Resenha

GOTHIKA - YOMI

16/04/2013 2013-04-16 00:01:00 JaME Autor: mizuku Tradução: Nasake, Shin

GOTHIKA - YOMI

Uma fusão bem sucedida de conceitos japoneses e inspiração europeia.


© GOTHIKA
Álbum CD

YOMI

GOTHIKA

Em seu álbum mais novo, GOTHIKA foge de seu caminho usual. O som continua eletrônico e bastante característico, porém está mais próximo de ser classificado como EBM, synthpop ou futurepop. Não há muitas faixas industriais como no ZeitGeist, mas isso certamente não torna o álbum chato; o lançamento é cheio de surpresas. Embora a influência ocidental ainda seja notável na música do GOTHIKA, dessa vez ela se mistura com temas típicos do Japão. Apesar de 'yomi' ser o nome mítico dado ao submundo, o CD não é sombrio, mas sim misterioso e ambiental!

A primeira música no álbum é Brocken. Possui uma introdução mais longa e complexa, e uma linha de baixo característica e obsessiva que se repete durante o refrão. Apesar de o tempo parecer ser bastante moderado, Brocken se arrasta na mente e se torna uma faixa de abertura perfeita. Ao mesmo tempo ela dá uma visão de como o som do GOTHIKA evoluiu. Há algumas pequenas mudanças fáceis de encontrar quase que imediatamente: diferente dos dois álbuns anteriores, YOMI não começa com uma introdução instrumental. Além disso, andro volta a cantar mais em japonês.

Kagome começa com batidas poderosas que podem confundir o ouvinte, já que soam bastante, se não completamente, europeias; o que é intrigante quando você nota que a letra é totalmente em japonês. Diversos efeitos gradualmente se misturam, tornando o ritmo espesso e memorável. O vocal é adicionalmente distorcido nos versos, o que produz um resultado interessante, e o refrão é tão contagiante que Kagome com certeza terá um grande impacto durante as performances ao vivo.

Hong Kong Virginity traz uma mudança de humor. O início mais calmo e romântico se desenvolve em uma introdução vibrante que lembra o estilo musical dos anos 80. A canção é embutida com um clima misterioso e quase melancólico, o que é elevado pela voz emocional de andro. Tudo isso torna Hong Kong Virginity uma das faixas mais fortes do álbum. O tempo talvez seja mais devagar, mas na verdade é uma faixa dinâmica e fascinante que é rica em camadas de sintetizadores hipnóticos e interessantes.

Os primeiros esforços de The Gossamer Years fazem lembrar as origens do GOTHIKA; a melodia imita o refrão tradicional japonês. Assim como Hong Kong Virginity essa música traz à tona muitas emoções; a voz impressionantemente clara de andro conta uma história de anseio e tristeza. Vale a pena destacar que The Gossamer Years é uma das duas canções compostas pelo vocalista do GOTHIKA, talvez seja por isso que essa faixa possa parecer tão incrivelmente pessoal.

Na metade do álbum tem um soco forte com o nome de Oxidiser. A canção captura a audição do ouvinte imediatamente, devido às suas batidas fortes e rápidas; a faixa é extremamente contagiante e dançante, e nunca perde o ímpeto. Sem dúvida, Oxidiser é a canção mais rebelde do álbum, e mesmo assim não é muito agressiva. Combina perfeitamente com uma pista de dança e poderia tocar com sucesso em qualquer balada na Europa. Poderosa e selvagem, Oxidiser é outro ponto forte de YOMI.

Ouvir Babylon pode causar surpresa e confusão. A música incorpora um número de sons bizarros e de 8-bit, invocando a memória de antigos jogos de computador. Amostras estranhas parecem terem sido colocadas em camadas de jeitos bem caóticos e, às vezes, elas dominam o vocal. Porém, eventualmente a música se beneficia com esses arranjos incomuns; afinal, os experimentos são parte do estilo da GOTHIKA. Babylon é cheia de fugidas do padrão com desvios alegres e pop, e sua peculiaridade pode ser explicada pelo fato de que essa é a segunda canção no álbum composta por andro.

Na primeira vez a ser ouvida, Sunrise pode soar sem atrativos, mas dê uma segunda chance à ela: é uma faixa muito brilhante e atordoante. A voz de andro, livre de qualquer distorção, é combinada com melodias intensamente atraentes, muito típicas do gênero futurepop. Sunrise é somente mais uma daquelas músicas que evolui para o ouvinte.

Seria uma boa ideia prestar a atenção aos remixes, já que eles são uma parte inseparável de muitos lançamentos electro ou industriais. YOMI inclui muitos. Brocken, remixada pelo grupo sueco Covenant, chama a atenção pelo fato de estar, diferente dos outros remixes, colocada no meio da tracklist. Isso provavelmente não é uma coincidência. Covenant é a líder no cenário synthpop e futurepop, então qualquer tipo de colaboração com uma banda tão famosa simplesmente requer destaque. A versão remixada de Brocken tem uma vibe dançante e, surpreendentemente, é cantada completamente em inglês. Outro remix que vale a pena ser ouvido é o de Oxidiser, refeito pelo grupo estoniano Freakangel em um sucesso de baladas em potencial. A faixa foi reformulada com uma estrutura mais rude, mas mesmo assim continua fácil de escutar. Miroku, remixada pela banda chilena Vigilante também é bastante absorvente: além dos sons tipicamente eletrônicos, ela incorpora piano e efeitos de guitarra.

YOMI é uma contribuição forte e de altíssimo nível à música eletrônica alternativa. O som muito bem pensado é temperado com temas tipicamente japoneses, adicionando um sentimento único e exótico ao álbum; meio que uma marca registrada da GOTHIKA. Vale a pena apoiar a dupla em sua carreira internacional; com sua mistura inimitável de estilos japonês e europeu, eles já se tornaram uma parte reconhecida do cenário eletrônico independente.
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