Após sua turnê européia, o guitarrista do DIR EN GREY, Kaoru, cedeu seu tempo para falar conosco sobre a última turnê, sua ligação com os fãs e mais.
Em junho, o famoso DIR EN GREY embarcou em outra turnê européia que contou com apresentações por todo o continente, até em países que geralmente são deixados de lado durante tais excursões. Originalmente, a entrevista com o líder e guitarrista da banda estava agendada para acontecer durante a turnê, mas foi cancelada. Entretanto, nós ainda tivemos a oportunidade de fazer nossas perguntas quando a banda retornou ao Japão.
Recentemente, vocês terminaram sua turnê européia e agora estão de volta ao Japão. Como foi a turnê?
Kaoru: Desta vez foi bem excitante, porque nossa viagem incluiu vários eventos. Nós passamos por cidades que não visitavamos há um bom tempo e fomos para lugares que nunca tínhamos ido antes. Eu gostaria de voltar e repetir tudo o mais rapidamente possível.
O que é importante para vocês quando estão em turnê?
Kaoru: Nós queremos ir para todos os lugares que as pessoas queiram nos ver e não importa se é dentro ou fora do Japão. Pessoalmente, eu gosto dos shows no exterior porque não temos que nos concentrar tanto nos detalhes.
Vocês se apresentaram novamente nos festivais alemães Rock am Ring e Rock im Park, desta vez em um palco menor. Suas apresentações anteriores nestes festivais não ocorreram sem problemas, como foi desta vez?
Kaoru: Aceitamos estes convites com prazer. Desta vez os shows foram bons e, em minha opinião, isso mostrou que nós fomos aceitos agora.
Tais experiências os motivam a lidar com as rotinas duras do dia a dia?
Kaoru: São as pessoas que frequentam nossos shows. Eles nos dão o poder.
Ainda assim, você costuma pensar sobre o que pode acontecer após o DIR EN GREY?
Kaoru: Não, nunca. Se não tivermos mais a vontade de continuar, provavelmente iremos parar.
No passado você mencionou que a imagem do DIR EN GREY não é muito importante. O que você acha disso hoje?
Kaoru: Eu considero nossa imagem importante. Isso é apenas no geral, porque é chato assistir shows de bandas que não causam nenhuma impressão especial.
UROBOROS parece que foi um álbum difícil para vocês. Em retrospecto, você mudaria alguma coisa?
Kaoru: Bem, se nós fossemos gravá-lo hoje, ele seria novamente diferente. Ao executar as canções, a atmosfera e a forma como nos sentimos sobre elas mudam.
O álbum passa uma certa impressão, como se fechasse um ciclo que começou com MACABRE.
Kaoru: Queríamos criar um álbum que mostrasse nosso passado, presente e futuro.
Seus últimos álbuns continham algumas canções acústicas nas edições limitadas. Vocês acham que estas canções não irão alcançar seu público "convencional"?
Kaoru: Não é necessariamente isso. Entretanto, nós achamos que as pessoas que escutam nossos CDs pela primeira vez não devem conhecer todas as nossas facetas de imediato. Aqueles que gostarem de nós certamente irão procurar mais sobre nós e descobrir sobre nossos vários lados. Nós também tocamos estas músicas durante os shows.
Sem se encaixar estritamente em um gênero específico, às vezes é difícil agradar a certos públicos. Vocês já enfrentaram problemas por causa disso?
Kaoru: Mesmo que houvesse problema, isso nunca influenciou nosso trabalho. Talvez você precise desta informação [sobre a percepção do público], mas isso não quer dizer que você deve ligar para ela.
Seus dedicados fãs foram criticados em certas ocasiões e suas letras são esotéricas por natureza, assim como sua aparência, então vocês também tem que enfrentar críticas. O que você acha sobre isso?
Kaoru: Para nós, a presença de nossos fãs é incrivelmente importante. Eles nos dão confiança - e acho que eles sabem disso. Além disso, existem muitas obras de arte que nascem da culpa e da crítica.
Sua música mudou monumentalmente ao longo do tempo e uma das razões provavelmente foi suas excursões no exterior. Qual a sensação destas experiências?
Kaoru: Minha confiança na liberdade e também em mim cresceu, foi assim que me senti.
Sobre o show apenas para homens realizado há pouco tempo. Embora vocês tenham argumentado que sem mulheres ao redor, seus fãs poderiam ir à loucura com mais facilidade, nós gostaríamos de lhes perguntar: depois de tantas turnês, como vocês ainda podem ter esse tipo de preconceito? Talvez da próxima vez a distinção possa ser 'shows selvagens' e 'shows emotivos', já que muitas garotas estão procurando uma oportunidade de agitar também.
Kaoru: Não é sobre preconceitos... Eu gostaria que pudéssemos fazer shows para todos, onde ninguém se sinta desconfortável. Entretanto, eu sei que é difícil, pois existem muitos tipos de pessoas. Nossos shows são geralmente vistos como muito ferozes.
Muito é escrito sobre vocês na internet. O que você acha sobre isso? Você chega a ler algo?
Kaoru: Hoje em dia, é bastante normal, eu acho. Entretanto, o que as pessoas tem a dizer raramente nos emociona.
Seus blogs são muito bem sucedidos; eles são até traduzidos pelos fãs. Este enorme incentivo faz vocês considerarem abrir o seu fã clube, a knot, para outros países também?
Kaoru: É claro que queremos que as coisas aconteçam no exterior também e estamos trabalhando nisso todos os dias. Nós também queremos continuar com este blog e nos certificar que nossos fãs possam se comunicar, não importa de onde eles sejam. Eu fico muito feliz em ouvir que tudo isso é bem recebido pelos nossos fãs.
Vocês sentem que sua música ainda pode evoluir e atingir novos patamares depois de onze anos?
Kaoru: Sou curioso por natureza. Eu acho que todos nós queremos criar sons durante os shows que ninguém jamais sentiu.
Vocês costumam usar músicas antigas para remixá-las e rearranjá-las, certo?
Kaoru: Antes, nós éramos contra esse tipo de coisa, mas agora nós realmente gostamos. É difícil fazer um trabalho que nos freia em alguns aspectos, mas por outro lado, ele traz muita criatividade.
Kyo mencionou certa vez que ele está trabalhando em outro livro de poemas. Isto ainda irá acontecer?
Kaoru: Não tenho certeza, mas parece que ele está trabalhando e escrevendo para isto.
Qual é o truque para manter a banda junta durante todas as dificuldades?
Kaoru: Trabalhar com pessoas que te estimulem, nada é mais excitante que isso. E consideração.
Existem pessoas ao seu redor que você respeita e pede conselhos sobre sua banda e trabalho?
Kaoru: Sim, existem pessoas assim, mas normalmente eu não peço nada.
Há algum "clássico" do DIR EN GREY que você costuma tocar quando está sozinho?
Kaoru: Sim, eu costumo tocar as músicas antigas. É um hábito meu.
Kaoru, uma vez você disse que se fosse necessário, você se apresentaria nu. Este dia está chegando?
Kaoru: Nós realmente seríamos uma banda impressionante se tocássemos uma música nus.
Quais são seus planos para o futuro próximo?
Kaoru: Atualmente nós estamos gravando uma música e se gostarmos do resultado final, nós a lançaremos. Nós provavelmente decidiremos isso muito em breve, então se preparem!
O JaME gostaria de agradecer Kaoru e Gan-Shin, que tornou esta entrevista possível.