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Youn Sun Nah em Munique

10/06/2009 2009-06-10 03:00:00 JaME Autor: Andy Tradução: Pan

Youn Sun Nah em Munique

Um live report do show da cantora de jazz Youn Sun Nah em Munique no início de maio


© KoME
Na quinta-feira, 7 de maio de 2009, o primeiro concerto na Alemanha da turnê do novo álbum de Youn Sun Nah, Voyage, aconteceu no Jazzclub Unterfahrt, em Munique. Mesmo antes das 21h, horário que o show estava planejado para começar, a casa de show já estava cheia. Entre a platéia estava toda equipe do selo ACT Records, que vieram assistir a apresentação de Youn Sun Nah pela primeira vez esse ano desde que ela assinou com a gravadora. O jazzclub era exatamente como alguém imaginaria uma casa de shows de jazz – relativamente pequena, aconchegante e com uma atmosfera cordial. Diretamente em frente ao palco, havia cadeiras e mesas para que a platéia pudesse sentar e beber junta, e por causa do tamanho da casa de shows a acústica era incrível.

Às 19h30 as portas se abriram, e mesmo que o show não fosse começar até às 21h, a casa já estava cheia e muitos usaram essa oportunidade para comer antes do início do show. Um pouco depois das 21h, o show finalmente começou. Youn Sun Nah e Ulf Wakenius foram anunciados por um apresentador alemão, mas apenas Ulf Wakenius subiu ao palco para dar as boas vindas à audiência. Ele falou no microfone como se estivesse sussurrando algo no ouvido de um amigo. Ele explicou que tocaria algumas músicas de seu repertório primeiro, antes de Youn Sun Nah se juntar a ele no palco.

Ulf Wakenius é, modestamente falando, um gênio com sua guitarra e é fácil entender porque ele é conhecido mundialmente na cena de jazz. Suas músicas pareciam ser executadas perfeitamente e incrementadas com improvisações impressionantes que atestavam sua maestria. Durante a apresentação de Ulf Wakenius, era possível ver a pequena coreana com uma voz poderosa espreitando timidamente pela porta. Ulf Wakenius foi capaz de cativar a audiência e deixá-la querendo mais, então Youn Sun Nah rapidamente se juntou a ele no palco. Ela estava muito nervosa e imediatamente começou a falar, novamente dando boas-vindas ao público. Ela agradeceu Ulf Wakenius antes de se sentar em um banco no meio do palco.

A primeira música foi Dancing With You, que também é a primeira música do novo álbum de Youn Sun Nah, Voyage. Seu nervosismo imediatamente desapareceu e subitamente uma mulher confiante e com uma voz forte estava no palco. Uma atmosfera calorosa e melancólica se espalhou pela casa conforme as luzes diminuíam. Youn Sun Nah e Ulf Wakenius são um time bem ensaiado e isso ficou claro no início, quando Youn Sun Nah não esperou pela usual contagem – a comunicação não verbal era suficiente para começar a música. Apesar de ser uma música relaxante, Dancing With You fica na cabeça por um longo tempo. Youn Sun Nah usou uma escaleta para tocar partes da música, descontraindo a atmosfera e mostrando sua criatividade e habilidade de improvisar.

As duas próximas músicas do set list foram Calypso Blues, de Nat King Cole e Para machucar meu coração, um cover de João Gilberto. Os originais podem sempre ser melhor, mas as versões de Youn Sun Nah definitivamente fizeram justiça às musicas e não são motivos de vergonha. Youn Sun Nah cantou as músicas da sua própria forma e as tornou suas.

Ela anunciou que a próxima música foi composta por ela mesma. The Linden era simplesmente encantadora. Sua voz calma, porém forte, encheu a casa de melancolia e prometeu a cada pessoa presente que essa noite seria memorável.

Qualquer um que ainda duvidasse disso depois de The Linden, certamente estaria convencido depois de Frevo. Apesar do original de Egberto Gismonti nunca ter sido feita para ter um vocal, e nunca ter sido imaginado assim até essa noite, os dois músicos provaram para todos que isso poderia ser feito. A melodia da guitarra de Ulf Wakenius era simples e combinava perfeitamente com o vocal. Não parecia demasiado ou forçado e mostrava em um nível musical como os dois trabalhavam bem juntos. Não havia uma letra verdadeira e Youn Sun Nah cantou a melodia como se estivesse treinando sua voz, mas isso simplesmente adicionou à canção e não tirou nada dela.

Depois de Frevo, Youn Sun Nah disse adeus à platéia e fez uma pequena pausa. Havia um sorriso tímido em seu rosto quando ela disse que ficaria feliz se algumas pessoas voltassem aos seus lugares após o intervalo. Parecia que subitamente a nervosa, porém adorável, Youn Sun Nah estava de volta ao palco, ao invés da artista de jazz confiante do momento anterior.

A maioria das pessoas usou o intervalo para rapidamente ir à parte de fora comprar algo para beber, já que os garçons não serviam durante o show. Alguns também aproveitaram essa oportunidade para falar com Youn Sun Nah e Ulf Wakenius.

Depois de 20 minutos de intervalo, todos acharam os lugares de volta aos seus assentos e Ulf Wakenius voltou ao palco, sozinho dessa vez, para tocar duas de suas canções próprias.

Youn Sun Nah se juntou novamente a Ulf Wakenius e anunciou que a próxima música seria Voyage, a música título de seu último álbum. Ela também explicou que o jazz é como uma viagem. Por algum motivo ela pareceu diferente enquanto cantava Voyage. Foi apenas uma mudança sutil, mas ela parecia estar mais séria. Era fácil concluir que talvez essa música significasse mais para ela do que as outras. Em seguida foi Doralice, uma faixa revigorante e feliz de bossa nova, em português.

Youn Sun Nah novamente falou um pouco antes de começar Shenandoah, falando sobre a música e porque decidiu tocá-la nessa noite. Pressionando suas mãos juntas nervosamente, como se estivesse tendo dificuldade de falar em frente à platéia sem cair em lágrimas, ela disse a todos que Shenandoah a lembrava de sua infância e de seu pai. Para Youn Sun Nah parecia o clímax emocional e se você olhasse de perto, era possível ver um pequeno brilho em seus olhos.

A antepenúltima música não era menos emocional - Ne me quitte pas, uma canção francesa típica de Jacques Brel, viu Youn Sun Nah com lágrimas escorrendo lentamente por seu rosto.

A música que deveria terminar a noite era Jockey full of Bourbon e Youn Sun Nah e Ulf Wakenius mostraram seu melhor uma última vez. Youn Sun Nah alcançou as notas mais altas que podia e as manteve por um longo tempo sem perder o fôlego. Apesar dos ouvintes poderem discutir sobre o valor estético da performance, não havia dúvidas sobre a impressão que ela deixou. Mais uma vez ela provou a excelente cantora que é, e sua comunicação com Ulf Wakenius nunca falhou, sublinhando a perfeita harmonia entre os dois.

Os aplausos emocionaram Youn Sun Nah e ela pareceu mais tímida que antes. Parecia como se ela não esperasse que a resposta fosse tão positiva. Os dois músicos agradeceram a platéia e com um elegante movimento de mãos direcionadas um ao outro, algo como uma piada entre os dois, eles deixaram o palco juntos.

A platéia continuou aplaudindo e Youn Sun Nah retornou dizendo com um sorriso que o show deveria já ter terminado.

O primeiro bis foi a tradicional música coreana Arirang e ela pediu aos coreanos na platéia que cantassem junto. Enquanto no começo só alguns poucos se atreveram, sílaba após sílaba, mais e mais pessoas se juntaram e até mesmo a platéia alemã cantou junto, mais uma vez surpreendendo Youn Sun Nah. Depois da música, ouviu-se um grito de um homem dizendo “Saranghe, Youn Sun Nah!” (Eu te amo, Youn Sun Nah!), que fez a cantora de jazz rir.

Mais uma vez ela deixou o palco, mas como as palmas não diminuíram, ela voltou e sorriu, balbuciado que o show deveria realmente terminar agora.

A última música da noite foi uma música própria: My Favourite Things. Ela se acompanhou com um pequeno órgão de mão, cantando a suave melodia. Foi um final bem doce para o show, e era preciso sorrir quando ela parou um pouco antes de cantar “Schnitzel”.

Depois do show, era possível comprar o álbum Voyage. A platéia também poderia pedir que Youn Sun Nah e Ulf Wakenius autografassem o álbum, ou falar com eles.

Foi facilmente um dos shows mais emocionantes e bonitos que já fomos. Youn Sun Nah e Ulf Wakenius devem ser vistos ao vivo e nós recomendamos a todos que tiverem a chance de assistir um show da turnê Voyage em seu país.
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