantar com ele a extravagante Kuroyume ga yattekita. Antes da canção, houve tempo para interações divertidas enquanto Horiuchi explicava que ele decidiu entrar usando um chapéu em formato de camarão para honrar Kiyoharu, que adora camarão. Ouvindo isso, o hall começou a apoiar Kiyoharu a experimentar o chapéu. Apesar da demanda da multidão, ele escapou da tarefa e era agora o nome de Hitoki sendo gritado. Timidamente o baixista recusou, gritos de “kawaii” ecoando por todo o local. Com o comediante agindo como uma fangirl e mostrando entusiasmo excessivo enquanto ele bebia da garrafa de água de Kiyoharu, os dois explicaram como a letra foi escrita por Horiuchi, Kiyoharu depois decidindo contribuir com a composição instrumental.

Após a divertida performance que deixou o vocalista literalmente de joelhos de rir, a banda deixou o palco, retornando pela segunda vez com outro convidado. Parecendo muito hip-hop com um agasalho prata brilhante e um boné, Kiyoharu chamou o “Samurai guitarrista” -MIYAVI-, para a surpresa da multidão. Em uma abertura dramática com -MIYAVI- no violão com um chapéu de couro cobrindo metade de seu rosto, a banda continuou com Shounen. O guitarrista convidado acompanhou-os pelo próximo par de músicas, DRIVE deixando -MIYAVI- e Hitoki face a face para um duelo amigável enquanto a multidão movia-se excitadamente ao som da batida. Com o baixo na liderança, Kamakiri seguiu, a multidão cantando com a banda em uníssono em um final forte.

Mesmo depois dos dois encores, o público não mostrava sinais de cansaço ou de querer voltar para casa, e o hall gritava com força total por outro encore. Kiyoharu e Hitoki retornaram, causando um grande rebuliço com seus chapéus fofos, mas na moda, como o próprio vocalista afirmou. Os gritos de “kawaii” não cessavam enquanto o baixista apareceu de cabeça baixa como para esconder sua timidez enquanto todos os olhos estavam no adorável chapéu de morango que ele estava usando. O vocalista não mostrava sinais de timidez e manteve-se calmo exibindo seu chapéu de panda e os dois pandas adornando cada sapato, acariciando o panda enquanto falava. Tomando o microfone, Hitoki revelou que Kiyoharu havia escolhido os chapéus, este último se desculpando com um largo sorriso provocante. BEANS deixou a multidão em chamas, os berros e gritos agitando o solo enquanto o hall cantava em uníssono, todas as mãos para cima. Para o final, Hitoki tomou o microfone cantando a última parte com Kiyoharu, terminando a canção com um abraço que produziu um rugido dos fãs emotivos.

A banda saiu novamente, retornando alguns minutes depois (sem os chapéus fofos) para o conjunto final da noite. Anúncios da próxima turnê asiática precederam um discurso apaixonado que terminou com uma promessa: “Nós vamos continuar sendo nós mesmos, fazendo as coisas que nós fazemos!”, Kiyoharu prometeu. “Nós amamos a música e esperamos que vocês continuem amando a música também!” Com um grito sincero de “Tchau, Budokan!”, a banda mergulhou na apropriadamente intitulada SEE YOU. Todas as mãos se levantaram enquanto os fãs cantavam com o vocalista. E, com a multidão cantando, a banda se despediu com Like A Angel. Foi um final deslumbrante e comovente que, de fato, confirmou o KUROYUME como uma das bandas mais fortes e influentes na cena de música v-kei, trazendo um tom de rock dos anos 90 de volta à vida em um show memorável que vai ficar nos corações dos fãs em anos vindouros. Esperamos ansiosos por mais aventuras e surpresas com o KUROYUME e lhes desejamos o melhor em sua turnê asiática!


Set list:

SE: Enter Loop
1. 13 new ache
2. White Lush Movie
3. Someone
4. Misery
5. Born To Be Wild
6. I Like You
7. Spazzy Addiction
8. D.P.I.D.C.
9. Starlet
10. ~Bass Solo~
11. BARTER
12. C.Y.HEAD
13. Heavenly
14. Glass Valley’s Oar
15. Alone
16. Love Me Do
17. Walkin’ on the edge
18. ROCK’N’ROLL
19. CANDY
20. Sick
EN1 (guest: Horiuchi Ken)
21. Kuroyume ga yattekita
EN2 (guest: -MIYAVI-)
22. Shounen
23. DRIVE
24. Kamakiri
EN3
25. BEAMS
EN4
26. SEE YOU
27. Like A Angel