Resenha

Nana Mizuki - SUPERNAL LIBERTY

29/06/2014 2014-06-29 00:01:00 JaME Autor: Victor Tradução: Nasake

Nana Mizuki - SUPERNAL LIBERTY

Nana Mizuki mostra algumas novas mudanças em seu poderoso estilo de música pop.


© Mizuki Nana
Apesar de ser uma parte importante da exportação cultural mais bem reconhecida do Japão, músicas de anime não se misturam com músicas mainstream tão frequentemente como parece ser. Raramente artistas e bandas de música de anime (também chamadas de anison) alcançam o sucesso do topo dos rankings de venda, mas há uma pessoa que ultrapassa essa barreira. Seu nome é Nana Mizuki e, apesar de também trabalhar como dubladora, conseguiu obter um sucesso incrível no cenário mainstream do J-pop. Ela possui o diferencial de ser a primeira dubladora a alcançar o primeiro lugar no ranking da Oricon e seus shows em arenas são acontecimentos tremendos e luxuosos de fazer cair o queixo. Mizuki se apresentou diversas vezes no festival de música anual do Japão televisionado pela NHK, o “Kouhaku Uta Gassen”, o que solidificou sua reputação como a “Rainha do Anison”.

Porém, qualquer artista com essa quantidade de sucesso está, sem dúvida, sob a grande pressão de constantemente lançar trabalhos de alta qualidade. Mizuki e seu habitual grupo de compositores mostraram, de tempos em tempos, que sabem o que a audiência quer, mas ao oferecer algo um pouco diferente, será que eles conseguem alcançar a mesma qualidade sem tropeçar no caminho? O álbum mais recente da cantora, SUPERNAL LIBERTY, é somente um pouco diferente de tudo que ela lançou antes. Mesmo assim, Mizuki alcançou uma grande proeza e um álbum potente e sem falhas.

VIRGIN CODE começa o álbum com o estilo típico de Nana Mizuki, cordas proeminentes e guitarras que conduzem uma introdução dramática. Também logo no início da segunda faixa, GUILTY, Mizuki começa a brincar com sua fórmula usual de algumas maneiras inesperadas. GUILTY é uma canção pop, de estilo club, vagamente ameaçadora, com influências palpáveis do Oriente Médio e música eletrônica, e não é preciso forçar muito a imaginação para dizer que ela se encaixaria muito bem na discografia de alguém como Kumi Koda.

Apesar de não haver nenhuma canção fraca no álbum, Appassionato, a terceira faixa, é um dos destaques definitivos. Poucos esperariam que Mizuki fosse capaz de realizar um speed metal, mesmo assim a canção é executada lindamente. Adornos de música folclórica europeia foram aplicados livremente, o que a ajuda a criar uma canção própria, e sua voz poderosa se sobrepõe facilmente sobre as guitarras flamejantes e a bateria incansável. As coisas mudam radicalmente com Egao no Yukue. De início, soa como uma canção habitual de Mizuki, mas a música suavemente se transforma em uma reminiscência do J-pop dos anos 90, cheio de instrumentos de sopro e sintetizadores. Outro giro brusco leva o ouvinte à canção Antique Nachtmusik, uma canção pop que, às vezes, soa misteriosa e possui um quê de espionagem dos anos 60.

"Diversão" é a palavra-chave da próxima canção apropriadamente intitulada de Fun Fun★People. O uso animado de instrumentos de sopro e a percussão alegre garantem que a canção transmita o que promete. FATE mantém a positividade, uma suave balada que é perfeita para dias ensolarados. O drama típico de Mizuki retorna em Vitalization -Aufwachen Form-, que adiciona uma introdução de cordas com toques eletrônicos em um single que já era incrivelmente eletrônico. Aishuu Twilight vem a seguir, oferecendo um clima jazzístico que não havia sido ouvido no álbum ainda.

As próximas três canções seguem em uma direção mais firmemente apoiada no rock, começando com a animadora e positiva Setsuna Capacity. Ladyspiker, que possui um nome peculiar, é um tanto mais pesada e dramática, mas, no geral, o tom ainda é de entusiasmo e energia. A próxima faixa, Rock you baby!, foi claramente criada para casar bem com as multidões dos shows de Mizuki, com um som grandioso e energético que poderia fazer milhares de fãs gritarem. Million Ways = One Destination apresenta um som mais típico de Mizuki, cheio de cordas enquanto Bokura no Mirai é mais uma faixa animada repleta de sintetizadores e guitarras no estilo dos anos 80.

A última canção do álbum, Ai no Hoshi –two hearts-, é um novo arranjo realizado pelo casal Hitoshi Fujima e Mika Agematsu de uma canção lançada para o anime "Space Battleship Yamato 2199". Ouvintes de longa data irão reconhecer Agematsu como uma frequente colaboradora na carreira de Mizuki, tocando a harpa em alguns de seus trabalhos mais memoráveis. Não é difícil entender por que elas trabalham junto tão frequentemente: a voz única de Mizuki e a harpa angelical de Agematsu se complementam perfeitamente, tornando a última faixa mais um dos destaques do álbum.

O álbum parece revelar o histórico de anime de Mizuki, apresentando quinze faixas que parecem músicas tema. Porém, isso quer dizer que o esforço e a criatividade usados em cada canção estão à vista até mesmo para quem ouvir pela primeira vez. Apesar de toda a pressão que ela e sua equipe tiveram que superar com cada lançamento, há uma variedade de canções em SUPERNAL LIBERTY que são estilisticamente diferentes dos trabalhos habituais de Mizuki. Mesmo assim nenhuma canção soa forçada, e todas são realizadas com uma habilidade encantadora. Muitas pessoas sentem que as cantoras pop que mais vendem fazem músicas que são repetitivas ou sem inspiração, mas este álbum é tudo menos isso. A música pop é um animal incomum e no caso de Nana Mizuki, também é um animal especialmente forte. Mas, apesar disso, SUPERNAL LIBERTY prova que ela sabe controlá-lo muito bem.
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