Entrevista com o heidi.
Durante a turnê de seu aniversário de três anos, a banda visual heidi. fez uma pausa para conversar conosco sobre suas origens, atividades recentes e esperanças futuras.
O heidi. tem andado ocupado com o lançamento de um novo álbum em maio e com o início da turnê Ashita naki tsubasa, no dia 3 de junho. No meio da turnê, no dia 8 de junho, nós pudemos entrevistar a banda e falar sobre seu recente álbum, seu crescimento nos últimos anos e seus objetivos para o futuro próximo.
Vocês poderiam se apresentar?
yoshihiko: eu sou o vocalista do heidi., yoshihiko.
nao: Eu sou o guitarrista, nao.
kohsuke: Eu sou o baixista, kohsuke.
kiri: Eu sou o baterista, kiri. É bom ver vocês.
Nós conhecemos Heidi como uma história suíça sobre uma garotinha cujo nome é Heidi. O nome da banda tem algo a ver com isso, e vocês podem explicar como a banda escolheu esse nome? E por que vocês colocaram um ponto no fim?
nao: Não tem um significado especial. Eu não queria colocar um significado no nome da banda, e achei que esse seria fácil de lembrar, então o usei para a banda. Eu coloquei o ponto no fim porque pareceu mais tenso. (risos)
Vocês realmente escolheram o nome do anime que nós todos conhecemos?
nao: Não, eu não estava consciente disso quando escolhi...
kohsuke: Nós escolhemos várias palavras que eram fáceis de lembrar, e nao sugeriu heidi.. Bem, eu sei que todo mundo conhece a Heidi do anime “Arupusu no Shoujo Haiji”.
Eu achei que talvez vocês gostassem do anime.
kohsuke: Bem... eu gosto. (risos) As pessoas costumam pensar isso. Nós também queríamos nos distanciar da imagem bonitinha que Heidi tem no anime.
Vocês podem nos falar sobre o que influencia sua música e seu visual?
kiri: Nós formamos a banda depois de cada um de nós ter passado por várias outras bandas, então nós nos reunimos e conversamos sobre que tipo de banda gostaríamos de ser. Nós concluímos que queríamos colocar nossa música em primeiro lugar, tocando os ouvintes com as músicas e letras. Então, isso é um pouco diferente de ser influenciado por alguma coisa. Nós todos tomamos a mesma decisão praticamente ao mesmo tempo.
Então, vocês não foram influenciados por ninguém e não havia uma imagem ou estilo concretos que vocês quisessem seguir, certo?
heidi.: Não, não fomos.
Quando eu vi seu pôster pela primeira vez, fiquei impressionada com sua aparência simples. Vocês usavam roupas pretas e brancas e estavam descalços. Eu achei algo novo, diferente de outras bandas visual kei que têm imagens bonitas e chamativas.
nao: Eu entendo. As pessoas têm essa imagem do visual kei, bonito e chamativo, mas nós não queríamos ter esse tipo de imagem, então escolhemos um estilo através do qual pudéssemos nos expressar como éramos, e ficamos assim naturalmente. Como resultado, as pessoas nos olham de forma diferente das ditas mainstream do visual kei, então eu prefiro pensar que isso é bom para nós.
Como vocês compõem músicas e escrevem letras?
nao: O modo de compor é diferente para cada membro, mas nós começamos a usar um computador recentemente. Nós costumávamos ir a um estúdio, tocar guitarra e tocar, para mostrar aos outros membros como uma música seria. Acho que éramos um pouco análogos. (risos)
kohsuke: No fim, nós temos que tocar com todos os membros presentes. Agora nós podemos mostrar o que fazemos no computador, então ficou mais fácil do que antes.
Vocês levam seus arquivos de músicas ao estúdio e tocam juntos?
kohsuke: Nós podemos julgar as músicas antes disso. Antes, nós costumávamos tocá-las e cantá-las uns para os outros.
kiri: Usar um computador é apenas um método, mas, antes, nós não conseguíamos imaginas as músicas antes delas estarem completas, e agora nós trazemos arquivos de demonstração e podemos julgá-las mais facilmente, tipo “Essa música poderia ser melhor”, ou “Essa música não seria boa”.
Pensando em músicas como Ganbou ou Sentimental, as mudanças parecem ser um forte elemento em suas músicas. Além de mudar toda a atmosfera, tanto nas músicas quanto nas letras, também há canções com várias mudanças rítmicas, como Hoshi no koe. Quão importante é o elemento da mudança em suas músicas?
nao: Hm, nós não temos muita consciência disso, mas, quando eu compus essas três músicas, as fiz pensando em como eu queria deixá-las mais interessantes. Agora nós tocamos uma música inteira e, se ela ficar boa, então tudo bem. Antes, nós tentávamos deixá-las mais interessantes colocando mais detalhes.
Apesar de falarem sobre tristeza e depressão, suas músicas costumam deixar uma impressão esperançosa. Esse "raio de esperança" poderia ser uma mensagem que vocês querem passar através de suas músicas?
nao: Eu acho que, em alguns aspectos, só acontece delas serem assim, mas nós também queremos enviar a mensagem de que você pode se levantar novamente depois da tristeza e do sofrimento. Eu acho que, se nós não apresentássemos isso, nós sempre terminaríamos com um humor obscuro. Eu não estou dizendo que não está tudo bem em terminar assim, mas eu não gosto tanto disso. Eu quero dizer que você pode encontrar a luz usando sua própria força.
Que impressão vocês querem deixar nas pessoas que escutam suas músicas?
kiri: Os membros que escrevem as letras são, principalmente, nao e yoshihiko, mas todos nós queremos enviar a mensagem de que há esperança mesmo em meio à tristeza e ao desespero.
Vocês têm feito muitos shows. Como está indo a turnê?
yoshihiko: Eu passo o tempo todo dormindo. (risos) Eu durmo mais do que qualquer um dos outros membros da banda, já que consigo dormir em qualquer lugar. (risos)
Você usa bem o seu tempo. (risos)
kohsuke: Bem, eu sei que não é errado, mas...
kiri: Nós costumamos ouvir música ou dormir quando estamos na estrada.
kohsuke: Depois de um show, nós assistimos as gravações da apresentação usando um computador em um carro. Às vezes nós nos avaliamos ali, outras nós jogamos juntos... passamos o tempo de diferentes formas.
Há algum episódio interessante que tenha acontecido durante as turnês que vocês possam compartilhar?
Empresário: Uma vez nós saímos da rota só para comer comida boa.
Como vocês conseguem informações sobre boa comida e bons restaurantes?
kiri: Normalmente pela equipe. (risos)
Quando às turnês conjuntas com outras bandas, como Jully, lynch. ou Jinkaku Radio, há alguma diferença com relação à rotina ou à atmosfera em comparação a uma turnê one-man?
kohsuke: É diferente. Em turnês one-man, nós só ficamos com os membros da nossa banda, mas, quando saímos com outras bandas, costumamos ir comer e beber juntos e usamos o mesmo camarim, então conversamos sobre várias coisas e o clima fica bastante casual. (risos)
Então eles são seus amigos?
kohsuke: Sim. Nós não poderíamos sair em turnê com alguém que não fosse. (risos) Eu acho que nós não faríamos turnês conjuntas se não gostássemos das bandas com quem estaríamos.
Vocês se divertem com isso, certo?
heidi.: Sim.
kiri: Eu acho que os méritos de tocar com outras bandas são conhecer seus pontos positivos e aprender com eles.
Nesse ano, vocês estão comemorando o terceiro aniversário do heidi.. Olhando para suas origens, no que vocês melhoraram, pessoalmente e como banda, durante esse tempo?
nao: Eu acho que o que mais melhorou como banda foi que nós ficamos mais confiantes ao nos apresentarmos no palco. Antes, eu não conseguia ver ao redor de mim, mas agora posso ver uma imagem maior, o que é a melhor coisa para mim.
Você conseguiu começar a ver os outros membros, e a platéia também?
nao: Bem, eu não tenho certeza se posso ver o público também (risos), mas todos os membros da banda ficaram mais confiantes, então eu acho que nós todos crescemos juntos.
kohsuke: Eu acho que a visão de nossas músicas está crescendo, e, como banda, nós estamos seguindo em uma boa direção. Nossos shows são muito diferentes de antes, e nossa banda está crescendo conforme nós alcançamos e mudamos nossos objetivos. Mas eu ainda quero crescer muito mais.
yoshihiko: Eu acho que estou mais confiante agora, já que nós fizemos muitos shows. Eu acho que posso ficar muito mais firme no palco, e isso aconteceu muito naturalmente.
Você mudou sua forma de cantar?
yoshihiko: Acho que sim. Quando eu escuto nossos CDs mais antigos e os mais novos, eu acho que agora posso cantar de forma diferente.
Como você costuma cuidar de sua garganta?
yoshihiko: Eu só comecei a me preocupar com isso recentemente. (risos) Por exemplo, eu não bebo álcool antes de shows agora. (risos) Isso é mais uma crença, então eu acho que está tudo bem. (risos)
kiri: Eu acho que, se comparar as coisas com a época em que eu comecei, eu acho que a extensão e a visão da música que eu quero fazer estão aumentando. Pessoalmente, eu acho que gosto mais do modo como toco bateria agora do que logo que comecei com o heidi..
Vocês acham que esses três anos foram longos? Ou curtos?
nao: Muito curtos.
Há algum momento que realmente marcou ao longo dos três últimos anos?
nao: O que mais me marcou foi o one-man Shidou (“comece a se mexer”), que nós fizemos no Ikebukuro CYBER em 2006.
kohsuke: Para mim foi o hide Memorial Summit, do qual nós participamos no Ajinomoto Stadium, em maio de 2008. É claro que eu me lembro muito bem do Shidou, mas, quando nós tocamos no hide Memorial Summit, eu fiquei surpreso por ter sido tão incrível. E eu senti como se não conhecesse esse tipo de lugar até então. Até aquele dia eu me surpreendia em ver 2.000 ou 3.000 pessoas, mas esse número aumentou um dígito lá. Quando eu pude ver aquele mundo, comecei a pensar que também queria tocar lá. Então, foi uma boa experiência para mim, eu acho.
Naquela época vocês estavam bem tensos. (risos)
kohsuke: Sim, nós estávamos! (risos) Nós nunca ficamos tão tensos quanto daquela vez, e tudo parecia dar errado... e nós acabamos sendo a banda de abertura! (risos)
As coisas estavam mudando até mesmo logo antes de o evento começar. (risos)
Empresário: O horário da apresentação do heidi. mudou à meia noite.
Sim. Eu fiquei Eu fiquei surpresa quando soube, na recepção, que o heidi. tinha mudado e seria a primeira atração da noite. (risos)
Empresário: nao soube na manhã do evento, já que eu não consegui falar com ele antes disso. (risos)
yoshihiko: Eu me lembro principalmente do show Orange drama que nós fizemos no C.C.Lemon Hall, no dia 28 de dezembro de 2008.
kohsuke: A primeira edição do nosso single mais recente, Tsubasa, inclui um DVD com gravações ao vivo do Orange drama.
kiri: Eu também me lembro principalmente do Shidou, em 2006.
Dando uma olhada no futuro, como vocês se vêem como banda daqui três anos?
nao: Depois de três anos, eu quero que nós sejamos uma banda que todos os que escutarem nossas músicas saibam quem somos.
kohsuke: Eu também espero. Eu quero que nossa banda seja conhecida pelo público em geral. Eu acho que nós temos que ser assim.
yoshihiko: Daqui três anos, nossa banda terá seis anos, então eu quero que as pessoas nos conheçam, é claro.
kiri: Eu quero que mais pessoas escutem nossas músicas.
As músicas do heidi. têm melodias impressionantes.
nao: Eu fico feliz por você pensar isso. Acho que é algo novo para estrangeiros.
Vocês têm algum desejo para um futuro próximo, como se apresentar em outros países?
heidi.: É claro!
Eu acho que vocês já escutaram vários rumores de bandas que já tocaram em outros países, como se foi bom ou ruim. Vocês se imaginam tocando fora do Japão e como seria?
kiri: Eu acho que seria simplesmente divertido.
nao: Eu já ouvi várias coisas sobre tocar em outros países, como problemas, grandes diferenças com relação ao Japão, problemas de linguagem, comida ruim... (risos) Mas eu acho que estou pronto para tudo isso, depois de ouvir tanto...
Por favor, deixem uma mensagem para os fãs estrangeiros.
nao: O heidi. ainda não esteve em outros países, mas nós trabalharemos duro para visitá-los em um futuro próximo, então, por favor, continuem ouvindo nossos CDs e esperem por nós.
kohsuke: Eu não sei quantas pessoas estão esperando por nós ou ouvindo nossas músicas, mas eu quero ir, então, por favor, esperem até nós conseguirmos.
yoshihiko: Eu quero fazer shows em outros países, e irei em um futuro próximo, então, por favor, esperem por nós.
Você não canta letras em inglês?
yoshihiko: Eu nunca pensei nisso. Bem, eu já pensei que seria bom falar inglês.
Você quer cantar em japonês?
yoshihiko: Sim. Eu espero poder passar as músicas em japonês do heidi. para os fãs estrangeiros.
kiri: Eu estou muito interessado em fazer shows em outros países, e acho que seria muito divertido. Eu acho que há várias pessoas que gostam do heidi. em lugares que nós não conhecemos. Eu quero ir a esses lugares e tocar para eles.
O JaME gostaria de agradecer ao heidi. pelo tempo concedido para essa entrevista.