Resenha

Resenha do and world, do ACIDMAN

24/01/2008 2008-01-24 12:00:00 JaME Autor: Xper

Resenha do and world, do ACIDMAN

Resenha de um dos álbuns mais expressivos dessa banda de rock ácido.

Álbum CD

and world (Limited Edition)

ACIDMAN

Existem várias bandas de j-rock que, em geral, recebem bem menos atenção do que deveriam. Bandas que não fazem parte do contexto visual kei, ou não tiveram exposição em animes, ou simplesmente não deram a sorte de cair no gosto do ocidente ainda.

ACIDMAN, com certeza, é uma das mais injustiçadas. Com um suposto rock ácido difícil de explicar teoricamente mas bem fácil de sentir, a banda tem um trabalho bastante peculiar e único no meio das bandas deste cenário. Este álbum é bastante antigo até, mas é bastante expressivo e mostra claramente qual é a proposta da banda.

A faixa de introdução do álbum é uma bonita melodia de violão. Simples, explica bem o clima do álbum inteiro e termina na distorção que será o começo da faixa dois. Esta, world symphony é uma das faixas que eu usaria para apresentar a banda a qualquer ouvinte. A música começa com um ritmo rápido, com um riff forte e sempre presente, bateria e baixo bem marcados e assim continua, mantendo essa frênesi até crescer um pouco mais no refrão, como uma corda tensionada até quase arrebentar. Em certos momentos é obrigado a relaxar, respira-se um pouco, entra uma melodia mais lenta, mas ainda assim bem marcada, e então volta-se com a tensão. Esse trabalho fica ainda mais claro por causa da voz de Ooki, sempre muito emotiva e expressiva, dando tudo de si.

A faixa se mantém intensa até o final, quando a terceira entra, id. A tensão ainda mantém-se, com a bateria de Urayama nunca realmente parando de fazer pressão, mas esta faixa começa menos frenética. Porém vai crescendo e crescendo, de modo que no refrão a tensão fica ainda mais forte do que na primeira faixa, com Ooki esperneando com tudo. Mais para o meio novamente, algumas paradas para respirar, alguns mini solos, algumas junções bem quebradas...

A faixa quatro, River, deixa um espaço inicial para se respirar também. Uma melodia bem marcada e quebrada, bem agradável e mais pop. O refrão também, é mais meloso e tranqüilo do que os apresentados até agora, mas sem deixar de perder aquela faceta ácida, meio amargurante, do álbum inteiro.

A faixa cinco é a música mais lenta do álbum, mas ainda é bem marcada e bem ambientada, com conjuntos de riffs bem bonitos e interessantes. O refrão é bastante marcante, com Ooki novamente mostrando seu grande potencial como artista. Uma música longa e com bastante tempo de solo, mas sem se tornar enjoativa.

A partir da faixa 6 começa o trabalho instrumental de ACIDMAN. Em quase todos os álbuns lançados eles colocaram algumas destas e vale dizer que estas são realmente um dos grandes trunfos para torná-los bem particulares.

A primeira delas é SOL. Com o baixo de Satou sempre presente, trabalhando como um relógio, ela novamente é um conjunto de riffs interessantes e uma ótima marcação. Mais para o final ganha uma cara mais distorcida, com mais efeitos e barulhos se misturando ao modelo inicial. Faixa bastante sólida e bem ambientada.

A faixa 7, Ginga no Machi, mantém o ritmo e a ambientação proposta pela anterior, uma música lenta mas bastante sólida. Com junções bem quebradas, os riffs, e toda aquela coisa que você já viu até aqui. O refrão dessa é peculiarmente legal, tem um efeito de reverb legal no fundo, com uma distorção meio alta, que deixa a coisa meio confusa. Mas sem perder a lógica.

A faixa 8, Natsu No Yoin, é bastante parecida com a faixa cinco, ambas músicas lentas e com estrutura bem parecida. A faixa 9, Platanus, porém é mais pop, e começa a animar novamente, tirando um pouco do clima deprê proposto por esse meio de álbum. Os elementos interessantes continuam aparecendo, com cada vez novas variações de riffs e mini solos inusitados.

A faixa 10 é a segunda instrumental deste CD, e me lembra outra banda, Cornelius. Bem experimental, bem ambientada pra caramba, parece que foi tocada embaixo d'água. Muito bom trabalho.

Para o final do CD, essas 3 músicas meio que se complementam. A primeira Stay On Land, começa naquele clima lento que o álbum ganhou no meio. Com pouco tempo de duração já começa a crescer e acelerar e a ganhar mais vida. Com o refrão já volta a ficar mais forte e marcante. Uma faixa que ganha um pouco de impulso para enfim entrar a penúltima, Aru Shoumei.

Esta começa com um riff e com a bateria marcando tempo, logo cresce e tensiona para a melodia padrão da música. Tudo muito bem marcado, principalmente o baixo e a bateria, que fazem aquela pressão e ambientação do começo do álbum voltar a atividade. Momentos para respirar, quebradas súbitas, boa performance de todos, uma das melhores faixas do álbum.

E a última, e nem por isso mais desprezável, And World. Uma das faixas mais expressivas do álbum, mesmo depois de várias ótimas performances. Todos aparentam estar no limite da tensão, última faixa do álbum, depois de ter dado tudo de si, usando forças não convencionais para agüentar de pé...

Este álbum como todo é como uma única faixa de ACIDMAN, com varias mudanças de tensão e quebras súbitas, mas é definitivamente um álbum extremamente emocionante se escutado com bons ouvidos. Dêem-se ao trabalho!
ANúNCIO

Artistas relacionados

Lançamentos relacionados

Álbum CD 2005-12-07 2005-12-07
ACIDMAN
ANúNCIO