Entrevista com YOSHIKI

Tem sido um ano cheio para YOSHIKI. O icônico músico japonês vem trabalhando em diversos meios e gêneros, apresentando-se no Japão e nos EUA com o seu supergrupo THE LAST ROCKSTARS, produzindo a boyband XY, que estreou no começo do ano, e comparecendo às estreias do seu filme documental "YOSHIKI: UNDER THE SKY". Agora, ele está pronto para embarcar em uma turnê de música clássica que o levará a locais históricos no Japão, nos EUA e no Reino Unido.

YOSHIKI tirou um tempo de sua agenda apertada para conversar com o JaME sobre seu filme, a turnê que está por vir, como é se tornar o primeiro artista japonês a ser imortalizado no cimento do Chinese Theatre em Hollywood e como continuar desafiando os limites da criatividade.

Sua Classical World Tour começa em breve, com performances em Tóquio, Londres, Los Angeles e Nova York. O que os fãs podem esperar ver de inédito nessas apresentações?

YOSHIKI: Eu tenho feito muitos show com artistas do rock, bem como como artistas clássicos. então, nesta turnê, eu vou cominar essas coisas de algum jeito. Quero dizer, a base é a música clássica, mas vou tocar algumas músicas de um jeito chocante. Vou adicionar alguns elementos do rock. Eu nunca fiz isso antes, então veremos. Ainda estou no meio dos ensaios, tentando chegar as decisões finais.

Tokyo Garden Theatre, Royal Albert Hall, Dolby Theatre e Carnegie Hall — você é o primeiro artista japonês a se apresentar em todos esses lugares históricos. Por que eles são especiais para você? Como foi a escolha para essa turnê?

YOSHIKI: As ofertas de todos eles vieram ao mesmo tempo. Meu agente nos EUA me perguntou se eu queria me apresentar neles, e a turnê já estava planejada na época do falecimento da minha mãe. Depois disso, eu meio que hesitei; eu estava quase desistindo. Eu estava tão triste. Eu não estava pronto para o impacto tão grande que foi a morte da minha mãe e como isso mexeu comigo. Mas, ao mesmo tempo, eu sentia que precisava fazer isso para seguir em frente e também estava muito grato por aquelas casas de show me convidarem para me apresentar nelas. Vai ser desafiador, mas tenho que agradecer ao meu agente e aos fãs que me apoiaram.

Você é uma figura proeminente na indústria musical e é conhecido pela música clássica e pelo rock. Como você combina esses gêneros em um único show?

YOSHIKI: Hmm, eu não sei. Acho que a minha força é que eu consigo criar os dois tipos de música. Então, eu poderia fazer isso muito bem até o fim. Posso alternar entre piano e bateria, algo assim. Como eu disse, estou criando a setlist e finalizando a produção neste exato momento.

Seu primeiro filme como diretor, “YOSHIKI: UNDER THE SKY”, tem chamado muita atenção. Nele, você trabalhou com uma ampla variedade de artistas, incluindo The Chainsmokers, St. Vincent, HYDE e SUGIZO. Qual foi a inspiração por trás deste projeto?

YOSHIKI: Mesmo que eu tenha colaborado com alguns artistas incríveis no filme, a melhor parte foi colaborar com os meus fãs em Endless Rain. Quando eu comecei o projeto, eu só queria animar as pessoas. Eu queria agradecer aos meus fãs. Como este projeto começou durante uma pandemia, foi meio que um momento muito, muito obscuro. Como músico, como artista, é meio que a minha missão fazer as pessoas felizes, fazer com que as pessoas se inspirem de alguma forma. Então, foi assim que começou.


Então, este projeto não é só um filme musical, ele tem uma mensagem pessoal sobre a vida. Poderia explicar essa mensagem para os fãs que ainda não assistiram ao filme?

YOSHIKI: Este filme é um tipo de híbrido entre um filme musical e uma história dramática. Como é um documentário, não tem um roteiro nem nada do tipo, apenas o que realmente aconteceu. Então, você ficará chocado com o desfecho dele. Mas eu queria transmitir a mensagem de que a música pode unir as pessoas. E também, “não desista”, basicamente. Eu já vivenciei muitas perdas, mas ainda estou aqui por causa do amor dos meus fãs. Ainda estou vivo. Então, é tipo “nós não vamos desistir"; esse tipo de mensagem.

Você é o primeiro artista japonês a ser homenageado no pelo Chinese Theatre em Hollywood. Como você se sente ao pensar que daqui há décadas, um jovem compositor ou baterista poderá encaixar as mãos nas suas?

YOSHIKI: Se eu pude fazer isso, qualquer um pode. (risos) Eu só me esforcei muito e tenho sorte. Eu tenho fãs incríveis. Claro que eu tenho me esforçado muito para fazer músicas bonitas. Mas eu não sou diferente de outros artistas incríveis, então se eu posso fazer isso, qualquer um pode. Continue tentando e seu sonho se tronará realidade.

parece que você não consegue diminuir o ritmo. Como você se mantém motivado a continuar desafiando os limites criativos?

YOSHIKI: Uma pergunta interessante. Eu não sei – Eu ainda estou respirando, estou no mundo, ainda estou vivo. Então, que quero fazer o máximo que der enquanto ainda posso. Só quero me esforçar para agradar meus fãs.

Além da sua turnê de música clássica e do seu filme, você é líder do supergrupo THE LAST ROCKSTARS. O show da banda em Los Angeles acontecerá em novembro. Eu entrevistei o MIYAVI no Brasil em julho, e ele demonstrou interesse em levar a banda para outros países. Então, os fãs podem sonhar com uma turnê que inclua a América Latina e a Europa algum dia?

YOSHIKI: Seria incrível. Eu sinto saudades desses países que visitei com a X JAPAN… Brasil, Argentina, Peru, México e Chile. Sim, sinto falta deles. E sim, há uma grande possibilidade de isso acontecer em um futuro próximo.

A YOSHIKI Classical 10th Anniversary World Tour with Orchestra 2023 "Requiem" de YOSHIKI terá início no Tokyo Garden Theatre em 7 de outubro, passando por Londres e Los Angeles antes do encerramento em Nova York em 28 de outubro. Os ingressos estão disponíveis aqui.


O teaser do single lançado em agosto Psycho Love da THE LAST ROCKSTARS pode ser visto abaixo, seguido por uma performance de Requiem, uma música que YOSHIKI escreveu para sua mãe.