Durante sua turnê pelos Estados Unidos e Canadá, o JaME se encontrou com o Shonen Knife antes de sua apresentação em San Antonio, Texas.
Em meio a uma turnê que consiste de 30 shows entre os Estados Unidos e o Canadá, o Shonen Knife segue forte e nada pode pará-las! Em uma turnê tão longa, o JaME pôde conversar com a banda em San Antonio, Texas. Elas falaram de eventos que aconteceram em anos passados com a banda e de fatos interessantes das turnês atuais.
Vocês estão no meio de uma extensa turnê pelos Estados Unidos e Canadá. Como ela está indo até agora?
Naoko: Está indo muito bem. Nós estamos felizes por ver os fãs do Shonen Knife; eles estão sempre sorrindo, e nós ficamos felizes por ver seus rostos.
Há algo de que vocês sintam falta em casa?
Naoko: Comida! Eu gusto de comida japonesa.
Etsuko: A televisão japonesa. (risos)
Ritsuko: Doces japoneses.
O nome da banda se refere a uma faca de bolso infantil. Quem teve essa ideia e como vocês se decidiram por “Shonen Knife”?
Naoko: Eu escolhi; é o nome de uma antiga marca de um apontador de lápis. “Shonen” significa “menino”, e eu acho que a palavra é bem bonitinha, e “knife” (faca) é uma palavra aguda. Então, “bonitinho” e “agudo” combinados são como a nossa música.
Em 1991, o Shonen Knife ganhou a atenção da banda Nirvana. Como foi conhecê-los? Como vocês acham que sua relação com eles afetou o futuro do Shonen Knife?
Naoko: O Nirvana nos ofereceu a oportunidade de nos unirmos a eles na turnê britânica e, na época, eu não conhecia a banda. Nosso empresário nos mostrou uma foto e eles pareciam muito selvagens, e eu fiquei com medo. (risos) Mas todos diziam que seria uma ótima turnê, então nós decidimos ir. Depois que a turnê começou, todos os membros do Nirvana foram muito gentis conosco. Kurt Cobain era um grande fã do Shonen Knife e queria fazer um cover da nossa música Twiet Barbie, então eu lhe ensinei os acordes na guitarra. Eles a tocaram em seu show secreto na Inglaterra. Além disso, o baterista nos ajudou a montar nossa bateria, e eles foram muito gentis conosco. Essa foi uma grande oportunidade para o Shonen Knife, e muitas pessoas se tornaram nossos fãs através do Nirvana, e eu me sinto muito honrada por ter feito uma turnê com eles.
Em 1998, vocês foram até o escritório da Microsoft e fizeram um show transmitido pela internet. Vocês já eram bem populares, mas como foi saber que sua apresentação estava sendo assistida em todo o mundo?
Naoko: Foi dito que nossa apresentação foi a primeira transmitida ao vivo. Antes disso, nós não podíamos ver vídeos na internet, somente fotos. Agora nós podemos ver vídeos online, mas, na época, essa foi a primeira transmissão via internet. Então eu estava muito animada. Dois membros do The Presidents of the United States of América se uniram a nós naquele show, e foi fantástico! Nós tocamos em um estúdio na Microsoft. Foi surpreendente, porque a Microsoft é uma empresa imensa e há um ônibus que você deve pegar para ir de um edifício ao outro.
O Shonen Knife contribuiu com músicas para vários programas de televisão, mas uma das mais populares foi Buttercup (I’m a Supergirl), para o desenho “As Meninas Superpoderosas”. Como vocês tiveram essa oportunidade? Era uma música nova criada para o desenho ou ela já existia e vocês apenas a escolheram?
Naoko: Uma emissora de televisão ou companhia de desenhos animados nos contatou sobre isso. Era uma música nova que eu escrevi para a Docinho, uma das personagens das “Meninas Superpoderosas”.
Seu visual é bem retrô. Por que vocês escolheram esse estilo? Vocês mesmas desenham suas roupas ou têm as ideias para elas?
Naoko: Nós somos performers, e eu acho que devemos nos destacar mais do que o público. Nós também somos pequenas, e eu acho que as pessoas podem gostar de nos ver com roupas combinando. Nossa antiga companheira Atsuko costumava desenhar as próprias roupas. Desde que ela saiu da banda, Etsuko desenha nossas roupas e a tia dela as costura.
Vocês são muito populares fora do Japão, especialmente nos Estados Unidos. Como vocês comparam essa popularidade com a que alcançaram no Japão?
(Todas elas discutem a questão em japonês.)
Naoko: Nós todas achamos que é o mesmo nos Estados Unidos e no Japão.
O Shonen Knife está junto há cerca de 28 anos. Que conselho vocês dariam a bandas que estão começando?
Etsuko: Bandas novas, especialmente as japonesas, praticam muito! (risos) Eles não precisam praticar tanto; eles deviam relaxar.
Naoko: Eu acho que eles são muito severos. Rock devia ser uma coisa de fã. Os músicos deviam gostar primeiro para que o público possa gostar.
Naoko, você é a única componente original. Como você acha que cresceu ou mudou como pessoa desde o início da banda?
Naoko: Basicamente, eu sou a mesma de sempre. (risos) Mas eu acho que meu canto e minha habilidade para tocar instrumentos melhoraram um pouco. (risos)
E sua música e suas letras? Com o passar dos anos, vocês ainda escrevem sobre os mesmos temas ou é diferente?
Naoko: Continua sendo basicamente o mesmo. Eu escrevo letras sobre coisas do dia a dia. Eu escrevo sobre temas interessantes quando os experimento, então é o mesmo desde o início do Shonen Knife.
Ritsuko e Etsuko, vocês são as componentes mais recentes da banda. Qual é a memória que mais se destaca? Como vocês entraram para a banda?
Ritsuko: Meus primeiros shows são minha maior memória. Eu havia enviado uma carta para o Shonen Knife.
Naoko: Ela tinha sua própria banda quando mandou a carta e sugeriu que nós tocássemos com eles. Então, eu ofereci a ela uma posição como baixista suporte. Ela começou como guitarrista em sua banda, mas guitarristas sempre podem tocar baixo também. Além disso, ela pode cantar.
Etsuko: Há quatro anos, eu entrei como baterista suporte. Então, no ano passado, eu me tornei integrante oficial. Eu tinha uma grande impressão de quando eu era membro suporte, porque estava muito nervosa para o show. Eu não queria cometer nenhum erro.
Vocês já fizeram muitas turnês! Há alguma história interessante de algo que tenha acontecido durante essas turnês fora do Japão?
Naoko: Comigo, algo acontece todos os dias. Por exemplo, dessa vez, no primeiro dia nosso hotel foi cancelado. A construção do hotel ainda estava em andamento. Nós fizemos a reserva, mas o hotel não nos comunicou. Nós chegamos de Osaka ao aeroporto JFK, em Nova York, e quando fomos ao hotel ele estava fechado. Nós tivemos que procurar outro.
Ritsuko: Essa é a primeira vez que venho aos Estados Unidos. Em cada cidade, em cada casa de shows, os fãs vêm assistir ao Shonen Knife. Foi uma surpresa para mim.
Naoko: Nos anos 90, enquanto eu estava em turnê, nosso ônibus quebrou quando nós estávamos no meio de uma estrada na Flórida. Então, nós chamamos o serviço de assistência, mas chegamos bem tarde à casa de shows. O show deveria começar às 11:00, mas nós chegamos às 12:00. Apenas dois fãs tinham ficado, mas ainda assim nós tocamos para eles.
O Shonen Knife não lança nada há cerca de um ano. Há algum lançamento ou novas músicas nos quais vocês estejam trabalhando?
Naoko: Nós acabamos de gravar nosso novo álbum no Japão. É a versão japonesa, e ele será lançado em fevereiro. Eu gostaria de gravar uma versão em inglês e lançá-la nos Estados Unidos também.
Por favor, digam algo de que vocês gostam com relação à pessoa sentada ao seu lado.
Etsuko: Eu gosto do fato de Naoko escrever letras fantásticas.
Naoko: (sobre Ritsuko) Eu gosto muito de sua presença de palco! Ela é muito energética e seu canto é excelente.
Ritsuko: (sobre Etsuko) Ela é pequena. (risos) Mas é uma baterista poderosa. Ela é ótima!
Por favor, deixem uma mensagem para os leitores do JaME.
Shonen Knife: Por favor, escutem nosso álbum, Super Group, e venham aos nossos shows. O Shonen Knife pode ser bem interessante, então, por favor, veham nos ver ao vivo. Nós continuaremos a lançar CDs e DVDs, então, por favor, visitem nosso site e MySpace. Nós esperamos poder voltar ao Texas!
O JaME gostaria de agradecer ao Tom por preparar essa entrevista e ao Shonen Knife por seu tempo. Fotos do show por Vicki.