CREATURE CREATURE SPRING TOUR 2013 - Phantom Cocoon Drawls Infinity

O Creature Creature embarcou em sua turnê de primavera Phantom Cocoon Drawls Infinity no dia 23 de março. O show realizado no dia 20 de abril no Shibuya Rex, em Tóquio, foi o quarto de sete shows.

O vocalista da banda, MORRIE, é considerado um dos criadores do que atualmente é conhecido como J-Rock. Ainda hoje ele é uma figura protagonista no cenário musical japonês. O Creature Creature é um de seus projetos, assim como o lendário DEAD END, onde ele também é o vocalista principal. De certa forma, a banda é uma imagem compacta da herança do J-Rock, já que inclui grandes nomes como o guitarrista Shinobu (The Legendary Six Nine), o guitarrista Hiro (ex-La'cryma Christi), o baterista Sasabuchi Hiroshi (ex-Plastic Tree) e o baixista Hitoki (Kuroyume).

A multidão que enchia o Shibuya Rex ao máximo de sua capacidade esperava ansiosamente pelo início do show. De repente, uma etérea música de funda começou a tocar e os membros subiram ao palco um por um. MORRIE, todo vestido de preto, tomou o centro do palco. Sons dedilhados da guitarra iniciaram a música de abertura Mirrors. De início MORRIE cantou suavemente sob a escura luz vermelha do palco, mas repentinamente a canção se tornou pesada, e sua voz se intensificou junto com a batida explosiva da bateria e os riffs pesados das guitarras. Os fãs já estavam cativados por MORRIE, do qual a voz agora se alterou para uma frágil nota alta. Modulações frequentes, e mesmo assim suaves, durante as canções eram um dos atrativos marcantes do show. Durante a segunda canção, Shinku, os guitarristas Shinobu e Hiro exibiram um contraste dramático entre dedilhados claros e riffs pesados, mas se uniram durante um solo em conjunto. A expressão de dois elementos diferentes, como tranquilidade e destruição, e também elegância e loucura, foi especialmente marcante durante a quarta canção, Phallus Phaser. De vocais profundos a falsetes celestiais, a voz de MORRIE viajava livremente através de diversas dimensões, enquanto a banda focada carregava o cantor por entre essas transições complexas. A expressividade de cada membro tornou a performance crível.

A banda então mostrou seu lado obscuro e enigmático durante a sexta canção Gone By Rain e o número seguinte, Black Hole. MORRIE tirou a jaqueta, indicando que o aquecimento havia acabado. Perigoso e glamoroso, seus olhos tornaram-se ainda mais incisivos. Seu grito poderoso, o firme riff de guitarra, e a afiada linha de baixo criaram um clima sinistro no palco durante as canções. Porém, o humor dos fãs se suavizou quando a banda deu sequência à oitava canção, Kurumeki, e a multidão soltou as mãos livremente em resposta ao número melodioso. Mais tarde, um dos pontos altos do show foi marcado pela sublime e dramática Andromeda, a última faixa do álbum mais recente da banda, PHANTOMS. Luzes roxas acenderam o palco coberto por fumaça branca. A banda criou um clima cósmico separado da realidade física enquanto MORRIE cantava como se descrevesse a jornada de um fantasma dissolvendo-se no infinito, e seus desejos angustiados. Os fãs assistiram aos membros no palco silenciosamente.

De repente, MORRIE arremessou uma garrafa vazia do palco, seu descaramento fazendo os fãs rirem. Porém, a banda continuou a mostrar sua insanidade impiedosa com as canções Violent Rose, Psyche e Golden Game. Vocais de apoio agressivos durante o refrão e uma performance igualmente perturbada por parte dos guitarristas e baixista criaram o caos no lugar. Em resposta, os fãs avidamente absorveram a energia explodindo do palco. MORRIE mostrou uma presença de palco obsessivamente ameaçadora, como se houvesse descendido do lado obscuro. Belo e transcendental no centro da desordem, ele manteve todos como prisioneiros de seus vocais. "Obrigado", ele gritou e rapidamente deixou o palco. E novamente ele provocou os fãs ao dizer: "Aliás, eu não fui ao banheiro" quando retornou ao palco, e a multidão riu. A banda então apresentou a todos a nova canção Labyrinth.

"Nós iremos até o fim sem parar, vocês estão prontos?", MORRIE perguntou aos fãs, e eles responderam com um grito alto. Durante a melodiosa canção Rakuene, os guitarristas Shinobu e Hiro tocaram lindas guitarras gêmeas. Os dois guitarristas foram muito precisos ao sincronizar suas guitarras durante o show. Enquanto isso, batidas violentas do baixo e da bateria acrescentavam capacidade de destruição à canção e incitavam os fãs a perder o controle. "No baixo, Hitoki", MORRIE gritou para começar a 17ª canção Sexus. Hitoki foi até a frente do palco e mostrou seu furioso solo de baixo. Sua cabeça batia enquanto sua linha de baixo erguia na batida do solo de guitarra veloz de Hiro. Shinobu também se juntou a eles, dando um olhar sedutor aos fãs da primeira fileira. "Vocês conseguem fazer mais?", MORRIE perguntou, semelhante ao próprio Dead Rider do título da próxima canção. Ele escoltou os fãs às profundezas do mundo infernal. Frenético e impiedoso, seus gritos e rosnados levaram embora a última gota de sanidade da plateia, que socava o ar e batia cabeça em resposta. Enquanto luzes vermelhas e brancas de estroboscópio acendiam o palco, o baterista Sasabuchi Hiroshi fomentava a canção final, Swan. Ele demonstrou uma agressividade intensa durante o show, mas se sempre manteve com o controle da navegação dos números complexos da banda no caminho. MORRIE levantou o braço direito quando o baterista acertou a última batida. Então, o vocalista agradeceu à plateia e deixou o palco.

O show contou com dois encores. Durante o segundo encore MORRIE contou aos fãs que gostaria de ter momentos como o de hoje pelo resto de sua vida. A banda apresentou duas faixas etéreas, como Death is a Flower e Hien, assim como uma faixa pesada, porém pop, Red, da qual os fãs cantaram junto. A banda terminou o show com a apresentação explosiva de Aurora. "Obrigado", MORRIE despediu-se dos fãs. Hiro, Shinobu e Hitoki jogaram suas palhetas à multidão, e Sasabuchi Hiroshi curvou-se profundamente. A plateia continuou a ovação afetuosa aos membros mesmo depois deles terem deixado o palco.

As próximas paradas do Creature Creature foram Nagoya e Osaka. A noite em Tóquio marcou um giro bem sucedido no meio da turnê de primavera.


Set List:

1. Mirrors
2. Shinku
3. Fire Burn With Me
4. Phallus Phaser
5. Dream Caller
6. Gone By Rain
7. Black Hole
8. Kurumeki
9. Andromeda
10. Violent Rose
11. Psyche
12. Golden Game
13. Labyrinth
14. Tenshuranman
15. Rakuene
16. Amor Fati
17. Sexus
18. Dead Rider
19. Swan

Encore 1

20. Death is a Flower
21. Hien
22. Red

Encore 2

23. Hoshitsuki
24. Aurora