Confira o Perfil do Fã de Jmusic no Brasil

Esta matéria tem como objetivo ilustrar para os novos fãs e os interessados em se aprofundar dentro da música Pop e Rock japonesa, o perfil do fã que está presente no Brasil, os lugares onde se encontram, como se comportam e como começaram a apreciar o estilo. Também foi possível através desta criar uma linha do tempo de como a música japonesa foi se consolidando aqui para hoje ter tantos fãs.

Para mapear tudo isto fizemos uma enquete em alguns focos importantes: os fóruns Ongaku e o fórum do Jpop.com.br, além também do orkut, nas comunidades J-POP BRASIL, J-Rock ~ Visual Kei e J-rock & Visual Kei.

As perguntas foram feitas pensando nas questões mais debatidas em todas estas comunidades.

Para a pergunta número um esperava-se uma resposta um tanto óbvia. E ela veio conforme esperávamos.

“Quando e porque começaram a ouvir música japonesa?”

Quase que todos os fãs que responderam a enquete dizem que os animes, como DNA², Furi-Kuri, X-1999 e DBZ, são responsáveis pelo seu interesse inicial em procurar a música japonesa. Interessante que muitos ainda afirmam que já não mais assistem anime com freqüência, e que a J-music os ajudou a ver com outros olhos estilos musicais de todo o tipo.
Essa resposta era um tanto óbvia para todos, pois é muitíssimo comum as bandas de sucesso no Japão serem convidadas a gravar temas de abertura para os desenhos, e até mesmo por lá, quando o fazem, ganham muito mais espaço para divulgar seu trabalho.

Contudo, dentro da colônia japonesa, percebe-se que a família também auxilia muito no interesse por essa busca, trazendo CDs e DVDs importatos para presentear os mais jovens. Afinal a barreira lingüística e até mesmo a geográfico não os afeta tanto.


Na segunda pergunta queríamos constatar uma revolta por parte de muitos hoje em dia. A resposta surpreendeu um pouco pela sua diversidade, mas não se distanciou muito do esperado. Para juntar todas as respostas, teremos que, inevitavelmente, montar uma linha do tempo, que facilitará e muito o entendimento do histórico do estilo no Brasil.

“Qual foi, num primeiro momento, sua impressão dos adeptos do estilo? E hoje, qual é”

199?-2000 – Poucos eram realmente fãs e os poucos que eram realmente fãs se fechavam em grupinhos pequenos que pouquíssimo se falavam. Estar atual ao cenário japonês era quase impossível, somente estando atualizado aquele que tinha acesso ao produto original.
Os animes começavam a ganhar espaço e as músicas de abertura já tinham um público fiel. Ainda era uma época em que os fãs valorizavam o outro fã por causa do pouquíssimo público que existia. A grande maioria era fã de anime e isso não era um problema.

2000-2002 – Com o advento da internet houve facilidade em se ter acesso à música, os primeiros fóruns e grupos maiores se formavam e as pessoas começavam a se encontrar. Os fãs nessa época se valorizavam e tentavam convencer os amigos da quão boa era a música japonesa, mesmo não tendo muitos parâmetros para julgá-la.
Aqui ainda muitos eram fãs, se comportando como tal, porém começando a se desprender dos animes.

2002-2003 – Muita gente começou a conhecer a música e as divergências óbvias entre os estilos ficavam mais claras. Isto foi possível pelo advento da velocidade na internet, onde o acúmulo de músicas e vídeos era cada vez mais fácil. Aqui muitos fãs já conseguiam julgar uma banda, não mais as aprovando somente pelo fato de ser japonesa.
Também existiam fãs que gostavam mais do Pop e existiam os que gostavam mais do Rock, eram diferentes, pensavam diferente e agiam diferente. Os grupos então começaram a se formar e um certo preconceito era claro entre eles.

2004-2006 – Os “J-rockers” começaram a sair do buraco, principalmente por causa da exposição de Jmusic em grandes eventos. Se organizavam em grupos cada vez maiores e ganhavam muito destaque por conta dos fãs de visual-kei. Muitas pessoas começaram a se interessar pelo estilo e "otakus" (fãs "hardcore" de anime) em massa agora eram adeptos. Com a facilidade de acesso, que se tornava cada vez maior, qualquer um podia se dizer fã e portanto um grupo cada vez maior de antigos conhecedores sentia-se frustrado por esse crescimento.

Hoje em dia é claro o grande vão que existe entre os adeptos. Fãs antigos têm certa raiva dos novos adeptos, que se dizem antigos fãs. Novos fãs quase competem entre si para se afirmar como melhor fã. Otakus são vistos com um público péssimo para o estilo e os “J-rockers” são considerados crianças que querem se borrar com a maquiagem da mãe.

Existem e sempre existiram exceções, porém, hoje em dia, somente as divergências irracionais entre fãs, que se odeiam por um motivo óbvio, fazem o cenário existir. Falta lembrar apenas este motivo óbvio: A música japonesa tem várias vertentes, e cada vertente atrai um tipo de fã.

Fim da primeira parte.
Continuaremos na semana que vem com as outras perguntas.
Dêem sua opinião no fórum JaME