Entrevista Exclusivo

Entrevista com Mori Calliope

09/12/2023 2023-12-09 12:00:00 JaME Autor: Christine, Anthony Hery Tradução: Nana

Entrevista com Mori Calliope

Mori Calliope, VTuber da hololive e primeira aprendiz da Morte, conversou conosco sobre música, mangá e receber os fãs em seu próprio inferno pessoal.


© Mori Calliope. All rights reserved.

Mori Calliope foi o primeiro talento da agência de VTubers japoneses hololive Production a estrear em um grupo de língua inglesa, o hololive English -myth-. A primeira aprendiz da Morte causou uma forte impressão desde o início, revelando uma música de hip-hop agressiva e anunciando o lançamento de um EP original no final de sua primeira transmissão. Três anos depois, esta artista multitalentosa agora faz parte de uma grande gravadora e recentemente foi incumbida de cantar uma música oficial em comemoração ao lançamento do volume 106 do mangá de "ONE PIECE".

Ela lançou o EP JIGOKU 6 em agosto, que conta com colaborações de músicos japoneses populares como TK from Ling tosite sigure, Hidefumi Kenmochi (Wednesday Campanella) e a cantora, compositora e rapper Reol. Um pouco antes de o EP ser lançado, o JaME teve a oportunidade de conversar com ela sobre música, mangá, lives e planos para o futuro.

Como você descreveria a sua música para os leitores que não estão familiarizados com o seu trabalho?

Mori Calliope: Ela com certeza é única, mas talvez você goste se for fã de música alterativa. Cada faixa é composta de muita loucura e espirais de pensamentos.

Como você se interessou pela cena musical japonesa? Houve algum artista ou música em particular que a atraiu?

Mori Calliope: Eu estava ouvindo música no YouTube que foi postada do Nico Nico Douga (um site japonês de vídeos como o YouTube) e, naquela época, a maior parte era rap japonês. FAKE TYPE., Rainy Blue Bell, Rapbitnqrse eram os que eu mais ouvia.

Pode nos explicar sobre o conceito do EP JIGOKU 6?

Mori Calliope: Como o álbum SINDERELLA foi sobre 10 pecados capitais, imaginei que a progressão natural seria “ir para o inferno”, em que cada nível é representado por uma música. É o meu próprio inferno pessoal e não é baseado em nenhum lugar ficcional ou conhecimento preexistente.


O EP terá um som mais rock que seus trabalhos anteriores. O que motivou essa mudança? As músicas que você escuta mudaram recentemente?

Mori Calliope: Eu era fã de rock alternativo antes de ser fã de rap. Enquanto criava música, percebi que eu gostava só do rap japonês mesmo, e não encontrava um som ou identidade que me agradasse enquanto flutuava entre as cenas muito diferentes do rap japonês e dos outros tipos de rap. Não é só o som que é diferente, são os valores, as tendências, o estilo – eu acho que sou descolada, mas há certo TIPO de "descolado" necessário para se destacar e ser respeitado como rapper, e eu não tenho isso, nunca tive. Você não precisa ser "descolado" na cena japonesa de rap, mas lá fora, você "morre" sem isso. E eu não estava disposta que isso acontecesse. Então, decidi recuar um pouco para onde me sinto mais confortável e combinar o que aprendi do rap japonês com o som de rock alternativo que sempre amei, e tudo se encaixou. Também pensei "o que me orgulha nas músicas que faço?" e tentei combinar esses pontos. Pensei muito criticamente sobre minha música e analisei meus próprios sentimentos nos últimos meses.

Apesar desta mudança de sonoridade, você acha que mudou de outras formas, como musicista ou streamer, desde sua estreia em 2020?

Mori Calliope: Sim, eu faço músicas melhores. Às vezes, gostaria de ter começado na hololive como uma musicista melhor, porque tenho muito orgulho do trabalho que produzo agora. Eu poderia ter usado essa confiança para criar uma primeira impressão que fosse melhor. Mas não temos como voltar no tempo, então meu objetivo agora é me concentrar em fazer a mim mesma e aos fãs atuais felizes.

A arte da capa de JIGOKU 6 foi desenhada por Kei Urana, autor do mangá “Gachiakuta”. Como isso aconteceu? Você teve alguma influência no design?

Mori Calliope: Eu fiz o pedido porque sou uma grande fã do mangá. Na verdade, não dei nenhuma direção ao Urana-sensei porque já sou muito fã de sua arte. Então, quando recebi o primeiro rascunho, só disse "Está ótimo! Continue assim!". Não gosto de direcionar a visão de um colega artista (a menos que estejam produzindo uma faixa para uma música sobre a qual tenho uma ideia específica), porque o resultado sempre é mil vezes melhor.

Você também é artista e animadora e criou sozinha o MV da música NEZUMI Scheme de SINDERELLA. Você fará algo desse tipo para esse EP?

Mori Calliope: Eu fiz um MV semianimado para minha música favorita do EP, Black Sheep. Não tive tanto tempo para animá-lo completamente, mas acho que a vibe se encaixa bem com a música, então quero que todos vocês assistam.


Falando em NEZUMI Scheme, como foi trabalhar com a FAKE TYPE. nessa música?

Mori Calliope: Foi um sonho realizado! Eles são minha banda favorita há tempos, então o fato de termos feito algo juntos é definitivamente uma coisa que vou lembrar pelo resto da minha vida.

JIGOKU 6 tem algumas parcerias importantes, como a música de “ONE PIECE”. Como foi cantar uma música ligada a uma franquia tão popular?

Mori Calliope: Eu amo "ONE PIECE" desde a minha infância. Não achei que a oferta fosse real no início, então meio que ignorei como se não fosse acontecer. Mas quando aconteceu, eu fiquei muito nervosa. Não sabia se estava à altura do desafio de produzir algo bom o suficiente para a série. Então eu fiz, e pessoas que nem sabiam quem eu era estavam ouvindo música e elogiando meus vocais – definitivamente não esperava essa recepção! Estou muito feliz por ter tido essa oportunidade.


Você é fã de “ONE PIECE”? Se sim, com qual personagem você mais se identifica?

Mori Calliope: Ah sim, eu costumava ler a Shonen Jump o tempo todo quando era criança e acompanhei "ONE PIECE" ao longo da minha vida. Dizer que eu gosto muito do Luffy é provavelmente bem básico, mas, como a vida é tão complicada, sinto que a simplicidade dele é muito reconfortante para mim e uma lufada de ar fresco. Também gosto muito do Doflamingo. Tudo começou com um amigo da faculdade que desenhava ele o tempo todo. Esse cara é terrível, mas não consigo deixar de gostar dele. Também adoro a Uta, embora ela seja uma personagem mais recente. Eu vi o "FILM RED" três vezes nos cinemas: duas no Japão e uma nos Estados Unidos.

Já que o Brook de “ONE PIECE” também é um músico que controla almas, na sua opinião, quem ganharia uma luta entre vocês dois?

Mori Calliope: Tecnicamente falando, como esqueleto, ele é automaticamente um "Dead Beat" (meu fã), quer ele goste ou não. Então, acho que no fim, ele teria que se curvar para mim como vencedora. Sinto que seríamos bons amigos depois de tudo!


Se você pudesse criar uma música para qualquer outra série de anime ou mangá, qual escolheria e por quê?

Mori Calliope: "Gachiakuta", porque é o meu favorito e acho que meu estilo musical se encaixa! Especialmente com a direção que estou tomando agora na minha música. O mangá teve um papel inspirador na nova energia que coloquei no meu trabalho. Mas eu adoraria cantar uma abertura ou encerramento para qualquer série sombria ou cheia de ação.

Recentemente, você teve a oportunidade de apresentar Future Island ao vivo em um outdoor no Japão. Como foi essa experiência?

Mori Calliope: Na verdade, eu não sabia como seria, mas ver os Dead Beats se reunirem no Japão foi surreal! Eu não achava que tinha muitos fãs lá, mas muitos deles esperaram por mim. E ser uma espécie de música de fundo para as pessoas ocupadas do Japão, mesmo que por apenas 5 minutos, foi estranhamente muito legal.

Você fez uma parceria com TK from Ling tosite sigure em six feet under. Pode explicar um pouco sobre a inspiração por trás dessa música?

Mori Calliope: Eu queria escrever sobre a minha história, desde o início, ainda com olhos brilhantes e sem saber realmente nada sobre o que eu estava fazendo, mas cheia de sonhos. Conforme a história avança, coisas boas acontecem, é claro, mas muitos tons de rosa desaparecem, e os sonhos são esmagados; as pessoas que você achava que estavam do seu lado começam a se afastar e partir. Continuar fazendo o que você ama é difícil quando há tantos outros fatores externos que tornam impossível se concentrar no motivo de você amar o que faz, e o medo do fracasso e do abandono na indústria da música é potente e implacável. TK achou que era um pouco introspectivo demais e que eu deveria me abrir um pouco para incluir melhor o meu público, ou seja, como me sinto em relação a ELES, onde o ouvinte se encaixa. Acho que isso ajudou a transformar a música de algo melancólico cheio de autopiedade e autoaversão em uma reflexão sombria da jornada até agora, o que também responde à pergunta "Por que eu ainda faço isso?" É tudo por vocês.


Com tantas grandes conquistas recentemente, quais são seus objetivos para o futuro? Existe algo na música que você sonha alcançar?

Mori Calliope: Agora eu só quero mesmo fazer música que me deixe feliz. Alcançar mais pessoas é legal e tudo, mas não é o que me ajuda a dormir à noite. Eu sempre quis gostar da minha própria música e sinto que finalmente cheguei nesse ponto. Se estamos falando de oportunidades, adoraria ver minha música em uma abertura ou encerramento de anime ou em um videogame. Sinto que isso é um sonho para muitos de nós da hololive. Também adoraria fazer uma turnê de verdade um dia.

Você também faz regularmente lives de jogos e arte, além de conteúdo no estilo de programa de variedades no seu canal no YouTube. Se você tivesse que escolher três lives para recomendar a qualquer pessoa que ainda não conhece seus outros conteúdos, quais escolheria?

Mori Calliope: Tem os vídeos de alguns jogos que foram os mais difíceis de jogar, como "Elden Ring", "Everhood" e "Jump King". Eles realmente testaram a minha paciência, mas renderam ótimos momentos. Existem também jogos baseados em histórias como "LIVE-A-LIVE" e "Earthbound", que se tornaram momentos de união entre eu e minha comunidade, então eu recomendaria vê-los apenas porque tem muita coisa legal lá e a interação com a minha comunidade. Eu também fiz uma série de bate-papos em inglês com os nossos membros japoneses, que foi muito divertida! Recomendei mais do que três, mas eu recomendaria todos.


Há alguma ideia de live que você sempre quis tentar como VTuber, mas não conseguiu tornar realidade?

Mori Calliope: Eu meio que quero brincar às vezes e fazer uma falsa transmissão de "mind break", mas acho que há muitos fãs que se preocupariam e levariam isso longe demais. Eu tenho que estar ciente de toda a minha fanbase quando decido sobre o que transmitir, e, às vezes, tenho que tomar decisões difíceis que talvez comprometam a minha criatividade, mas as coisas são assim; faz parte de ser profissional.

A hololive English fez recentemente seu primeiro show, Connect the World, em Los Angeles. Algum momento específico do evento ou dos preparativos para ele se destaca na sua memória quando você relembra esse show?

Mori Calliope: Meu salto com o baixo no clímax da música. Aquilo foi muito legal. Espero que mantenham isso no Blu-ray, se algum dia tivermos um.

Por favor, deixe uma mensagem para seus fãs ao redor do mundo.

Mori Calliope: Eu gosto muito de todos os meus fãs pelo mundo! Eles me apoiaram até este momento e sou muito grata a todos eles! Para todos os meus novos ouvintes e fãs, por favor, confiram JIGOKU 6 e não deixem de assistir às minhas transmissões no YouTube!

O JaME gostaria de agradecer à Mori Calliope e à Cara Wodnicki por tornarem esta entrevista possível.


Os links ouvir JIGOKU 6 nas plataformas musicais estão disponíveis aqui.

Um vídeo de Mori Calliope cantando Future Island no outdoor YUNIKA VISION em Shinjuku em julho pode ser visto a seguir

 Ouça "JIGOKU 6"  Compre uma cópia física de "JIGOKU 6"  Veja Mori Calliope no YouTube
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