Reconhecida como uma influência fundamental no início do movimento visual kei, a lendária banda de rock X JAPAN começou tocando power metal com os penteados obrigatórios dos anos 80 antes de seguir uma linha sonora mais progressiva.
A história do X Japan começou em 1977, originalmente conhecidos como Dynamite e liderados pelos secundaristas Toshimitsu “Toshi” Deyama e Yoshiki Hayashi, atualmente mais conhecido como YOSHIKI. Tanto o nome da banda como o restante dos membros ficaram em constante mudança por muitos anos. Enquanto isso, músicas como I’ll Kill You e a faixa amostra Break the Darkness tiveram lançamento comercial e ajudaram a aumentar sua popularidade.
O meio dos anos 80 continuou a afiar o som e a presença da banda, começando com a fundação da Extasy Records por YOSHIKI e o lançamento do segundo single deles, Orgasm. O guitarrista de apoio Tomoaki “PATA” Ishizuka iria, em breve, se juntar permanentemente ao grupo, junto com o guitarrista-líder Hideto “hide” Matsumoto e o baixista Taiji Sawada, ou TAIJI, unindo-se logo após. Com o vocalista Toshi e o baterista/pianista YOSHIKI, a banda tinha tanto uma formação consistente quanto um nome “final”: X.
Uma audição feita pela CBS Sony levou a um contrato em agosto de 1988, embora o primeiro álbum do X, Vanishing Vision, tenha sido lançado pela Extasy meses antes. O álbum os levaria a uma extensa turnê, inabalada pelo tempo tomado para gravar uma cena para o filme cult “Tokyo Pop”.
O segunda álbum deles, Blue Blood, foi lançado em 1989 e tomou o Japão como uma tempestade, com singles como Kurenai e Endless Rain ainda sendo cantados em bares de karaokê por todo o Japão atualmente. Através de Blue Blood veio o primeiro home video da banda, uma gravação em VHS de um concerto; um terceiro álbum entitulado Jealousy e o que viria a ser o primeiro de muitos shows esgotados no Tokyo Dome.
Apesar dos anos de sucesso contínuo, álbuns e turnês, nem mesmo o X conseguiu permanecer intacto por muito tempo. O início dos anos 90 marcou uma serie de mudanças para a banda, que em 1993 foi renomeada para X JAPAN talvez para diferenciá-los das bandas nos EUA e na Austrália com o mesmo nome. O baixista Taiji deixaria a banda, eventualmente trabalhando com Loudness e Cloud Nine. Em seu lugar entrou Hiroshi “HEATH” Morie.
X JAPAN deixou a Sony em 1993 e assinou contrato com a Atlantic Records, lançando a música de 29 minutos Art of Life em agosto. Muitos anos de turnês e singles se passaram antes que seu quarto e, atualmente, último álbum, DAHLIA, fosse lançado, em novembro de 1996. Nesse ponto, a banda já havia abandonado o velho padrão visual kei por um look mais moderno; alguns fãs chegaram a chorar por conta do dramático corte de cabelo de YOSHIKI.
Infelizmente, o fãs teriam muito mais motivos para chorar nos anos seguintes. Toshi, recém casado e almejando uma carreira solo “mais simples”, decidiu sair da banda em 1997, cultimando na separação da banda no fim do ano. Nem mesmo cinco meses após, hide, que havia se tornado um ícone solo do rock por méritos próprios, morreu de repente. Seu falecimento provocou notícias internacionais; alegações de suicídio não ajudaram os corações dos fãs a se acalmar, com pelo menos dois fãs cometendo suicídio logo após o ocorrido.
Apesar da tragédia, os membros do X JAPAN continuaram com seus trabalhos individuais da melhor forma que puderam. A carreira solo de Toshi, baseada principalmente no acústico e com ênfase em músicas “curativas”, duraria vários anos. PATA e HEATH juntaram-se ao programador I.N.A. e a Joya Shimoji na banda de hard rock DopeHEADz, que se separou dois álbuns depois.
YOSHIKI, enquanto isso, juntou-se temporariamente ao grupo pop globe, liderado por seu velho amigo Tetsuya Komuro. Além de produzir músicas para bandas como TRAX, ele também começou a trabalhar no Violet UK, um projeto solo amorfo sem álbuns lançados até 2014. Em 2007, YOSHIKI se uniu ao guitarrista Yune “SUGIZO” Sugihara do LUNA SEA, GACKT e MIYAVI, formando o supergrupo S.K.I.N. para realizar ao menos um show na Califórnia.
Após anos separados, os membros da banda finalmente se reuniram em junho de 2007, com um single e uma turnê anunciadas para o fim daquele ano. Eles se reuniram oficialmente em outubro de 2007, filmando o vídeo para I.V. no topo do shopping Aqua City de Odaiba. I.V., usado como tema do filme “Jogos Mortais IV”, usou linhas de guitarra de hide que não haviam sido lançadas anteriormente. Como não poderia ser o X JAPAN sem seus shows ao vivo, três apresentações foram feitos no Tokyo Dome em março de 2008, com Wes Borland, Richard Fortus e SUGIZO como guitarrista-líder. A banda mais tarde tocaria no hide Memorial Summit com muitas outras bandas populares em tributo ao guitarrista.
Embora uma turnê mundial tenha sido anunciada para o fim do ano, os shows foram atrasados por vários meses devido à hernia de disco de YOSHIKI. Após se recuperar, mais shows foram anunciados, mas infelizmente eles também foram adiados algum tempo depois. A única grande apresentação feita no fim de 2008 viria a ser o show New Year’s Eve Countdown no Akasaka BLITZ.
2009 se saiu muito melhor para o X JAPAN, com dois shows em Hong Kong em janeiro seguido pelo anúncio oficial de que SUGIZO estava se juntando a banda como o sexto membro. Seus shows com seis membros ocorreram no Tokyo Dome no início de maio, seguidos por Taiwan no final do mês.
Em 2010, X JAPAN finalmente começou a ter algum sucesso no exterior que nunca havia se materializado realmente na década de 90. A banda agora tem América do Norte, Europa e América do Sul, e em 2010 assinou um contrato de três anos com a EMI para a distribuição do single Jade e de seu álbum ainda não lançado nos Estados Unidos. 2011 viu o X JAPAN lançar Scarlet Love Song como música-tema para a adaptação cinematográfica do mangá “Buddha” de Osamu Tezuka, sendo essa a sua primeira colaboração para animes em anos. O mesmo ano, no entanto, trouxe a trágica perda de TAIJI, o ex-baixista da banda, que fez aparições como convidado em shows da banda no ano anterior.
O ritmo que a banda vem seguindo desde o revival no que diz respeito às suas atividades é um pouco lento, mas YOSHIKI experimentou um grande sucesso durante a longa ausência do X JAPAN. Agora um estilista, apresentador de rádio e até mesmo personagem de uma HQ americana, o líder da banda teve um de seus maiores sucessos na carreira solo como compositor da música tema do 69º Grammy Awards. Seu álbum de 2013 Yoshiki Classical, garante que os fãs não terão que sofrer sem o X JAPAN mesmo se a banda não estiver muito ativa.
A história do X JAPAN ainda não chegou a um fim. Com novas músicas como Jade e Born to be Free alcançando as rádios, os fãs ainda tem bastante para esperar da banda. O X JAPAN é certamente uma banda que nunca esquece seu próprio legado; eles continuam tocando seus antigos sucessos regularmente e fazem isso ao lado de hologramas e vídeos do falecido guitarrista hide. Com uma história tão longa, quem sabe o que o futuro pode guardar?
