As duas bandas conversaram com o JaME na manhã após seus shows em Paris.
O Kagerou e o D'espairsRay são duas bandas que já pisaram em solo francês anteriormente, mas, para a alegria dos fãs, retornaram. Juntos, os fãs sitiaram o Trabendo.
O primeiro evento do qual os membros das bandas participaram foi uma sessão de autógrafos no famoso Hard Rock Cafe. Algumas pessoas na fila haviam esperado pacientemente desde cedo pela chegada das bandas, mas a fila tornou-se muito maior nas duas horas que precederam o horário agendado para a sessão.
O ambiente estava agradável, os fãs se juntavam, conversavam, alguns até furavam a fila, mas não importava, já que todos ali receberiam seus autógrafos. Alguns transeuntes paravam curiosos para saber o porquê de todo o movimento.
Finalmente, alguns minutos atrasados, Shizumi e Yuana (Kagerou) e Zero e Hizumi (D'espairsRay) chegaram, em meio à intensa saudação dos fãs. Depois dessa introdução, os fãs só teriam que esperar um pouco mais antes que as portas do Hard Rock Café se abrissem para permitir-lhes o acesso às bandas. Depois da sessão de autógrafos os fãs ainda teriam algo pelo qual esperar, o show da noite seguinte.
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Kagerou
A entrevista com a banda foi agendada para a manhã após o show. Daisuke e Shizumi chegaram, com óculos escuros colados à cabeça. A noite fora curta e, portanto, eles não estavam muito receptivos, visivelmente sonolentos. Depois de termos feito uma breve introdução sobre o website do JaME, seguimos direto à entrevista.
O seu novo álbum Gurou Shoku é um novo estilo do Kagerou?
Daisuke: Gurou Shoku é uma seqüencia do que já fizemos antes.
Ainda assim, é um pouco menos violento que o anterior.
Daisuke: Sim, sim, exato.
Zetsubou ni Sayonara foi filmado em Paris. Vocês têm algo a relatar sobre ele?
Shizumi: Estava frio. Muito frio.
Poderiam nos contar mais sobre o seu próximo maxi-single?
Daisuke: O assunto do single é "grandes cidades", como Tokyo ou Paris, por exemplo, onde as pessoas só pensam em dinheiro e em "velocidade". Com esta música, eu tento fazê-las procurar por uma vida melhor.
Que estilo será?
Shizumi: Uma balada.
Daisuke: Mas haverá canções mais rápidas também!
Como estava seu estado de espírito durante o Rock am Ring, comparado aos seus shows no Japão?
Daisuke: Estava normal. Nós não mudamos nossa atitude porque, se o fizermos, não seremos mais o Kagerou. É o Kagerou que queremos mostrar à platéia, sendo ela japonesa ou não.
Vocês adaptaram sua apresentação ao público europeu? Por exemplo, uma música como Idol (nosso tradutor não sabia o nome da música, então Daisuke disse o resto para ajudá-lo) kurui no shinrigaku tem uma parte onde se espera que o público cante o verso, enquanto a banda pára de tocar. Ainda assim vocês a apresentam?
(Enquanto esperávamos pela resposta, a banda bebeu o suco de laranja que lhes foi servido.)
Shizumi: Nós fazemos como sempre.
Então, isso não os incomoda?
Shizumi: Se nós fizermos nossa parte nos apresentando normalmente, então os fãs não são obrigados a cantar, eles fazem o que quiserem, seguindo ou não.
Vocês preferem casas de shows grandes, como o Shibuya Kokaido, onde vocês gravaram seu último DVD, ou as menores?
(Silêncio súbito...)
Daisuke: Nós não temos nenhuma preferência... Talvez um pouco as menores.
Shizumi: Desde que possamos nos apresentar, o lugar não importa muito!
Quais são suas impressões sobre a turnê?
(Eles se entreolham, procurando a resposta no olhar sonolento um do outro)
Daisuke: Foi bem. Posso dizer a mim mesmo: "Ah, realmente fizemos algo bom!"
Desde o começo da entrevista, Shizumi esteve consultando um pequeno livro para aprender francês. Eu lhe pergunto se ele estaria disposto a fazer um longo discurso na próxima vez que vier (à França).
Shizumi: (risos) Como eu sou baterista, eu sempre vou me expressar através do ritmo da bateria.
Você é um baterista bastante expressivo, o que é chocante quando alguém os vê ao vivo pela primeira vez.
Shizumi: Merci beaucoup (Muito obrigado).
Não há de que (sorriso vago).
Daisuke: É, eu também acho (risos).
Sim. Daisuke, por sinal, você era baterista na antiga banda (Fatima) quando eu o vi pela primeira vez.
Daisuke: (surpreso) Oooh! (se esconde sob o cigarro)
Shizumi: Você já esteve no Japão?
Sim, e eu os vi.
Daisuke e Shizumi: (surpresos) Oooh!
Muito obrigada por esta entrevista e eu lhes desejo uma boa viagem de volta ao Japão. Obrigada de novo pelo ótimo show!
Daisuke: Eu amo a Europa, aqui é ótimo.
A Europa também ama vocês! (Ambos abrem grandes sorrisos)
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D'espairsRay
A entrevista com o D'espairsRay aconteceu a seguir, com Karyu e Zero. Eles não pareciam tão sonolentos, mas infelizmente a entrevista teria de ser encurtada porque eles estavam atrasados.
Por que vocês colocaram duas músicas mixadas na edição normal do seu CD, mas não puseram nenhuma na edição de colecionador?
Karyu: Na edição de colecionador há fotos e na versão normal há os remixes. A primeira era para pessoas que já conheciam a banda, enquanto a segunda é para aqueles que desejam saber mais sobre nós, o que explica os remixes adicionais.
Yokohama Kazutoshi fez os remixes; nós o conhecemos por seu trabalho com Lucy e Aki (ex. Laputa). Como vocês acabaram trabalhando juntos?
Karyu: Ele é um de nossos amigos, nós saímos pra beber e, pouco a pouco, decidimos fazer algo juntos.
Vocês gostariam de fazer algo mais eletrônico?
Karyu: Nós não pretendemos realmente fazer música eletrônica, mas se, enquanto compondo as músicas, o trabalho tender a tal estilo, então nós faremos. Mas se houver outra influência, nós iremos em outra direção. Nada é definido.
Por que vocês esperaram cinco anos para lançar um álbum?
Karyu: Nós não pensamos muito em fazer um álbum, só vamos compondo músicas, o que faz com que, em vez disso, lancemos maxi-singles e mini-álbuns. Quando lançar um álbum tornou-se favorável, nós o fizemos. Mas podia ter sido mais cedo ou mais tarde. Nós lançamos BORN com um bom número de faixas, mas a época não era apropriada para um álbum completo.
Os seus shows na Europa e na América mudaram o seu estilo?
Karyu: Escrever músicas é a nossa prioridade e nós vemos isso como "dar parte de nós mesmos". Não mudamos nosso estilo para agradar às pessoas. É por isso que não queremos adaptar nossas músicas a diferentes públicos. Só queremos expressar nossos sentimentos.
Vocês se prepararam de alguma forma diferente para este show na Europa?
Karyu: Eu estava impressionado com o público e a sua vitalidade. Nós não estávamos no nosso melhor, mas fizemos bem igual.
(O celular de Zero toca, eu falo que o toque dele é igual ao meu... Karyu e eu rimos, mas nós somos obrigados a encerrar a entrevista porque a banda está muito atrasada.)
Qual é a sua melhor impressão sobre a França?
Karyu: O que mais me surpreendeu foi o público, eles estavam tão animados! Eles são muito abertos, isso nos permitiu fazer um ótimo show.
Então, vocês estão prontos para voltar?
Karyu: Sim, com certeza! (grande sorriso)
Vocês têm algo a dizer aos seus fãs?
Zero: Nós fomos à América e à Europa, e eu acho que o público francês é muito entusiasmado, por isso podemos dar o nosso melhor durante os shows.
Karyu: Eu amo a atmosfera da Europa, eu realmente quero voltar e gostaria de pedir aos nossos fãs que esperem por nós!
Muito obrigada!
Tradutor: Joe
Agradecimentos à Free Will Europe, Sweet Child, Kagerou e D'espairsRay.