Coletiva de imprensa com NANO no Anime Friends 2023

Essa é a sua primeira vez no Brasil e você nos disse anteriormente estar muito ansiosa pelo contato com seus fãs. Desde que chegou, o que você já conseguiu sentir do país?

NANO: Já que esta é a minha primeira vez no Brasil, eu estava muito ansiosa para vir. Eu sempre soube que tinha muitos fãs brasileiros, então estou muito ansiosa para poder finalmente encontrá-los no show.

Qual gênero musical inspira o seu trabalho? Você já ouviu alguma música brasileira?

NANO: Muitos gêneros musicais diferentes me inspiraram. Eu cresci ouvindo muito tipos diferentes de música, do clássico ao rock, do folk ao pop. Tudo me inspirou. Infelizmente, eu não ouvi muita música brasileira, mas adoraria que me apresentassem alguma coisa.

Seu disco de 2015, Rock On, parece ser sua bandeira como uma rockstar. Apesar de você trabalhar de uma forma bem aberta com a música, o rock parece algo preponderante. Alguma banda ou música em específico despertou a sua paixão pelo rock?

NANO: Rock On é um álbum muito especial pra mim, porque, como você disse, ele mostra a alma do rock dentro de mim. Para ser honesta, a inspiração não vem de fora, mas de dentro, então o que há ali sou eu mesma gritando "Rock On" para o mundo.

Pelo sucesso que você faz ao redor do mundo, como é para você ver a música conectar diversas culturas?

NANO: Eu me sinto muito abençoada. É muito especial pra mim poder ir a diferentes países e ver muitas pessoas diferentes. Eu acho que o meu maior objetivo é conectar o mundo através da música. Então, agora mesmo estou nessa jornada para conectar mais pessoas. O Brasil é um marco enorme, porque eu queria muito vir, então obrigada!

Como é o processo de compor uma animesong? Qual a principal diferença entre compor uma animesong e uma música original?

NANO: Há muitas diferenças entre criar uma animesong e uma música original. Quando crio uma animesong, primeiro preciso estudar o anime e, depois disso, pensar na letra que combina com ele, com a ambientação do anime; só então eu gravo. Já com a música original, eu sou livre pra criar o que eu quiser, então é um processo mais rápido. Logo, com música de anime há muito mais processos na criação, mas eu amo escrevê-las.

Você já fez algumas colaborações com alguns artistas, como a banda MY FIRST STORY. Que outros artistas você escolheria para uma parceria e por quê?

NANO: Existem tantos artistas incríveis no mundo, não só no Japão, mas em todo o mundo. Eu adoraria fazer parcerias com pessoas de gêneros diferentes, não só o rock. No momento, eu adoraria colaborar com qualquer um. Algumas pessoas que conheci em eventos como esse, por exemplo, encontrei recentemente a BURNOUT SYNDROMES e adoraria fazer algo com eles. Eles são muito inspiradores. Então, eu amaria fazer parceria com qualquer artista que estivesse interessado.

No seu último álbum NOIXE, há uma música chamada We Are The Vanguard, em parceria com a rapper DEMONDICE. Como foi essa parceria e como foi misturar o rock com o rap?

NANO: Eu fiquei muito animada por ser uma colaboração com alguém de um gênero diferente, porque quando fazemos isso criamos um novo gênero. Eu conheci a DEMONDICE no Havaí, em um evento de anime, então foi como um sonho tornando-se realidade essa parceria ter surgindo deste encontro. Foi muito especial. Nos divertimos muito gravando e criando a música. Eu amaria fazer isso de novo.

Ainda sobre NOIXE, você compôs a música Catastrophe para o anime "Human Bug Daigaku". Na hora de compor a música, você fez pensando nos problemas que rondam o protagonista ou em algo além disso?

NANO: Sim e não. Sim, porque a letra é sobre a história do protagonista, mas eu também senti que muitas pessoas poderiam se identificar com ele. Sabe, eu consigo me identificar com ele e com pessoas que estão em uma luta interna.

Do seu primeiro trabalho ao último, você sente que teve evolução uma na música e no estilo?

NANO: Sim, eu sinto que quando escuto meu primeiro álbum sou muito diferente agora, de uma forma boa. Mas também, há muitas coisas que não mudaram, e a minha paixão pela música só cresceu. Isso é uma evolução. Eu estou mais rock n’ roll e mais apaixonada pela música. Eu amo ouvir o meu primeiro álbum, porque ele me lembra o quanto eu amo música.

Você planeja tentar novos estilos musicais e continuar postando seus covers em inglês?

NANO: Sim, eu adoraria me aventurar mais na música e evoluir mais o meu estilo. Então, eu adoraria tentar gêneros novos. Eu amo fazer covers, porque isso me ajuda a experimentar tipos diferentes de música. Logo, eu amaria continuar postando mais músicas no YouTube.

Sendo uma cantora nascida e criada nos EUA, como a sociedade japonesa é muito diferente do que estava acostumada, você chegou a entranhar essa mudança ou viver em uma família japonesa já te preparou para isso?

NANO: Essa é uma pergunta muito profunda e complicada, porque eu sempre tive uma crise de identidade, seja morando nos EUA ou no Japão. Eu não sabia quem eu era, porque nos EUA eu não era totalmente estadunidense e no Japão não era completamente japonesa. Então, eu não entendia completamente quem eu era. A música foi a minha salvadora, me ajudou a superar essas dificuldades e a amar quem eu sou. Eu ainda me sinto como uma estranha, não importa onde eu for, mas eu estou feliz com isso porque tenho a música.

O seu estilo musical tem uma parte melódica própria das animesongs, mas sua parte autoral também tem muitos elementos melódicos característicos do J-rock e até um pouco do visual kei. O que você gosta na cena do rock japonês?

NANO: Eu acho que o J-rock é muito especial, porque apesar de ser rock n’ roll, é muito melódico e fácil de entender, fácil de cantar junto. Por exemplo, as pessoas nos EUA são mais duras, enquanto os japoneses têm uma gentileza, e isso é o que eu amo no J-rock. Músicas de anime também são assim, com gentileza e amor. Acho que é muito importante contar para o mundo sobre a beleza e a música japonesa. Então é por isso que faço o que faço agora.

Você assiste os covers que os fãs fazem das suas músicas? Algum já te marcou de alguma forma especial?

NANO: Eu amo ouvir covers das minhas músicas. Se eu conseguir encontrá-los, eu sempre vou querer ver, seja um cover de canto, guitarra ou de qualquer tipo. Eu amo. Eu gostaria que mais pessoas fizessem covers das minhas músicas online, e se fizerem, eu adoraria ouvi-los.

Ontem foi seu aniversário e você teve a chance de sair um pouco aqui no Brasil. Até um bolo você ganhou. Das suas primeiras experiências aqui, o que mais te impactou?

NANO: Eu sabia que as pessoas no Brasil eram muito apaixonadas e cheias de amor, mas todo mundo é tão incrível, gentil e sorridente. Tudo isso me deixou tão feliz. É tudo muito mais bonito e muito melhor do que eu imaginava.

Qual comida brasileira você chegou a experimentar e do que você mais gostou?

NANO: Quando fui ao restaurante ontem, tudo estava muito bom! Não, vocês não estão entendendo, eu comi tanto! Um pouquinho de tudo. (risos) Mas as sobremesas eram muito boas. Eu ouvi dizer que a torta de limão era famosa. Tinha muitos tipos de doces, mas eu adorei a torta de limão.

Como você chegou ao Japão depois de crescida, você teve mais contato com pessoas estrangeiras que gostavam de cultura japonesa. Como são as impressões de ver pessoas de fora do Japão curtindo tanto anime, mangá nas ruas de Akihabara?

Na quinta e na sexta, NANO fez dois shows do Anime Friends para uma plateia ansiosa e que cantou com ela todos os seus sucessos. Era visível em seu rosto a satisfação em ver o carinho que os brasileiros dedicaram a ela. A cantora comentou após o seu primeiro show como ficou feliz e surpresa em ver a energia do público brasileiro e que se arrependeu um pouco de ter levado 11 anos para fazer um show por aqui.

Confira a seguir as setlists dos dois shows da NANO, uma playlist para você relembrar como foi e algumas fotos do show.

Setlist 13/07 (Quinta-feira)

-MC-

4. DREAMCATCHER

-MC-

5. Hysteria

6. magenta

-MC-

7. FIGHT SONG

8. SAVIOR OF SONG

-MC-

9. Now or Never