Resenha

Kagrra, - Shu

08/04/2009 2009-04-08 12:00:00 JaME Autor: Rast

Kagrra, - Shu

Continuando seus constantes lançamentos de álbuns, o Kagrra, surpreende mais uma vez com o maduro Shu.

Álbum CD

Shu (Regular Edition)

Kagrra,

Shu, quinto álbum major do Kagrra,, lançado no dia 1º de abril, foi muito esperado pelos fãs do grupo, que agora recebe mais atenção pela massiva promoção de seu álbum precedente, Core, principalmente no ocidente. Contando com lindas melodias, a banda continuou sua jornada experimental iniciada no álbum de 2008, misturando seus ritmos mais comuns com diversos novos elementos, criando mais uma vez um trabalho marcante e com sua assinatura própria.

O disco começa com Paraizo, faixa de nome chamativo, sobretudo aos falantes de português e espanhol. Diferentemente de seus últimos CDs, esta música é mais animada, com um tom ideal de koto e elementos tribais, em sua maioria remanescentes do álbum Miyako, de 2004, resultando numa sonoridade mais exótica e ainda adequada aos padrões da banda. Uzu, single de 2008, vem em seguida, mantendo um patamar sólido no álbum, juntando linhas um pouco mais pesadas de guitarra com um coro feminino, koto e vocais confiantes de Isshi numa melodia forte que não soa como balada, nem como uma canção animada.

Ren soa um pouco morna, mesmo com seu início dançante, dando a impressão de que só foi adicionada ao álbum para ligar a sonoridade de uma música à outra ou mesmo de que poderia ter sido adicionada tranquilamente ao álbum Shizuku, de 2007. Ainda assim, a faixa se mostra satisfatória ao misturar violão e koto e riffs de guitarra flutuantes no refrão. A quarta faixa, Tanbi naru shi e no shoukei, é algo que todos os fãs das canções mais animadas ou com uma abrangência mais rock esperavam; com uma deliciosa melodia pop e riffs extremamente consistentes de guitarra, a música é um dos pontos mais fortes do CD, fazendo que cada segundo de sua duração, desde a grudenta pequena melodia inicial da faixa, possa ser apreciado com gosto. O refrão é um dos mais contagiantes feitos pelo Kagrra, nos últimos anos, onde Isshi apresenta vocais com ainda mais força, apoiado por um instrumental bem polido e executado.

Uma das únicas baladas do álbum, Sakura zukiyo faz bonito em apresentar a essência da banda. Aparentemente usando mais uma vez o conceito de "sakura", a canção apresenta diversos momentos cativantes, sobretudo no refrão, onde Isshi canta "yurari yureru sakura no hanabira", e também no momento de ponte entre o meio e o final da música, onde o vocalista canta quase que a capela, somente com o acompanhamento de sons eletrônicos nostálgicos, lembrando o período independente do grupo. Kikoku shuushuu era, talvez, para aqueles que ouviram as prévias lançadas no site e MySpace oficial, uma das faixas mais esperadas do disco, não decepcionando em qualquer momento. Com um ritmo bastante animado, a música começa mais leve e logo deságua numa melodia mais consistente, onde Isshi canta, em voz mais grave, o refrão mais contagiante de todo o CD. O uso da voz grave de Isshi também remete saudosamente à faixas mais antigas, como Oumaga toki, Gion e Kairai no souutsu, resultando numa canção extremamente prazerosa e fácil de ouvir.

Recentemente escolhida para tema do filme "Hitori kakurenbo", Jusou começa com um pouco de suspense, utilizando novamente os elementos tribais supracitados, mas agora em uma mixagem eletrônica que dá o tom ideal para a música. A música segue nesse estilo refrescante até o refrão, onde o vocalista solta a voz, acompanhado de ótimos riffs de guitarra mais pesados, e então o excelente solo e a construção do resto da melodia acabam por ser impecavelmente satisfatórios, elaborando, assim, um dos melhores combos do disco.

Ao contrário de Core, Shu apresenta uma segunda metade tão boa quanto a primeira, onde a banda se arrisca mais ainda e acerta em praticamente todos os aspectos. Subarashiki kana? Jinsei talvez seja a música mais diferente do Kagrra, até hoje, contendo, por incrível que pareça, trompetes, que juntos de guitarras um pouco mais pesadas, criam mais uma melodia marcante. No entanto, a faixa peca um pouco na produção, visto que passa a impressão de que era originalmente para ser mais vívida, com riffs mais pesados, como, por exemplo, os da música Jajauma kiden, do mini-álbum Ouka ranman.

Em seguida, mais uma surpresa: Towa ni..., a faixa mais pop e animada do álbum, conta com uma sonoridade bem diferente para o Kagrra,, que ainda assim consegue deixá-la com sua cara: a banda explora notas mais mainstream, porém, sem muito exagero, criando, no fim, mais uma daquelas faixas que serão uma das favoritas dos fãs ao vivo. Hoozuki então termina o álbum, deixando claro um dos poucos pontos fracos do CD. A música está longe de ser ruim, pelo contrário, visto que a gradual mudança de ritmos é bastante intrigante e algo positivo, mas ela simplesmente foi colocada no lugar errado - depois de faixas como Subarashiki kana? Jinsei e Towa ni..., ela acaba funcionando somente como um anticlímax.

Sem dúvidas, Shu é o melhor álbum do Kagrra, desde San, de 2005. A banda parece estar mais viva que nunca, explorando novos horizontes, criando diversas outras melodias bonitas e marcantes e, principalmente, misturando tudo o que já fizeram mais uma vez passando a impressão de algo novo, refrescante. É bastante agradável ouvir de novo os riffs mais pesados (para os padrões da banda) de novo de forma confiante, e, tanto para os fãs mais saudosistas quanto para os mais recentes, este álbum funciona de maneira excelente.
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