O JaME fez uma entrevista com a promissora e única banda visual kei EAT YOU ALIVE.
O EAT YOU ALIVE, antes conhecido como MaveRick, lançou dois singles no último mês de agosto: ATROCITY AND BLUE e ADULT CHILDREN OF ALCOHOLICS. O JaME aproveitou a oportunidade para apresentar a banda aos nossos leitores, conversando sobre os motivos da mudança de nome, seus lançamentos recentes, os sonhos dos membros e mais.
Por favor, se apresentem para os nossos leitores.
Hiro: Eu sou o vocalista, Hiro.
Ryohei: Eu sou o guitarrista, Ryohei.
Kenji: Eu sou o baixista, Kenji. É um prazer conhecê-los!
Makoto: Eu sou o baterista, Makoto.
Qual o conceito da banda EAT YOU ALIVE?
Ryohei: Conceito... uma pergunta difícil de repente!
Hiro: É a fusão do visual kei, uma mistura... eu acho. Nosso conceito é criar um novo gênero, que ainda não foi explorado no visual kei.
Como vocês se conheceram e decidiram começar a banda?
Makoto: Bem, eu convidei Kenji para tocar comigo, e Kenji convidou Hiro. Então, eu trouxe Ryohei e nós decidimos tocar juntos.
Antes do EAT YOU ALIVE, vocês eram ativos como MaveRick. Por que vocês decidiram mudar seu nome? Quais eram seus objetivos?
Ryohei: Simplesmente aconteceu.
Hiro: Um dia eu acordei tarde e pensei, “Ah, eu não tenho nada pra fazer hoje... Talvez eu deva mudar o nome da banda ou algo assim!”. Foi mais ou menos assim que aconteceu. (risos)
Makoto: Bem, musicalmente, MaveRick... Nós sentimos a necessidade de mudar, de forma que mostrássemos nossa direção musical. Consequentemente, com a mudança de nome, nós também queríamos mudar a música – o caminho que estávamos seguindo musicalmente. Mais do que nos expressarmos através da música de forma diferente, nós decidimos mudar nosso nome. Foi assim que aconteceu.
Os membros não mudaram desde o MaveRick, mas vocês não tocam mais as músicas do MaveRick. Além disso, um retorno de um dia do MaveRick aconteceu em um show produzido pelo EAT YOU ALIVE. Isso quer dizer que o MaveRick e o EAT YOU ALIVE são bandas separadas?
Makoto: É isso mesmo. Nós queríamos seguir a direção musical que escolhemos, e o MaveRick é uma banda deixada no passado. Éramos nós que estávamos lá, mas agora nós demos o próximo passo e não queremos trazer o MaveRick junto. Eu penso no MaveRick como uma coisa diferente.
Então, qual é a diferença das experiências entre o MaveRick e o EAT YOU ALIVE para vocês?
Makoto: É tudo muito diferente, não é?
Hiro: O modo como pensamos nas músicas, o modo como pensamos nos shows, nossa posição na indústria, tudo mudou.
Como vocês disseram, o EAT YOU ALIVE toca um gênero incomum no visual kei, e algumas pessoas até os categorizam como não visual kei...
EAT YOU ALIVE: Sério? Nós não sabíamos disso.
Então o que vocês acham? Vocês são uma banda visual kei?
Ryohei: Nós somos visual kei. Se nós usamos maquiagem, nós somos visual kei. Quando pensamos “que tipo de música é o visual kei”, eu acho que é um gênero que tem de tudo. Não existe visual kei em outros países, não é? Mas, se você olhar pela perspectiva de um japonês, diria que Marilyn Manson é visual kei. E, por exemplo, o Green Day usa maquiagem, então, para mim, eles são visual kei. Então, ainda que nosso som não soe visual kei, isso não significa que nós não estamos fazendo visual kei. Se nós estamos usando maquiagem, nós somos visual kei.
Hiro: Eu não acho que o visual kei seja um gênero musical. Pelo contrário, nós estamos fazendo isso para derrubar esse estereótipo dos fãs.
Makoto: Por nós fazermos visual kei, nós pensamos que, se trouxermos um elemento que não foi explorado no visual kei, um novo tipo de banda pode nascer.
De que bandas vocês tiram suas influências?
Hiro: DIR EN GREY.
Ryohei: Eu também sou influenciado pelo DIR EN GREY. Mas o motivo de eu ter começado a banda foi pela influência do Limp Bizkit.
Kenji: DIR EN GREY e MUCC. Eu sou um grande fã do MUCC.
Para você também é o DIR EN GREY, Makoto?
Makoto: O motivo de eu começar uma banda foi o hide. A música DOUBT, do CD ROCKET DIVE.
Alguém tem mais algum artista a quem respeita?
Hiro: Não é só respeito com o DIR EN GREY, eu acho.
Kenji: Eu não tenho nenhum.
Hiro: DIR EN GREY... Não, não é só respeito com o DIR EN GREY.
Kenji: Não tem ninguém.
Em uma de suas novas músicas, X II ROSARY, vocês usam o final da música Eat You Alive, do Limp Bizkit. Por que vocês pensaram em fazer isso?
Hiro: Simplesmente porque do nosso nome, EAT YOU ALIVE, vem dessa música. Nós respeitamos o Limp Bizkit... respeitamos? (risos) Bem, nós queríamos mostrar que gostamos deles.
Ryohei: Não é como se nós estivéssemos copiando a banda. Na verdade, nós queríamos que as pessoas notassem que nós estamos tocando Eat You Alive.
Os fãs japoneses notam?
Ryohei: Não. (risos) Mesmo as bandas não notam. (risos)
Hiro: Em lugar de os copiarmos, nós os idolatramos. Nós gostaríamos que isso fosse notado.
Falando em novas músicas, vocês lançaram dois maxi singles, ADULT CHILDREN OF ALCOHOLICS e ATROCITY AND BLUE no dia 28 de agosto. Como foram as gravações?
Makoto: Foram as melhores gravações que nós fizemos até agora. Nós também conseguimos fazer um som no melhor formato até agora. Nós nos divertimos muito.
Houve alguma experiência interessante?
Kenji: Nós gravamos o ritmo juntos.
Makoto: Nós dois gravamos juntos pela primeira vez.
Kenji: Até agora, nós gravávamos a parte da bateria è parte, assim como o baixo, mas agora fizemos tudo junto.
Ryohei: Eu também. Eu costumava gravar uma guitarra, mas agora troco de guitarras, toco o mesmo riff e misturo. Além disso, eu costumava ter meus amplificadores e alto falantes no estúdio, onde eu tocava e gravava, mas agora nós colocamos o amplificador e o alto falante em outra sala. Eu tocava na sala de mixagem e nós gravávamos assim. É um estilo que muitos profissionais utilizam.
Vocês criaram as músicas juntos?
Ryohei: Nós criamos algumas partes de ADULT CHILDREN e X II ROSARY, as mostramos aos outros...
Makoto: E as escrevemos juntos.
Hiro: ADULT CHILDREN não foi a única que escrevemos juntos? Basicamente, um de nós trazia a ideia e nós trabalhávamos juntos no estúdio.
Os novos singles foram lançados simultaneamente. Por que vocês decidiram separá-los?
Hiro: Quando as músicas foram criadas, nós não imaginamos ter ADULT CHILDREN e ATROCITY AND BLUE em um só single.
Os conceitos são diferentes?
Hiro: Sim, eles são diferentes.
Quais são os conceitos?
Hiro: Simplificando, ATROCITY AND BLUE é emo. É uma canção que destaca uma parte de nossa música. ADULT CHILDREN é o oposto, destaca a mistura e os aspectos melódicos da música. A personalidade dos dois lançamentos é completamente diferente.
Já que os estrangeiros podem ter dificuldades para entender as letras, vocês podem nos falar um pouco sobre os temas de suas músicas?
Hiro: Os temas das músicas... ATROCITY AND BLUE fala sobre o processo de viver; há muitas dificuldades nos rodeando, e sempre há dias em que você não pode agir livremente. Você é limitado por elas, e muitas vezes não recebe ajuda de ninguém. Você deve se libertar com sua própria força, e é sobre isso que as letras falam.
X II ROSARY é um contraste, é sobre o desespero no mundo, e como você não pode nem mesmo acreditar em Deus, mas não foi o próprio Deus quem criou esse mundo cruel? É esse tipo de música.
ADULT CHILDREN OF ALCOHOLICS é explicada no próprio título. É um termo médico que se refere a crianças sujos pais são alcoólatras, e elas cresceram com pais que não conseguiram se curar do alcoolismo – essas crianças são chamadas de filhos adultos de alcoólatras. A música fala desse fenômeno. Na letra, a mãe de alguém se tornou alcoólatra e faleceu, e a música é um réquiem à mãe que morreu devido ao alcoolismo.
Flare é uma música bem negativa; ela fala sobre como você deseja a pessoa amada, mas nunca tem a capacidade ou a força para lutar por ela. Então é uma música sobre não conseguir lutar por essa pessoa.
Como vocês mencionaram, algumas letras são bem negativas. De onde vocês tiram inspiração para esses temas?
Hiro: De tudo. Tanto nas experiências pelas quais passei até agora como pelas imagens criadas por essas experiências. Isso é influenciado pelo fato de que minha vida é um tanto negativa. (risos)
Falando em vida, uma questão não relacionada à música: o que vocês fazem em seu tempo livre? Quais são seus hobbies?
Makoto: Meu hobby é ler – eu adoro livros. Em dias de folga, eu leio em algum café.
Há algum livro que você gostaria de recomendar?
Makoto: Os livros de Andrew Carnagie.
Ryohei: Por que você não diz o título?
Makoto: Todos eles.
Kenji: Meu hobby é assistir TV. Eu adoro TV. (risos)
Ryohei: Todos somos introvertidos. (risos)
Kenji: Se a TV não estiver ligada, eu não consigo me acalmar.
Ryohei: Isso não é legal! (risos)
Kenji: É. (em inglês) Sem TV = Sem Vida. (risos)
O que você costuma assistir?
Kenji: Eu gosto de variedade, e imagino se isso existe em seus países. No Japão, há doramas todos os dias. Se você quiser, pode ver no YouTube. Pode ser interessante.
Na verdade, doramas são muito populares entre os fãs da cultura japonesa ultimamente.
EAT YOU ALIVE: Sério?
Hiro: Eu também gosto de ficar em casa. Nós todos somos muito caseiros. Eu jogo, desenho, assisto DVDs ou toco guitarra. Faço todo tipo de coisa em casa.
Ryohei: Eu gosto de ficar na internet. (risos)
Kenji: E as motos e tudo mais?!
Ryohei: Na verdade, eu não consigo me acalmar quando estou em casa, então saio de moto com meus amigos. E, recentemente, eu tenho feito tatuagens em meus dias de folga. No momento está sendo uma tatuagem por semana. É isso... Ah! E eu nunca assisto TV, nem leio livros ou jogo. Mas eu fico na internet.
Se vocês não estivessem em uma banda, o que estariam fazendo?
Makoto: Eu gostaria de desenhar mangás. Também gostaria de tentar escrever livros e coisas do tipo.
Kenji: Eu gostaria de ser um esteticista.
Hiro: (cético) É a primeira vez que eu escuto isso.
Kenji: Não, é sério!
Ryohei: Eu quero ter minha própria loja. Não venderia só roupas, mas de tudo, de tatuagens a motos, carros, skates e coisas assim. Eu quero fazer de tudo.
HIro: Eu gostaria de passear pelo mundo. Um viajante?
Vocês já viajaram para outros países?
Makoto: Eu nunca viajei para fora.
Kenji: Eu já fui a Singapura e Austrália, em uma viagem da escola.
Ryohei: Eu já estive na América... Na verdade, eu morei lá.
Há algum lugar que vocês gostariam de visitar?
Hiro: Todos os lugares! Eu quero visitar o mundo todo.
Makoto: Eu gostaria de visitar várias partes do mundo e compartilhar nossa música. Eu adoraria fazer isso.
Então, o que vocês acham de um show do EAT YOU ALIVE fora do Japão?
Ryohei: Nós realmente queremos fazer isso.
Kenji: Nós não precisamos do Japão. (risos)
Ryohei: É, tudo bem morar fora do Japão, ter nossa base lá.
Makoto: Nós estamos muito interessados nisso.
Vocês devem saber que têm uma base de fãs fora do Japão. O que vocês acham disso?
Hiro: Eu não consigo imaginar isso.
Kenji: Sim, é difícil de acreditar.
Makoto: É por isso que nós gostaríamos de ir a esses países. Lugares onde somos queridos, nós adoraríamos vê-los.
Quais são seus planos de agora em diante?
Hiro: Nós vamos continuar lançando singles regularmente, e nosso objetivo é lançar um álbum.
Vocês têm algum sonho como banda?
Makoto: Nós gostaríamos de expandir nossas atividades para fora do Japão.
Kenji: Eu tenho um sonho! É estabelecer nossa música.
Hiro: Pequeno! Você tem um sonho tão pequeno.
Kenji: E então expandir nossas atividades a nível global.
Ryohei: Eu gostaria de dar à luz nossos “filhos”, como o que eu sinto quando vou ver o Limp Bizklit. Eu gostaria de dar esse sentimento a alguém.
Hiro: Brigar em uma premiação da MTV com o Guns n’ Roses e coisas assim. (risos)
Finalmente, por favor, deixem uma mensagem para nossos leitores.
Makoto: Eu não costumo ter a chance de dizer isso, mas gostaria de viajar para outros países e poder aproveitar o espaço junto com nossos fãs. Nós daremos nosso melhor para visitarmos todos os países, então, por favor, esperem por nós!
Kenji: Os novos singles acabaram sendo ótimos trabalhos! Todos ficarão surpresos. Vocês dirão que eles são (em inglês) incríveis! Com certeza, eles se tornarão parte da vida de todos. Então, escutem-nos... certo? (risos)
Ryohei: Nós certamente esperamos visitar outros países, e vamos dar início a um novo movimento, então, por favor, cuidem de nós.
Hiro: Pode ser difícil para nós termos contato direto agora, mas seu apoio se transformará em nossa força, então, por favor, continuem nos dando seu apoio.
Obrigado a SIAM pela ajuda na transcrição.