Resenha

MUCC – Shangri-la

25/02/2013 2013-02-25 23:00:00 JaME Autor: Gin Tradução: Nasake

MUCC – Shangri-la

O balanço entre o novo e o antigo traz à tona uma nova qualidade.


© MUCC - Gan-Shin
Álbum Lançamento digital

Shangri-la (Europe)

MUCC

O novo álbum do MUCC é, de alguma maneira, surpreendente. Os últimos trabalhos da banda talvez sugeriram que eles estavam tomando um rumo diferente na carreira, mas desta vez eles decidiram colocar muitos sons fortes e selvagens, presentes nos primeiros dias. Esse novo álbum serve como uma conexão entre dois lados completamente diferentes do MUCC.

Vamos começar com os três singles incluídos nesse álbum. Arkadia feat. DAISHI DANCE é, claramente, uma música eletrônica bastante dançável. Porém, a batida eletrônica e a melodia dominam a música, que parece ser deixada de lado. Além disso, Nirvana e o último single, MOTHER, ambas as canções um pouco mais suaves, são baseadas em música eletrônica. Essas canções são ideais para pessoas que querem dançar e gostam de uma batida forte.

Para aqueles que preferem linhas fortes de guitarra, riffs de rock, baixo acelerado e ritmo pesado, assim como aqueles que estavam antecipando esse álbum, esperando por novo material, é um prazer de verdade ouvi-lo. As primeiras duas músicas, Mr.Liar e G.G., mostram que o MUCC recebeu de volta o bom e velho rock e até mesmo sons de metal. Em Honey a banda nos dá ótimas linhas de guitarra e um baixo expressivo, e Tatsuro usa seu poderoso rosnado, que é um elemento há muito tempo perdido nas músicas do MUCC. Assim como Honey, G.G. é baseada em batidas simples de bateria e apresentam mais algumas incríveis linhas de guitarra, desta vez em primeiro plano. Por outro lado, há algumas partes faladas estranhamente, que parecem levemente paranoicas e lembram os fãs dos trabalhos mais antigos da banda. Em ambas as músicas a voz de Tatsuro, apesar de não muito clara, é forte e vai te assombrar por muito tempo depois que elas terminarem.

A próxima música, The Bell at the End of the Line, é ligeiramente mais suave, mas também é ótima para se ouvir. Simplicidade e uma maneira expressiva de cantar são os principais pontos dessa canção; os instrumentais não são complicados, mas combinam bem com a música, e os vocais de Tatsuro, que parecem contar uma história, tocam o coração. Similarmente, Pure Black é leve e jazzística. Aqui o contrabaixo cria um plano de fundo para a amarga história de amor contada por Tatsuro.

Marry You também é uma "canção de amor", mas o MUCC parece interpretar o amor de uma maneira totalmente diferente. Com Tatsuro cantando de uma maneira boba que te faz sorrir, uma melodia positiva e alegre, e um clima de casamento, ninguém poderia presumir que essa é uma história contada por um homem que está assistindo sua mulher amada casar com outro cara. Night Shy Craypas, por outro lado, possui a melodia mais positiva e emocionante, mas, de alguma maneira, você consegue sentir a tristeza nessa canção simples, baseada na guitarra. Também sobre o amor, YOU & I, com seu espírito alegre, soa um pouco como Utagoe ou Ryuusei.

Entre Pure Black e Marry You está Kyoran Kyosho - 21st Century Baby, provavelmente a música mais interessante desse álbum. Cheia de contrastes, ela começa com letras em rap, agressivas e rápidas, mas então a canção reúne impulso, eventualmente levando a um final épico onde Tatsuro canta com muita força nos últimos versos. É uma música bastante obscura e pesada, mas também apresenta uma pequena porção de elementos eletrônicos. O rosnado de Tatsuro é acompanhado por vocais de crianças, criando uma sensação fora do comum. Considerando sua letra agressiva, vulgar e controversa, nós podemos considerar essa música a mais surpreendente do álbum.

A canção mais importante nesse álbum é a faixa título, Shangri-la. Ela contém a composição mais longa, mas isso é necessário, pois ela se desenvolve lentamente em uma música épica e poderosa. A forte batida da bateria guia a música, e a linha da guitarra é delicada, e depois se transforma em uma melodia dançante durante o refrão. A música troca de partes tranquilas e calmas, acompanhadas por sessões de cordas, a partes dramáticas onde Tatsuro solta suas emoções. Por toda a canção ele canta em voz baixa, o que dá a uma música um sentimento ainda mais exaltado. Essa é uma canção realmente incrível que te deixará sem palavras quando ela terminar.

É difícil encaixar o Shangri-la em algum gênero. De um lado o MUCC possui faixas pesadas e fortes, mas por outro eles também possuem músicas em diversos estilos, elementos futurísticos e eletrônicos com vocais modificados. Com esse álbum o MUCC finalmente encontrou o balanço entre a música eletrônica que eles tem incorporado ultimamente, e o rock pesado que era dominante desde o início para criar um estilo consistente, e que pode ser chamado de estilo MUCC. Esse álbum é incrivelmente bom, e nós somos sortudos dele ter sido lançado na Europa, graças à Gan-shin.
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