O JaME entrevistou o Lost Color People, uma banda com um som maduro e relaxante, após seu show na Japan Expo.
Depois de sua apresentação no mega evento Japan Expo, o Lost Color People teve um tempinho para responder algumas de nossas perguntas.
Bonjour.
Lost Color People: Bonjour!
Poderiam se apresentar para os nossos leitores que ainda não os conhecem?
Norio Mochizuki: Eu sou o guitarrista Norio.
Hideto Mukoyama: Eu sou o baixista Muko.
Hideaki Ono: Sou Ono, o vocalista.
Math: Eu sou o VJ, Math.
Shuichi Akiyama: Eu sou Shu, baterista.
Poderiam nos contar como vocês se conheceram e o que motivou vocês a se tornarem músicos?
Norio: Todos nós tocávamos em bandas diferentes com vários estilos quando éramos estudantes. Foi bem natural nos juntarmos para formar esta banda. Foi o destino. Nós queríamos compartilhar nossas experiências.
Vocês já tinham tocado em outras bandas profissionais antes?
Ono: Nós não queríamos tocar apenas em bandas majors, mas os membros das bandas com quem nós tocamos agora fazem parte do mundo major.
Que bandas influenciaram vocês?
Norio: Hum, é difícil dizer. Tiveram várias bandas que me influenciaram. Mas eu posso dizer que sou muito influenciado pela música soul e funk. Especialmente a música soul dos anos 70, eu cresci ouvindo isso.
E os outros integrantes?
Ono: Eu também tenho várias influências. Entre os artistas japoneses tem o Monsieur Kamayatsu da banda The Spiders, entre os artistas franceses tem o Serge Gainsbourg e também o novaiorquino Lou Reed. E também muita influência do hip-hop.
O que o nome da banda, "Lost Color People", significa?
Norio: Nós adoramos música negra, nós adoramos música branca e nós somos japoneses, então somos considerados amarelos. Mas qualquer que seja a cor da sua pele, a música transcende as diferenças. Nós amamos todos os estilos, independente das diferenças.
Vocês cantam tanto em inglês como em japonês. Vocês escrevem as letras em inglês diretamente nessa língua?
Ono: Eu fiz parte de uma banda acústica com integrantes americanos, então eu aprendi bastante com eles. Letras são como um chamado do coração, é uma sugestão, uma pergunta feita ao público. Sejam elas em inglês ou japonês, eu jogo palavras no público, palavras que falam de um sentimento, de uma intuição.
Como vocês compõem suas músicas?
(Ono olha para o baixista Muko)
Norio: Muko faz a música junto com Ono. Eles também escrevem as letras.
Ono: Muko faz a maior parte do trabalho, mas nós decidimos o conceito musical de nossas canções juntos. Um outro membro da banda que não pode vir até a França também dá suas idéias para a composição.
Vocês descrevem o seu conceito musical com as palavras "cool groove". Poderiam nos contar um pouco mais sobre essa idéia?
Norio: Na verdade isso não se aplica somente a música. É a característica de tudo e isso me deu a chance de usar a palavra "cool" para descrever a nossa música. É como uma busca por algo refinado, para uma música sofisticada.
A banda começou quase dez anos atrás, mas vocês lançaram apenas alguns CDs. Isso é porque vocês preferem se apresentar ao vivo?
(Ono sorri)
Norio: Na verdade nós trabalhamos juntos por oito anos tentando criar laços fortes entre nós, ensaiando juntos e tocando ao vivo. Só nos últimos dois anos é que nós tivemos vontade de produzir álbuns.
A nossa entrevista já está chegando ao fim, e para fechar eu gostaria de perguntar uma última coisa à vocês. Durante o seu show na Japan Expo, vocês dedicaram sua música Connector para Ingrid Betancourt. Por que?
Ono: Nós nos interessamos pelas notícias da atualidade, como por exemplo os eventos no Tibete, ou a história dessa mulher, Suu Kiy, em Burma. Quando nós chegamos na França nós ouvimos a notícia e o discurso do presidente Sarkozy sobre o resgate de Ingrid Betancourt. Nós queríamos compartilhar essa homenagem em nosso show.
O JaME gostaria de agradecer aos integrantes do Lost Color People, J-Music Live e Emiko pela tradução.