Entrevista

Entrevista com o Tokami

01/02/2009 2009-02-01 12:00:00 JaME Autor: polina Tradução: R.

Entrevista com o Tokami

O JaME conversou com a promissora banda indies sobre vários assuntos, incluindo as recentes mudanças em sua formação, seus planos para o futuro e mais.


© Tokami
O Tokami recrutou um novo vocalista recentemente, estabilizando a formação do grupo após várias mudanças, e o JaME aproveitou a oportunidade para entrevistar a banda sobre isto e outros assuntos. Após uma breve introdução do JaME, a entrevista começou com quatro dos membros, já que o guitarrista Shige estava atrasado. Mais tarde, com sua chegada, a conversa continuou com a formação completa.


Por favor, apresentem-se.

1000: Eu sou o baterista, 1000.
Agato: Eu sou o vocalista, Agato.
Ichika: Baixista, Ichika.
K: Eu sou o guitarrista, K.

Já que esta é a primeira vez que vocês aparecerão no JaME, por favor apresentem a banda para nossos leitores.

1000: Nosso conceito não mudou muito desde o início, como também não mudou nosso processo de composição, que foi inspirado por bandas de Heavy Metal ocidentais, misturado às melodias únicas das músicas populares japonesas. Pretendemos criar músicas que são violentas mas também mostram a beleza da melodia. Desde o momento em que o Tokami foi criado, em 2005, o conceito de nossos visuais mudaram um pouquinho, mas musicalmente não mudamos tanto assim.

O conceito da banda é "Shock rock das trevas", o que isso significa exatamente?

1000: Por acaso erramos na gramática? (risos) Quando nós começamos eu gostava de Alice Cooper, e, ao invés de tentar imitar o estilo visual japonês, eu queria fazer um tipo de performance que faria o espectador sentir medo, então "Shock rock". Ao invés de luz e coisas radiantes, eu prefiro coisas como os chefões do "Dragon Quest" ou "Final Fantasy", algo sombrio, então surgiu o "Shock rock das trevas".

Quando vocês decidiram seguir carreira na música?

Ichika: Eu comecei a fazer visual kei há 3 ou 4 anos, antes eu costumava tocar punk e tal. Achei que a cena visual kei japonesa era encantadoramente interessante, e era divertida, então decidi tentar. É uma coisa meio recente.
K: Quando eu tinha 14 anos, fui inspirado pelos guitarristas do THE YELLOW MONKEY, B'z e hide do X JAPAN, então comprei uma guitarra. Apesar de ser canhoto, comprei uma guitarra para destros, porque conseguia dedilhar muito bem com a mão esquerda.
Agato: Comecei ainda no ginásio. Um amigo mais velho tocava, então por causa disso comecei a tocar música no ginásio. Eu gostava de LUNA SEA e X JAPAN, então foi assim que comecei a gostar de visual kei.
1000: Eu comprei uma guitarra primeiro, na época do terceiro ano do colegial. A razão pela qual comecei a tocar a bateria é que eu não sabia tocar guitarra muito bem (risos). Comecei a tocar bateria quando tinha 20 ou 21 anos.

Vocês disseram que gostam de X JAPAN e tal, mas poderiam nos contar mais sobre que tipo de música os influenciaram?

Ichika: Para mim é o Kuroyume... Meu Kuroyume... Só o Kuroyume. (risos) Fora isso não tem mais nada. (risos)
K: Bem, o impulso para começar a tocar guitarra foi o THE YELLOW MONKEY e X JAPAN, mas aí eu comecei a gostar de hard rock antigo como Led Zeppelin e Deep Purple, então passei a ouvir metal alemão, ouvia Helloween, Gamma Ray, e outras, e depois comecei a gostar dos artistas que influenciaram essas bandas, como o Scorpions, e seu guitarrista, Ulrich Roth, é o guitarrista que mais gosto. Agora escuto bandas ligadas a Jimi Hendrix, Jimmy Page, Ritchie Blackmore e Ulrich Roth.
Agato: Fui muito influenciado pelo MALICE MIZER. Foi bem chocante, quando eu estava na oitava série eles apareceram na TV, eu os vi e pensei "O que é isso!?", pensei "O que é esta banda!?" Eu nunca tinha ouvido falar sobre visual kei antes. Então minha razão de começar a tocar visual kei é o MALICE MIZER. Por causa disso comecei a escutar X e LUNA SEA, mas não acho que consigo fazer este tipo de visual. Então minhas influencias são Gackt ou MALICE MIZER.
1000: Se falarmos de visual kei, existe uma banda japonesa chamada BUCK-TICK sabe? Eu sou fã do BUCK-TICK. E também existem coisas como o "Shock Rock" do exterior, Ozzy Osbourne, Alice Cooper e tal, pensei que não havia coisa parecida no Japão, tão divertida e interessante. De música agressiva eu gosto de Strapping Young Lad ou Death Metal. Então minhas raízes são BUCK-TICK, S.Y.L. e também Ozzy Osbourne.

A imagem do Tokami lembra o visual kei da velha guarda, por que isso?

Agato: Costumamos ouvir bastante isso.
1000: Minha imagem do Tokami é de visual kei com um quê da velha guarda. A imagem que tínhamos antes era porque nós não sabíamos o que era o visual kei, então criamos uma coisa nossa pensando "Isto é visual kei". Na verdade fomos um pouco ignorantes, saiu um pouco do eixo. Recentemente, aprendi muito, e os novos membros sabiam o que era o visual kei, então todos percebemos que gostávamos mais das coisas antigas do que os estilos recentes. Agora todos parecem hosts. Ao invés de coisas belas, brilhantes e alegres, queremos transmitir um pouco de irrealidade, e os outros acharam que seria legal se as roupas fossem elegantes, então acho que foi assim que passamos a evocar essa imagem mais clássica.

Então quem desenha as roupas?

1000: Nós as fazemos sozinhos, certo?
Ichika: Quanto ao design, cada um escolhe independentemente o que quer, depois nós as ajustamos para tornar as roupas mais compatíveis, como o ornamento e as cores. Mas originalmente nós todos pensamos em nossas roupas sozinhos.

O que vocês querem alcançar como Tokami?

1000: (pensa por alguns momentos) Paz mundial? (risos)
Agato: É "Paz e amor"! (risos)
K: Isso, com este tipo de som. (risos)
Agato: Cantando tipo WA- (berra), "Paz e amor"! (risos)
1000: Meu objetivo pessoal, os objetivos dos outros, os objetivos que a banda carrega como entidade são todos muito diferentes, então é difícil responder.
Agato: Bem, eu acho que todos seguem seu próprio caminho, uma meta que eles tentam atingir, a junção de todas elas se torna uma, que é o Tokami. Então os antigos vocalistas, Kanae ou Kaito, mesmo quando os integrantes mudaram, cada um dos objetivos individuais é o que faz o Tokami, a junção deles é o Tokami. É como uma marca "Tokami". (risos)

Como criam suas canções e letras?

1000: Basicamente, todos nós podemos compor canções, então depois de compor o esqueleto instrumental, nós as passamos para Agato e ele escreve as letras. Nós também ajustamos a melodia, assim fica mais fácil para Agato cantar, e então as arranjamos. Já que todos podem escrever, nós damos tudo o que escrevemos para Agato.

E então vocês escrevem as letras por último?

1000: Às vezes também escrevemos as letras e as damos para Agato cantar. Acho que Ichika trouxe algumas letras há alguns dias. Algumas partes da letra são usadas, outras acabam mudando, então não existe um padrão. E Ichika escreve cantando acompanhado pelo próprio baixo. (risos)
Ichika: Sim, já que não tenho uma guitarra. (risos) Então é apenas baixo e o metrônomo. (imita os sons do metrônomo e do baixo, todos riem) Bem, se eu compor usando um baixo, posso criar algumas linhas bem interessantes. E então K cria os arranjos.

Acredito que de agora em diante Agato vai ter mais chances de escrever as letras, sobre que tipo de temas você quer escrever?

Agato: No dia-a-dia existem problemas e horas em que me irrito, horas em que penso "Que diabos", porque sou humano. Se você escreve sobre estes sentimentos de uma maneira direta, fica mais fácil de criar e também fica fácil para o público entender. Mas, se escrever essas letras para o Tokami, vamos nos tornar uma banda com uma imagem esplêndida mas com músicas e letras dispersas, então quero escrever sobre os sentimentos humanos e pensamentos de um jeito mais figurado.
1000: Geralmente há um tema para a letra de acordo com a música. Não é como as palavras que usamos agora, é mais profundo.
Agato: Cada canção é uma história, não é?

Li no seu blog que 1000 tem um estúdio de gravação em casa, por que você decidiu ter seu próprio estúdio e fazer canções desta maneira?

1000: Quando ainda estava na escola, costumava trabalhar meio-período como engenheiro de som. Agora no mundo indies não precisa de muito tempo e dinheiro para gravar. Se você tiver um set simples de gravação e pode usar um plug-in de PC, você consegue fazer tudo sozinho. Eu quero usar um eco analógico de verdade, que custa cerca de 10.000 ienes (nota: cerca de R$265,00), pelo menos uma vez, mas do jeito que é feito hoje eu pensei que podia fazer em casa, sabe? Então, num quarto em que cabem 6 tatames, eu fiz um quarto de 5 tatames, para que o som não escape. Desse jeito eu não preciso me preocupar com o tempo e o custo, só preciso diminuir meu tempo de sono. A base é a música, e eu queria me focar na criação de canções, então criei um estúdio em casa.

1000, você é o único membro que sobrou da formação original. Como acha que o Tokami mudou durante esses anos?

1000: No começo, não planejávamos fazer isso seriamente, o vocalista naquela época tinha uma bela voz e não tínhamos muitas ambições sobre a banda. A voz dele era apropriada para o visual kei, então pensamos que, se fizéssemos visual kei, talvez poderíamos ficar um pouco mais populares. Tínhamos um pensamento de "Se pudermos fazer um show por mês já seria legal." Mas, se tocássemos com firmeza, com planejamento, estabelecemos uma meta de tocar um one-man no Shibuya O-WEST algum dia. Mas só conseguimos atingir metade dos objetivos que propomos, então os membros daquela época saíram. Quando estava sozinho, pensei se queria continuar com a música, e finalmente percebi que queria seguir com o Tokami. Quando a segunda formação do Tokami começou, falamos "É! Vamos lá!", e aí o vocalista saiu da banda. A partir daí os membros atuais se reuniram, pessoas que queriam fazer música de um jeito sério. Então começamos a procurar por um vocalista por uns 3 ou 4 meses, encontramos Agato e é assim que nos tornamos o Tokami de hoje.
Agato: Quando 1000 descobriu que minha antiga banda estava se separando, ele veio conversar comigo, não é? (risos)
1000: A época para a antiga banda de Agato se separar foi perfeita, eu estava de olho nele quando descobri que eles estavam separando. (risos)
Agato: Eu estava em uma banda chamada Rutiru antes, e quando nos separamos 1000 começou a me pedir, "Agato-san, junte-se a nós." (risos)

E o que o Tokami ganhou com a entrada dos membros atuais?

1000: São tantas coisas que nem sei o que dizer.
Ichika: Antigamente 1000 compunha tudo, mas agora todos ajudam, então nós podemos mostrar várias coisas diferentes como banda.
1000: Antes, não importa quem tinha feito as músicas, ninguém conseguia criar os arranjos, então fazia tudo sozinho. Elas acabaram se tornando repetitivas, mas os membros atuais podem arranjar as canções, e eles têm experiência em criar músicas, então musicalmente todos criam sua própria performance. Claro que os antigos integrantes também contribuíam com seus próprios elementos na composição, mas os membros atuais contribuem ainda mais.

Antes de Agato se juntar a vocês, e mesmo quando a banda não tinha vocalista, vocês faziam shows com vocalistas suporte e até mesmo gravaram com eles. Chegou um ponto em que pensaram em desistir?

Ichika: Nós produzimos um evento em Maio, e, naquela época, Shige e K tinham acabado de entrar na banda. E apenas um mês depois o vocalista saiu. Enquanto pensávamos "De agora em diante vamos embarcar numa turnê, vamos conseguir!", ele resolve sair? Aí tivemos uma reunião para decidir o que fazer. Só o 1000 se desesperou. (risos) Estávamos pensando, será que não é melhor procurar um novo vocalista e seguir em frente? Eu nunca pensei em desistir.
1000: Eu senti tipo "O que eu devo fazer agora," fiquei muito assustado, mas todos os outros estavam bem. (risos)
Agato: Isso, só o 1000 teve um "Shock do coração." (risos)
Ichika: É, nós tínhamos acabado de gravar, mixar. E não podíamos tocar as canções que tínhamos acabado de lançar em CD.
1000: Mas eu não desisti! (risos)

Como eu disse, antes vocês tinham vocalistas suportes para shows e gravações, mas como foi que Agato acabou sendo escolhido para a banda?

1000: Já que eu tenho um estúdio em casa, acabou não custando muito. Depois que o vocalista saiu, não tinha como deixar as pessoas escutarem nossa música, então com vocalistas suporte, ou com outras coisas, tínhamos que declarar nossa intenção de seguir com o Tokami, e para isso tínhamos que lançar um CD. E os vocalistas suporte que nos ajudaram planejavam entrar em outras bandas, mas foram muito gentis em dizer "Claro que podemos ajudar o Tokami!", então mesmo por um curto período de tempo, pensamos "Vamos fazer o que for possível."

Então como vocês chegaram à formação atual?

1000: Bem, não foi como se eu estivesse flertando com ele, mas...
Agato: Oh, era flerte sim! Era tipo "Por que você não sobe no meu carro?" (risos). Na época do fim da minha antiga banda, 1000 veio nos assistir tocar e, enquanto eu estava voltando para casa, ele apareceu com o carro e disse "Ei, Agato! Quer uma carona?" (risos) Eu peguei carona e fomos até a China (risos). Bem, eu estava observando. Eu conheci 1000 na época do fim da minha outra banda e ele foi assistir ao show. "Você não acha que o Tokami se encaixa com você?", ele disse. Ichika também estava lá, então falei com ele antes, 1000 estava lá também, mas eu não notei ele... "Ah, Ichika, prazer em conhecê-lo", eu me apresentei, e ele respondeu, "Prazer", então perguntei a ele "Onde está o 1000?", e aí ele estava parado bem do nosso lado (risos). Foi assim que nos conhecemos.

E os outros?

1000: O Tokami já existe há algum tempo, então através do meu circulo de amigos, alguns membros me abordaram quando ouviram que estávamos recrutando. "Vamos tentar pelo menos uma vez" se tornou minha frase preferida. Eu conhecia Shige de sua antiga banda, então pedi a ele "Toque pelo menos como suporte, mas, por favor, junte-se à banda."

Algumas perguntas não relacionadas à música agora, o que vocês fazem no seu tempo livre? Quais são seus hobbies?

Ichika: Quando tenho tempo vou a cafés de mangá. (risos) Eu não tenho computador em casa, então eu posso usar a internet e ler mangás. Tem um mangá chamado "Kaiji" que é muito interessante. Antes de vir para cá eu passei em um com uma promoção de sorvetes. (para K) Temos que ir lá algum dia desses! (risos)
K: Eu não vou com você! (risos) Eu não tenho muito tempo livre. O que eu costumo fazer... eu pratico guitarra (risos). E acho que é só. Às vezes eu também leio romances.
Agato: Geralmente, quando tenho tempo, faço bijuterias, leio livros ou vou para lugares que nunca fui antes. Gosto de passar tempo em lugares diferentes, como ir por uma estrada que não conheço, ir para lugares novos, eu costumo fazer esse tipo de coisa.

Visitou algum lugar interessante recentemente?

Agato: Eu vou para os telhados de edifícios antigos. Não é possível entrar a não ser que você mostre um passe, então pego um passe de um show do Tokami, mostro rapidamente para o guarda e entro. (risos) Depois eu vou para o telhado e sento em algum lugar, relaxando até a noite.
1000: Eu não tenho tempo livre. Sou um homem velho então eu quero ir para as termas. (risos) Eu bebo álcool. (risos)
K: Você bebe no palco. (risos)
1000: É, costumava fazer isso, mas aí começou a atrapalhar minha performance, então parei. Antigamente, quando eu tinha tempo, visitava lojas de música e comprava alguns instrumentos.

(Neste momento, o outro guitarrista, Shige, chegou e rapidamente se juntou a conversa)

Shige: Eu também não tenho muito tempo livre, mas, se tiver metade do dia livre, não toco na minha guitarra. Eu vou até a [loja de descontos] Don Quijote ou um supermercado e vejo se a carne está barata e coisas assim. (risos)
1000: A resposta não deveria ser "Eu saio para comprar roupas nas ruas de Harajuku"? (risos) Você não deveria falar sobre carne. (risos)
Shige: Oh, eu saio para comprar roupas na Uniqlo (risos). Se eu tenho tempo livre, passo metade dele fazendo o que quero, e a outra metade tocando música. Mas as pessoas me pedem para tocar com elas, então dedico muito tempo a isso. Bem... eu vou ao Don Quijote! Eles tem arroz barato. (risos) Don Quijote significa Rock. (risos)

Seus shows são bem animados, já aconteceu algo engraçado ou embaraçoso durante eles?

Shige: Fora problemas com os instrumentos, nada de especial.
1000: Eu uso um microfone headset, e uma vez esqueci que ainda estava com ele. Terminei a última música, acenei com os braços e queria sair do palco, mas o headset ainda estava ligado então eu... (finge cair para trás)
Agato: Eu já sangrei pelo nariz uma vez. (risos) Ganhei um colar em formato de cruz de um fã, ele era meio grande, então eu estava usando o colar e agitando e ele entrou no meu nariz. (risos) Ele rasgou meu nariz e comecei a sangrar. Mas eu continuei cantando enquanto fungava o nariz. (finge cantar e fungar). Essa foi a coisa mais vergonhosa que já aconteceu comigo.
Ichika: Minha roupa rasgou uma vez, foi bem embaraçoso (mostra uma parte da coxa). Minha roupa é bem fácil de rasgar. Ah, e eu já derrubei a guitarra de Shige quando entrei no palco uma vez.
Shige: Verdade, eu afinei minha guitarra antes do show, então quando começou, no meio da música eu percebi que a afinação estava toda errada. (risos) Foi tipo "pyo~n!?" (descreve o som de uma guitarra desafinada) Pensei, "O quê!?", mas continuei tocando. Foi no Narciss, então toda vez que tocamos lá eu aviso Ichika, "Por favor, não derrube nada" (risos).
K: Comigo nunca aconteceu nada.

Há algum tempo vocês distribuíram um DVD em seus shows, com um clipe e também um tutorial de uma coreografia. As coreografias nos shows do Tokami são muito divertidas, mas é uma coisa tipicamente japonesa, não é algo que as pessoas fazem no exterior. O que acham disso?

Agato: Vocês não fazem isso no exterior, não é?
1000: Eu acho que os japoneses são um povo que gosta de fazer as coisas iguais. Como para-para ou bon odori [dança tradicional de festivais]. Bandas pequenas como nós querem interagir com o público e poder fazer algo juntos. Claro que queremos que eles escutem nossas canções, e parte do show consiste em ouvir, mas, se pudermos interagir e alcançar algo juntos, podemos nos divertir e ganhar algo com isso. Se pudermos interagir em uma parte da música que queremos que as pessoas escutem, não se torna algo cansativo. Fazemos paradas súbitas quando as pessoas escutam então acho que existem partes diferentes.
Agato: Variar entre o silêncio e dançar em um show, tocar juntos, fazer uma coisa entre o público e a banda é divertido. Você ganha um senso de unidade, acho. Acredito que isso só existe no Japão.

Sim, no exterior acontece de algumas pessoas nem conhecerem a música e mesmo assim gritam durante a performance.

Agato: Talvez seja só eu, mas acho que é muito legal que os estrangeiros gritem assim. Fico feliz se eles gritarem escutando nossas canções.

Vocês costumam conversar com seus fãs depois do show, não é? O que vocês ganham com essa comunicação com eles?

Agato: Energia.
Shige: O K ganha pudim.
K: Isso, pudim e refrigerante. (risos)
1000: Eu ganho cervejas. (risos)
Shige: É sobre as coisas mentais, não sobre que tipo de presentes vocês recebem dos fãs. (risos)
Agato: Eu recebo energia, a energia para continuar e fazer o próximo show.
Ichika: Quando conversamos e escutamos suas opiniões sobre o show, se eu escuto "Foi bom!" ou " Foi divertido!", eu penso "Ah, vou me esforçar para o próximo" ou "Quero tocar essa música novamente na próxima vez" e coisas assim. Nós ajustamos os setlists de nossos shows de acordo com as opiniões do público.
1000: Eu quero tornar o tempo mais divertido naquela meia-hora, então, se vejo que a reação do público não foi boa, eu pergunto o que aconteceu de errado.
Shige: Eu não escuto as opiniões em pessoa, mas leio as enquetes. Leio com um sorriso no rosto, mas se leio "Foi divertido", "Foi legal" ou "Vocês foram demais" e coisas assim, eu me empolgo. Vejo a resposta do público em cada show. Se conseguimos fazer um bom show ou não. Às vezes sinto que o show não foi tão bom, mas se a impressão dos fãs foi boa, me sinto aliviado, "Ah, foi bom."

Vocês têm alguns fãs fora do Japão também, já chegaram a receber cartas deles?

1000: Alguns estrangeiros vão para nossos shows, mas já que não existe um endereço para mandar coisas, nós ainda não recebemos nada. Mas nós recebemos mensagens online. Nós nunca fizemos shows no exterior, então me pergunto por que...
Agato: Ultimamente eu tenho recebido muitas mensagens da Rússia e dos EUA. Eu recebo coisas como "Eu leio seu blog todos os dias" ou "Tokami é legal, boa sorte!"

Então vocês gostariam de tocar no exterior algum dia?

K: Quero tocar no Havaí primeiro. (risos)
Agato: Uma turnê européia, visitar lugares. (risos)
K: Turnês pela Coréia e Taiwan também. (risos) E depois Hokkaido.
1000: Hokkaido não fica no Japão? (risos)
Shige: Se tivermos a chance, gostaríamos de ir para o exterior, mas primeiro deveríamos tocar no Japão.
1000: Eu não consigo imaginar o que aconteceria se fôssemos ao exterior agora, não conseguimos lidar com isso. Eu tenho medo (risos). Quando vejo vídeos de festivais alemães de metal, tem muitas pessoas que fazem tipo (imita berros e comportamento violento), acho que se fizermos um show lá acabaremos mortos. (risos)

Agora algumas perguntas sobre seus planos para o futuro. Vocês lançaram seu primeiro CD com Agato no início de dezembro, e ele tinha velhas e novas canções remasterizadas. Vocês planejam lançar mais material remasterizado?

K: Não estamos planejando.
1000: O próximo lançamento será composto basicamente de músicas novas. Planejamos continuar lançando canções que criamos depois que o novo vocalista entrou. Já que o CD limitado aos shows se esgotou imediatamente, nós decidimos gravar velhas e novas canções e lançá-las juntas por todo o país. Talvez este CD tenha faixas remasterizadas também.

Seu quarto aniversário está se aproximando, vocês estão planejando algo especial para isto?

Agato: Nada além de nos apresentar no Kouhaku Utagassen, certo? (risos)
Shige: Mas é na primavera, na primavera. (risos)
1000: Eu vou usar vermelho e branco. Bem, são quatro anos para mim, mas para o Tokami de hoje é apenas nosso primeiro ano, eu acho que isso é mais importante. O próximo dia 10 de Outubro será o dia do Tokami ["To" em Tokami significa 10], isso é mais importante.
K: E 10 de Maio é o dia de Deus. (risos)
1000: 10 de Maio e 10 de Outubro são nossos aniversários. Em Abril eu provavelmente vou pensar "Bom trabalho", "Já fazem quatro anos." (risos)
Shige: Certo, então durante o show em Abril nós diremos "Hoje é o nosso quarto aniversário!" e acabamos com isso. (risos)

Quais são os outros planos do Tokami para o futuro?

1000: Em Março de 2009 faremos uma turnê por Nagoya, Osaka e Sendai. Nós decidimos lançar um CD também, então por causa disso nós gostaríamos de ampliar nossas atividades.
Ichika: Seria legal deixar algo para trás tipo "O Tokami conseguiu!" Por exemplo, ter canções no karaokê... Se seguirmos com a banda e nada ficar para trás seria triste, certo?
Shige: Quando eu tiver filhos, meu filho iria achar meu CD e falaria "Pai! O que é isso!? Você está usando maquiagem!" (risos) Isso seria legal. (risos)
Agato: No futuro, eu quero que nos tornemos uma influência, "Se não fossem por esses membros, não seria tão legal", gostaria que nós nos tornássemos este tipo de banda.
Shige: Eu quero que tenham bandas cover nossas nas escolas. E já que ninguém consegue tocar a parte do K, todos só tocariam a minha parte. (risos)
Agato: Eu quero ver as pessoas fazerem cosplays nossos.

Finalmente, por favor, deixem uma mensagem para nossos leitores.

1000: Adotamos coisas que gostamos do exterior, e, já que somos japoneses, também existe um elemento japonês presente. Por favor, esperem por estes dois componentes unidos em um. Acho que se pudermos ter este efeito em todos vocês com isso, seria ótimo.
Shige: Se você disser os artistas com quem pretende tocar, talvez eles possam ver essa ligação.
1000: Se eu disser algo como Megadeth eu posso ser morto. (risos) Certo, algum dia eu quero tocar ao lado do Megadeth. E eu gostaria de nos tornar mais acessíveis, colocando um vídeo no YouTube.
Ichika: A partir de agora, o Tokami vai ampliar gradualmente o leque de nossas atividades, então, eu ficaria feliz de poder ficar frente a frente com todos num futuro próximo. Por favor espere para nos ver ao vivo.
K: Espere por nós cobertos de sangue, nos vemos no inferno. (risos)
Agato: Agora é o momento em que a pouco e pouco poderemos mostrar o que os membros querem fazer, o que apenas o Tokami pode fazer, então, se houver pessoas interessadas no Tokami, eu quero que elas escutem nossa música e assistam nossos vídeos o máximo possível.
Shige: Vocês irão balançar suas cabeças mais do que imaginam, então não esqueçam de treinar seus pescoços! (risos)

Muito obrigado!

Tokami: Obrigado!


Obrigado ao Tokami por esta oportunidade e obrigado à Mari e Yuki pela assistência técnica.
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