lynch. - INFERIORITY COMPLEX
Complexo de inferioridade? Sem chance, cavalheiros.
O novo álbum do lynch., INFERIORITY COMPLEX ("complexo de inferioridade", em inglês), foi lançado na Europa em 27 de junho. O primeiro álbum como major da banda, I BELIEVE IN ME ( o qual está disponível na Europa também) foi bastante impressionante. A expectativa era grande, e todos se perguntavam se o lynch. poderia correspondê-la.
A capa do álbum é a primeira coisa a chamar atenção. É bem equilibrada, bem composta e bastante escura. Somente com alguns pontos de luz na pele da cobra, a qual está enrolada no braço de Hazuki. Essa capa escura é bastante adequada para um álbum como esse.
Desde o primeiro momento, somos jogados na atmosfera obscura desse álbum. A primeira música tem um padrão bem conhecido do repertório do lynch.: as porções melódicas são cantadas em japonês e as partes em inglês são rosnadas. Nós podemos perceber raiva e tristeza nelas. Existe também uma pequena dissonância nessa faixa quando a música fica mais lenta e a guitarra faz alguns sons agudos, com Hazuki rosnando e cuspindo as palavras. Logo depois, o verso melódico volta e a canção termina com outra melodia agressiva.
Essa é uma forma muito forte de se começar um álbum e, definitivamente, significa que o resto vai ser da mesma forma, sólido, o estilo já conhecido do lynch.. Então, nós mudamos para a segunda faixa, The Fatal Hour Has Come, que começa com um tom mais brilhante. O ritmo da bateria é o destaque, assim como o canto que é melodioso. Ela ainda contém partes sussurradas, mas logo são substituídas por um outro conjunto de rosnados constantes.
Esse álbum contém três singles, incluindo o veloz Mirrors. Depois vem outras duas músicas do último single da banda : Frozen e A Flare. Frozen é mais atenuada, enquanto A Flare fecha o álbum de forma sólida e melodiosa. Mas existe um longo caminho até o fim do álbum. Depois de Mirrors começa New Psycho Paralyze. Desta vez, é a linha do baixo que vem à tona e conduz a música. O baixo faz o fundo no interlúdio instrumental, o qual contrasta com o resto da música por ser leve, melodioso e baseado na guitarra e bateria. Também as partes rosnadas são surpreendentes nessa canção. Diferentes linhas vocais se sobrepõem e o rosnado soa como um rap. Essa é uma alternativa interessante, que torna a música mais agressiva e provocativa. Ainda mais agressiva é a próxima música, Anima. Ela foi toda escrita em inglês, então não é surpresa que Hazuki rosne durante toda canção. Com muitos xingamentos, a faixa é brutal e rápida.
Essa parte nervosa e violenta do álbum é interrompida com a música They’re All Afraid. Hazuki retorna à sua voz mais melodiosa, e a melodia é construída pelas guitarras. O clima se acalma relativamente com a próxima música, Experience. Esaa faixa é também liderada por uma seção de guitarra, e a marcação do ritmo da bateria fica mudando, o que é muito abundante nessa música. Em They’re All Afraid, Hazuki mal rosna, mas Experience contém algumas partes rosnadas entrelaçadas com as partes melodiosas.
A música título é a penúltima e a mais longa do álbum. Ela começa com rosnados agressivos e um ritmo rápido ditado pela bateria. Logo depois, ela desliza para o refrão, que parece trazer consolo e esperança, mas quando você ouve a letra, essa ilusão se esvai. A música é realmente sobre desistir, ser impotente e amargurado. A canção termina com uma bela melodia tocada no piano, que parece não ter nada a ver com o resto da faixa.
O lynch. criou um álbum pesado, obscuro e perturbador. As dez músicas seguem esse padrão, seja pesada e agressiva, ou melodiosa com partes rosnadas. A única coisa que pode deixar queixas é a falta de inovações nesse álbum, mas não é necessário mudar algo que funciona muito bem.
Com esse segundo álbum major, o lynch. prova que não vai abrandar e vai manter seu estilo fantástico. INFERIORITY COMPLEX é um álbum que vale a pena conferir e que todos os fãs de sons pesados, sem dúvida, vão se interessar.