Entrevista com Mori Calliope
Mori Calliope, VTuber da hololive e primeira aprendiz da Morte, conversou conosco sobre música, mangá e receber os fãs em seu próprio inferno pessoal.
Mori Calliope foi o primeiro talento da agência de VTubers japoneses hololive Production a estrear em um grupo de língua inglesa, o hololive English -myth-. A primeira aprendiz da Morte causou uma forte impressão desde o início, revelando uma música de hip-hop agressiva e anunciando o lançamento de um EP original no final de sua primeira transmissão. Três anos depois, esta artista multitalentosa agora faz parte de uma grande gravadora e recentemente foi incumbida de cantar uma música oficial em comemoração ao lançamento do volume 106 do mangá de "ONE PIECE".
Ela lançou o EP JIGOKU 6 em agosto, que conta com colaborações de músicos japoneses populares como TK from Ling tosite sigure, Hidefumi Kenmochi (Wednesday Campanella) e a cantora, compositora e rapper Reol. Um pouco antes de o EP ser lançado, o JaME teve a oportunidade de conversar com ela sobre música, mangá, lives e planos para o futuro.
Como você descreveria a sua música para os leitores que não estão familiarizados com o seu trabalho?
Mori Calliope: Ela com certeza é única, mas talvez você goste se for fã de música alterativa. Cada faixa é composta de muita loucura e espirais de pensamentos.
Como você se interessou pela cena musical japonesa? Houve algum artista ou música em particular que a atraiu?
Mori Calliope: Eu estava ouvindo música no YouTube que foi postada do Nico Nico Douga (um site japonês de vídeos como o YouTube) e, naquela época, a maior parte era rap japonês. FAKE TYPE., Rainy Blue Bell,
Rapbit e nqrse eram os que eu mais ouvia.
Pode nos explicar sobre o conceito do EP JIGOKU 6?
Mori Calliope: Como o álbum SINDERELLA foi sobre 10 pecados capitais, imaginei que a progressão natural seria “ir para o inferno”, em que cada nível é representado por uma música. É o meu próprio inferno pessoal e não é baseado em nenhum lugar ficcional ou conhecimento preexistente.
Mori Calliope: "Gachiakuta", porque é o meu favorito e acho que meu estilo musical se encaixa! Especialmente com a direção que estou tomando agora na minha música. O mangá teve um papel inspirador na nova energia que coloquei no meu trabalho. Mas eu adoraria cantar uma abertura ou encerramento para qualquer série sombria ou cheia de ação.
Recentemente, você teve a oportunidade de apresentar Future Island ao vivo em um outdoor no Japão. Como foi essa experiência?
Mori Calliope: Na verdade, eu não sabia como seria, mas ver os Dead Beats se reunirem no Japão foi surreal! Eu não achava que tinha muitos fãs lá, mas muitos deles esperaram por mim. E ser uma espécie de música de fundo para as pessoas ocupadas do Japão, mesmo que por apenas 5 minutos, foi estranhamente muito legal.
Você fez uma parceria com TK from Ling tosite sigure em six feet under. Pode explicar um pouco sobre a inspiração por trás dessa música?
Mori Calliope: Eu queria escrever sobre a minha história, desde o início, ainda com olhos brilhantes e sem saber realmente nada sobre o que eu estava fazendo, mas cheia de sonhos. Conforme a história avança, coisas boas acontecem, é claro, mas muitos tons de rosa desaparecem, e os sonhos são esmagados; as pessoas que você achava que estavam do seu lado começam a se afastar e partir. Continuar fazendo o que você ama é difícil quando há tantos outros fatores externos que tornam impossível se concentrar no motivo de você amar o que faz, e o medo do fracasso e do abandono na indústria da música é potente e implacável. TK achou que era um pouco introspectivo demais e que eu deveria me abrir um pouco para incluir melhor o meu público, ou seja, como me sinto em relação a ELES, onde o ouvinte se encaixa. Acho que isso ajudou a transformar a música de algo melancólico cheio de autopiedade e autoaversão em uma reflexão sombria da jornada até agora, o que também responde à pergunta "Por que eu ainda faço isso?" É tudo por vocês.
Mori Calliope: Agora eu só quero mesmo fazer música que me deixe feliz. Alcançar mais pessoas é legal e tudo, mas não é o que me ajuda a dormir à noite. Eu sempre quis gostar da minha própria música e sinto que finalmente cheguei nesse ponto. Se estamos falando de oportunidades, adoraria ver minha música em uma abertura ou encerramento de anime ou em um videogame. Sinto que isso é um sonho para muitos de nós da hololive. Também adoraria fazer uma turnê de verdade um dia.
Você também faz regularmente lives de jogos e arte, além de conteúdo no estilo de programa de variedades no seu canal no YouTube. Se você tivesse que escolher três lives para recomendar a qualquer pessoa que ainda não conhece seus outros conteúdos, quais escolheria?
Mori Calliope: Tem os vídeos de alguns jogos que foram os mais difíceis de jogar, como "Elden Ring", "Everhood" e "Jump King". Eles realmente testaram a minha paciência, mas renderam ótimos momentos. Existem também jogos baseados em histórias como "LIVE-A-LIVE" e "Earthbound", que se tornaram momentos de união entre eu e minha comunidade, então eu recomendaria vê-los apenas porque tem muita coisa legal lá e a interação com a minha comunidade. Eu também fiz uma série de bate-papos em inglês com os nossos membros japoneses, que foi muito divertida! Recomendei mais do que três, mas eu recomendaria todos.
Mori Calliope: Eu meio que quero brincar às vezes e fazer uma falsa transmissão de "mind break", mas acho que há muitos fãs que se preocupariam e levariam isso longe demais. Eu tenho que estar ciente de toda a minha fanbase quando decido sobre o que transmitir, e, às vezes, tenho que tomar decisões difíceis que talvez comprometam a minha criatividade, mas as coisas são assim; faz parte de ser profissional.
A hololive English fez recentemente seu primeiro show, Connect the World, em Los Angeles. Algum momento específico do evento ou dos preparativos para ele se destaca na sua memória quando você relembra esse show?
Mori Calliope: Meu salto com o baixo no clímax da música. Aquilo foi muito legal. Espero que mantenham isso no Blu-ray, se algum dia tivermos um.
Por favor, deixe uma mensagem para seus fãs ao redor do mundo.
Mori Calliope: Eu gosto muito de todos os meus fãs pelo mundo! Eles me apoiaram até este momento e sou muito grata a todos eles! Para todos os meus novos ouvintes e fãs, por favor, confiram JIGOKU 6 e não deixem de assistir às minhas transmissões no YouTube!
O JaME gostaria de agradecer à Mori Calliope e à Cara Wodnicki por tornarem esta entrevista possível.
Os links ouvir JIGOKU 6 nas plataformas musicais estão disponíveis aqui.
Um vídeo de Mori Calliope cantando Future Island no outdoor YUNIKA VISION em Shinjuku em julho pode ser visto a seguir