O primeiro dos dois dias no Shibuya C.C Lemon Hall teve belas músicas, um pouco dos anos 70 e uma terrível quantidade de amarelo limão.
O palco era típico do Plastic Tree: dramático e misterioso em seu próprio mundo de fantasia. Desta vez, a gama de bastões verdes brilhantes, cada um de comprimentos diferentes, foi mais simples que em outros shows nesse ano, mas o efeito ainda foi impressionante. Eles eram como grandes tubos de televisão, uma ideia que combinou perfeitamente com o título C.C.C.C Lemon Lemon [L-ch27]. Ficou claro que os bastões não estariam presentes simplesmente, mas seriam parte importante para criar uma imagem encantadora e avant garde.
Quando a banda foi apresentada, os bastões começaram a brilhar em branco, ganhando vida enquanto os membros apareciam no palco, recebendo os aplausos. A música começou com uma nota forte, com a guitarra de Akira levando a uma dose sólida de rock indie. Houve um pouco de movimento enquanto os membros se tornavam silhuetas na frente de uma forte luz amarela que emanava de trás da bateria. Eles fizeram uma abertura calma antes de seguir com a maníaca Naizou Mike, e Ryutaro começou a passear pelo palco com sua guitarra. Enquanto a música voltava a ser guiada por somente uma guitarra, Ryutaro andou pelo palco, encorajando o público a dançar e a começar um coro de Paranoia.
“Estamos em casa!”, ele cumprimentou a plateia no primeiro MC, recebendo calorosos “Bem-vindos de volta” do público predominantemente feminino. Ele se referia à recente viagem da banda a Taiwan, onde todos eles ficaram resfriados. “Vocês estão resfriados?”, Ryutaro perguntou ao público. Algumas pessoas responderam e, em uma referência bonitinha ao patrocinador da casa de shows, ele sugeriu que eles tomassem vitamina C.
Apesar da atividade de Naizou Mike, a abertura do show foi branda, quando os hipnóticos tons de Pied Piper se tornaram a doce e triste Fuyu no umi ha yuuei kinshi de e Yuki Hotaru. Dummy Box injetou um pouco de vida com a variação de seus versos extravagantes e seu refrão poderoso, mas foi um caso pacífico. Yuki Hotaru foi, como sempre, encantadora e arrancou um suspiro coletivo da platéia quando as primeiras notas de piano soaram suavemente. Com luzes azuis apenas sobre Ryutaro, o vocalista cantou os versos como se estivesse sozinho, até o refrão trazer o restante da banda à canção. Foi uma apresentação encantadora.
Ryutaro falou mais sobre Taiwan e Shangai em mais um MC. Alguns fãs gritaram “Onde estão nossos presentes?”. Foi alto o suficiente para o vocalista ouvir. “Que tal nossos sentimentos?”, ele ofereceu.
Seus sentimentos certamente se sobressaíram nas músicas seguintes, assim como uma agradável experimentação com os arranjos que deu um novo ar familiar. A introdução de Fukurou foi pontuada por notas de guitarra desconcertantes e afiadas por trás dos vocais gentis de Ryutaro. Ela deu aos fãs, que, até então, apreciavam a música com calma, uma injeção de energia, e alguns deles até mesmo chacoalharam a cabeça no trecho pesado, enquanto Ryutaro pulava com Tadashi. A seguinte Ruisen Kairo mostrou até Akira chacoalhando a cabeça enquanto Tadashi brilhava, tocando as fortes linhas de baixo e tornando a música ainda mais dançante do que a original. Enquanto isso, atrás da banda as luzes brilhavam nas barras, criando um efeito hipnótico.
O recente single Sanatorium marcou a última das músicas doces. Foi agradável ver que ela manteve seu ar de canção de ninar até mesmo na grande casa de shows. Então, hate red.dip it veio na melhor hora para acordar qualquer fã que tenha sucumbido aos tons suaves de Sanatorium. Acompanhando a guitarra de Akira, o público gritava “oi oi oi”, enquanto Ryutaro dizia “Vamos lá! Vamos?”. A música fez explodir um mar de cabeças chacoalhando e levou os fãs a um jogo de repetir as palavras de Ryutaro, “hate! red! dip! It!”, enquanto as batidas de Kenken mantinham o ritmo constante.
Ryutaro foi à loucura com essa explosão de peso, passeando pelo palco em um estado hipnótico, para depois começar a girar em National Kid. Quando Akira se uniu a Ryutaro em sua plataforma, o público começou a pedir por Melancholic, os sons da guitarra encorajando seus gritos. Akira foi impressionante durante toda a apresentação, improvisando sempre que podia, e Melancholic não foi exceção, com o guitarrista levando seu solo a uma direção nova e divertida. A platéia estava muito animada, se empurrando nos assentos da frente.
Porém, o set principal chegou ao fim. A última música foi uma escolha perfeita; Saishuu Densha (Último Trem) foi belíssima. Acompanhada apenas de um violão, a voz suave de Ryutaro ressoou com emoção. Enquanto os outros membros se uniam à música gentilmente, neve começou a cair no palco. De repente, o palco, a apresentação, tudo se tornou um pouco mágico enquanto o lugar se tornava um cobertor de puro branco.
Quando a banda deixou o palco, o público começou a pedir por um encore. Porém, seus chamados foram silenciados por um telão que se desenrolou no palco. O Plastic Tree fez um filme para entreter os fãs enquanto a banda descansava. Foi uma hilária interpretação de uma história de detetives dos anos 70, com Ryutaro como o investigador principal, os outros membros em divertidos personagens combinando e um travesti. Hasegawa Tadashi e Sato Kenken estavam adoráveis em camisetas verde limão e amarela, respectivamente, aparelho e óculos, enquanto Nakayama Akira usava uma longa peruca vermelha e tinha uma expressão vazia. Os meninos estavam perseguindo um assassino de rosto branco fantasma, que, por sua vez, perseguia o travesti. A primeira cena mostrava KenKen correndo adoravelmente atrás de um trem em Yamanote, acenando em vão com um lenço amarelo. Após alguns desvios e traições, Ryutaro salvou o dia com sua inteligência. Foi mais um dia bem-sucedido para a agência de detetives Plastic Tree.
Os fãs, que riram durante dez minutos, deram à banda gritos extras de apreciação quando eles voltaram para o palco. Ryutaro debateu um pouco com Tadashi sobre quem estava mais bonitinho nas camisetas verde limão da turnê, mas logo voltaram à apresentação com sua nova música, Gagaji, do álbum Dona Dona. Foi uma faixa pesada, mas Ryutaro ainda flutuava pelo palco enquanto cantava.
Ao longo do encore, eles alternaram músicas e MCs. Antes de Ghost, a conversa se voltou mais uma vez para Taiwan, particularmente sobre como akira gastou 10000 yenes em remédios! Essas piadas agitaram o público ainda mais, e, quandoGhost começou, foi acompanhada por um mar de cabelos girando. Ryutaro se agachou em sua plataforma, chegando perto dos fãs enquanto cantava, e, sobre as cabeças dos fãs, foram arremessadas fitas cor de limão, dando à casa de shows um bonito tom de amarelo.
A banda se divertiu com as fitas tanto quanto os fãs, especialmente Ryutaro. Ele decidiu fazer uma gravata com uma delas e a colocou no pescoço de Tadashi. Desta vez, finalmente chegou a hora de Kenken falar. “Vamos ficar felizes!”, ele gritou em inglês, em referência a uma cena do filme, “Vamos ficar felizes com um lenço amarelo!”.
Havia muitos motivos para os fãs ficarem felizes, já que o Plastic Tree ofereceu Psychogarden como última música, um clássico apresentado poucas vezes. Os fãs cantaram juntos, agitando os punhos com vontade enquanto a banda encerrava a primeira parte dos shows C.C.C.C Lemon Lemon com estilo. Akira fez um solo caótico, recusando-se a parar quando a música terminou, continuando com o riff principal sozinho, até Kenken se juntar a ele e os dois darem tudo de si.
Ryutaro liberou sua energia até o fim, seus movimentos entusiasmados igualados somente pelos dos fãs. Enquanto eles deixavam o palco, sua mensagem foi curta e doce: “Obrigado por hoje e nos vemos amanhã.” A parte L do C.C.C.C Lemon Lemon estava completa, e chegava a hora da parte R.
Set list
1. Fujunbutsu
2. Naizou Mike
3. Paranoia
4. Pied Piper
5. Dummy Box
6. Fuyu no umi wa yuuei kinshi de
7. Yuki hotaru
8. Planetarium
9. Fukurou
10. Ruisen kairo
11. Kuuhaku no hi
12. Sanatorium
13. hate.red.dip.it
14. National Kid
15. Melancholic
16. Saishuu ressha
Movie: [Doyou PuraTuri Gekijou] (Saturday Plastic Tree Theatre)
En.
17. Gagaji
18. Ghost
19. Psycho garden