Por volta das nove e meia da manhã a conferência de imprensa com o
Plastic Tree começou no Beethoven Hall. A imprensa selecionada e alguns fãs puderam perguntar diversas questões, a maioria respondida pelo vocalista
Ryutaro e pelo baixista
Tadashi. Depois de
Ryutaro cumprimentar o público com 'Guten morgen' que significa 'bom dia' em Alemão, a conferência de imprensa começou.
Conferência de imprensa:
O Circo parece ser um tema recorrente para o Plastic Tree o que lhes fascina no circo?
Ryutaro: O circo sempre aparecia na minha cidade natal, Chiba. Eu sempre fui fascinado pelo circo porque as pessoas que trabalham nele sempre viajam de cidade para cidade e eu gostaria de fazer isso também; era algo diferente.
O Plastic Tree já está na estrada por algum tempo. Qual sua maior realização? Do que mais vocês se orgulham?
Tadashi: Nós somos muito orgulhosos de nosso primeiro show one-man dez anos atrás. Depois disso, de nosso primeiro show fora do Japão; em Berlim, ano passado.
O que mais lhes atrai em estar em cima do palco?
Ryutaro: Quando uma pessoa está no palco ela pode deixar suas emoções fluirem livremente. Normalmente, no dia-a-dia, as pessoas tem que se comportar mais conscientes, no palco não.
Por que vocês acham que tantas pessoas na Europa gostam de música japonesa?
Tadashi: Porque o estilo das músicas japonesas e européias são muito diferentes uma da outra.
As suas performances anteriores na Europa influenciaram em algo o processo de composição das músicas?
Ryutaro: Sim, claro! (risos)
De que forma?
Ryutaro: Nós tivemos muitas experiências novas e pudemos aprender uma porção de coisas novas também... Os lugares em que estivemos eram diferentes e também a reação da platéia. Foi tudo muito inspirador para nós.
Como vocês diferenciariam os fãs japoneses e alemães?
Tadashi: Nós percebemos que mesmo que exista um problema de comunicação, os fãs alemães entendem nossa música; algo que nos surpreendeu. Além disso eles também são mais barulhentos e malucos!
Bucchi, quando você decidiu que gostaria de tocar numa banda?
Hiroshi: Antes de entrar para o
Plastic Tree, eu nunca tinha tocado em uma banda major. Eu participei da audição e me encaixei na banda.
E antes de entrar para o Plastic Tree?
Hiroshi: Eu toquei em outras bandas, tive alguns outros trabalhos e até trabalhei como músico de estúdio.
Como vocês vão celebrar o aniversário da banda?
Ryutaro: No dia 8 de setembro nós vamos tocar o 'Zero-concert' no Nippon Budokan em Tóquio.
Vocês ficarão ativos na Europa? Tem algum projeto planejado?
Ryutaro: Nosso primeiro CD
What is Plastic Tree foi lançado recentemente por aqui. As cidades européias são fascinantes assim como sua cultura. Eu gostaria de viver aqui e trabalhar por aqui por um ano.
Quais dos shows na Europa lhes deixaram as melhores impressões? E por que?
Tadashi: O show em Berlim ano passado foi de tirar o fôlego. Eu me senti como se quase fosse desmaiar. Foi uma ótima experiência.
Ano passado em Berlim vocês também tocaram músicas velhas como Psycho Garden.
Como vocês escolheram as músicas velhas que iriam tocar?
Tadashi: Levando em conta que era nosso primeiro show no exterior, nós escolhemos as músicas que mais gostavámos na época para presentea-las para a platéia, e escolhemos também as músicas que para nós melhor representavam o que é o
Plastic Tree.
O Plastic Tree já existe por algum tempo; qual é o segredo por trás de estarem juntos numa banda por tanto tempo?
Ryutaro: Nós somos um time, e no palco nós simplesmente nos completamos. Nós temos uma ligação bem forte um com o outro e juntos nós estamos numa posição em que podemos escrever ótimas músicas.
Vocês já beberam a cerveja alemã?
(todos olham para Akira)
Akira: Umai! (tem gosto bom). Ontem nós bebemos 'Kölsch' (um tipo de cerveja da cidade de Colônia). Muito Kölsch! (todos riem)
Ryutaro: Era muito boa, eu bebi como se fosse chá verde. No fim, eu estava bêbado. (risos)
Como vocês relaxam depois de shows?
Ryutaro: No Japão eu durmo bastante. Mas aqui, na Alemanha, eu quero mais é ver tudo, explorar tudo, então é por isso que eu não durmo muito aqui.
Pessoalmente, quais músicas vocês ouvem? O que lhes inspira?
Tadashi: Nós gostamos de diferentes estilos de música, rock, techno e música acústica. Nós pegamos as impressões que ganhamos dessas músicas e as combinamos, então, não há nenhuma influência direta.
Vocês têm alguma expectativa especial para o show de hoje?
Ryutaro: Sim!
Ano passado em Berlim, vocês tocaram uma versão instrumental da música Kiss Me
do The Cure. Por que vocês a tocaram dessa forma?
Tadashi: O
The Cure significa muito para nós e pode-se dizer que eles são nós heróis!
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Depois da conferência, nós tivemos a oportunidade de ter uma rápida entrevista com o
Plastic Tree.
Entrevista:
O novo álbum do Plastic Tree chama Nega to Posi
, que pode ser traduzido como "negativo e positivo". É esse o conceito do álbum?
Ryutaro: Não, nós nem tinhámos um conceito em mente quando começamos a fazer o álbum. Nós já estamos na estrada por mais de dez anos e queríamos mostrar o que é o Plastic Tree, o que nós representamos.
O que vocês acham desse álbum em comparação com os outros?
Ryutaro: Foi muito importante que nós mesmos ficamos satisfeitos com o álbum. Em comparação com os outros álbum, ele se distingue, por exemplo, com vários sons que parecem 'quebrados', o que foi feito de propósito, porque nós queríamos mostrar aspectos diferentes.
Quais músicas são suas favoritas e por que?
Tadashi: Eu gosto mais de
Elegy. A música traz vida ao que eu gostaria de tocar com o
Plastic Tree.
Ryutaro:
Andro Metamorphose! Eu acho que quando as pessoas ouvirem essa música, elas se sentirão muito felizes e é por isso também que a música é mais longa; tem um significado importante pra mim.
Hiroshi:
Kuroi Kasa. Com essa música eu quis mostrar meu próprio estilo e eu acho que consegui. Eu gosto de ser baterista.
Akira: A minha música favorita é
Mujineki. A música é bem complicada e é por isso que eu gosto dela. Eu acho que é algo tipicamente japonês.
Antes de lançar Nega to Posi
, vocês lançaram dois singles, duas baladas, Spica
e Makka na Ito.
Comparadas com essas músicas, é surpreendente quão pesadas são as músicas no álbum. Por que vocês escolheram lançar essas músicas, em particular, como singles?
Tadashi: Honestamente, o tempo decidiu. É tudo marketing. (risos)
A música Orange
é surpreendente. Normalmente é bem fácil reconhecer os estilos das músicas do Plastic Tree, mas Orange
soa diferente. Vocês também acham que essa música difere de seu estilo 'normal'?
Akira: Ah... (risos) eu compus
Orange. A música foi composta com o uso de instrumentos eletrônicos extremamente modernos combinados com rock, do mesmo jeito que o
Led Zeppelin faz, por exemplo. Eu acho que a combinação é boa. Na verdade, eu estou surpreso, nós já experienciamos isso na Alemanha, um grande número de fãs gostam muito dessa música, você gosta dela também, certo? No Japão as pessoas não gostam muito dessa música... Eu estou muito feliz que ela foi aceita na Alemanha.
A música Fujunbutsu
começa com uma introdução de guitarra que soa um pouco como a música Smells like teen spirit
do Nirvana...
Ryutaro: Ah... Sim, está certo. Eu sou um grande fã do
Nirvana e para mim eles foram uma fonte bastante significante de inspiração. Em geral, eu gosto muito de músicas da América.
Muito obrigado pela entrevista!
Plastic Tree: Obrigado!
O JaME gostaria de agradecer a R:ID e ao
Plastic Tree pela entrevista e por poder participar da conferência de imprensa. Outros agradecimentos para Jürgen Hornschuh do
germanrock.de pelas fotos dos shows e para
Katharina Dohle pelas fotos da conferência de imprensa.