Entrevista

Entrevista com o MUCC na Finlândia

16/04/2011 2011-04-16 00:01:00 JaME Autor: fvea & Matron Tradução: Hikari

Entrevista com o MUCC na Finlândia

A banda falou sobre seu novo álbum e sobre música em geral.


© JaME - Didier CABOCHE
O JaME se encontrou com o MUCC em Helsinki, Finlândia, no dia do segundo show de sua turnê europeia Chemical Parade, no dia 17 de janeiro. A banda falou sobre seu novo álbum, Karma, e sobre seus pensamentos e sentimentos relacionados à música.


No último sábado vocês fizeram seu primeiro show da turnê europeia, em Moscou. Como vocês se sentem por estarem de volta à Europa?

Tatsuro: Está frio!
Miya: Está legal.

Vocês fizeram uma turnê longa na última vez em que estiveram na Europa. Dessa vez, vocês têm menos shows. Vocês acham que isso faz essa turnê ter uma atmosfera diferente?

Miya: Isso pode alterar a atmosfera.
Tatsuro: Parece que nós estamos em turnê pelo Japão. Ainda que seja em escala muito menor na Europa dessa vez, nós sentimos como se nós estivéssemos em turnê pelo Japão por um período mais longo.

Seu álbum mais recente, Karma, é uma mistura de várias atmosferas – de batidas dançantes a músicas com um toque jazz e melodias calmas. Como foi o processo de composição dessas músicas?

Miya: Cada um de nós, sem nos prepararmos ou conversarmos antes, escreveu suas próprias músicas. Em certo ponto nós todos nos encontramos e reunimos nossas ideias, e o álbum foi feito. Então foi normal, na verdade.

O que as cabras, máscaras de gás e céu rosa na capa do CD querem dizer sobre o tema desse álbum?

Miya: Quando escutei o álbum depois de pronto, percebi que ele era uma mistura de várias influências e elementos diferentes, incluindo sons digitais e instrumentais crus. Tudo estava misturado, e foi por isso que nós queríamos colocar esses sentimentos e influências diferentes também na capa, misturando o lado químico e o orgânico das coisas.

Seu estilo é conhecido por mudar muito a cada álbum. Isso atrai novos ouvintes, mas, por outro lado, requer uma mente aberta de seus fãs. Como vocês acham que isso afetou sua carreira?

Miya: Essa mudança é o MUCC, somos nós. Então, para ser sincero, nós não nos importamos.

Como é sua relação com seus instrumentos, ou Tatsuro com sua voz? Do que vocês mais gostam?

SATOchi: Eu gosto da bateria porque, se você bater com força, ela soa forte, e, se você bater suavemente, ela soa suave. Isso reflete o sentimento diretamente. Eu não sou muito bem-educado – é por isso que gosto muito desse instrumento. Ele se parece muito comigo.
Miya: Eu escolhi a guitarra porque era o que eu estava tocando. Não faria diferença se eu tocasse bateria. Então não há nada específico a dizer sobre essa relação.
Tatsuro: Eu vejo minha voz como um instrumento, mas a diferença entre ela e os outros instrumentos é que não posso mudar seu som, porque é minha voz. Então, o que eu tento fazer é dar meu máximo.
YUKKE: Primeiro, eu pensei que não podia tocar bateria nem cantar – foi por isso que não decidi me tornar um baterista ou vocalista. Então havia somente duas opções: a guitarra ou o baixo. E a guitarra é uma parte importante da banda. O guitarrista é aquele que sempre fica no centro do palco, sempre em destaque. Mas eu não sou esse tipo de pessoa. Eu prefiro ficar mais atrás. Então, escolhi o baixo, porque ele tem as mesmas características da minha própria personalidade.

A música Daraku, em Karma, é quase toda cantada em inglês, algo incomum para vocês. Como a música foi feita? Tatsuro, como é cantar em uma língua estrangeira?

Tatsuro: Quando eu escrevi essa música, pensei nos fãs japoneses que iriam escutá-la. Muitos de nossos fãs não entendem a ideia se a música é escrita toda em inglês, e, em lugar disso, sentem primeiro a atmosfera. Se as letras são em japonês, eles entendem sobre o que estamos cantando, e podem construir suas próprias ideias em suas mentes. Mas, se escrevemos em inglês, eles precisam ouvir as músicas e sentir a atmosfera sem entender as letras. Essa foi minha primeira ideia ao escrever essa música em inglês. Quando canto essa música ao vivo, sinto algo revigorante, novo e interessante. Mas, se tocarmos essa música na Europa, a situação será oposta, porque eles entendem primeiro as letras em inglês, então é um ponto interessante.

Suas músicas têm uma importância pessoal para muitos de seus fãs. Como vocês se sentem fazendo músicas que podem se tornar muito significativas para as outras pessoas?

Miya: Eu fico feliz, muito feliz.
Tatsuro: Eu também me sinto feliz por nossas músicas se tornarem algo tão especial na vida dos fãs, porque o mesmo aconteceu comigo quando eu cresci ouvindo música. Eu também tenho músicas muito importantes para mim.

E o que a música significa para vocês?

SATOchi: Soa um pouco estranho, mas é bem parecido com o ar: sempre está lá, existe, mesmo que você não reconheça sua existência. Você pode pensar sobre isso profundamente, mas, mesmo que não pense, ele ainda está lá. Você não percebe que ele existe. A música é isso para mim.
Miya: Para mim, música é algo com que minha atividade se relaciona completamente, e também serve como meu diário.
Tatsuro: Meus pensamentos são bem similares aos de SATOchi. Está sempre lá, então você não percebe.
YUKKE: A música se tornou uma das coisas mais importantes da minha vida, porque, se eu não tivesse me interessado por música quando estava na escola, não estaria aqui agora.

O que vocês sentem quando estão tocando?

Tatsuro: Quando estou no palco, eu posso ficar aéreo, me sentir tenso e outras coisas que não acontecem no dia-a-dia, somente no palco.
SATOchi: Quando toco, estou me exibindo. Não sei porque, mas, quando estou sentado na bateria, estou me exibindo.
Miya: Eu não reconheço minhas mudanças no palco. Se você me vir tocar, talvez veja que sou diferente no palco, mas eu mesmo não noto essa diferença.
YUKKE: Quando eu toco o baixo, também sinto essa diferença que normalmente não existe no meu dia-a-dia.

Vocês já fizeram centenas de shows. Como vocês se sentem antes de subir ao palco? Esse sentimento mudou ao longo dos anos?

Tatsuro: Eu me sinto nervoso.
Miya: Eu também fico nervoso.
SATOchi: Eu também.
YUKKE: Eu também fico nervoso, mas as vozes do público me animam.

O que vocês querem expressar com suas apresentações? O que vocês querem que seus espectadores experimentem?

Miya: Se eles estão curtindo o espaço junto conosco, então está tudo bem.

Qual é a melhor coisa de estar em turnê?

YUKKE: Comida.
Tatsuro: Eu gosto do momento em que me deito em uma cama depois de um grande show.
Miya: Eu gosto do processo de mudanças da banda desde o início da turnê até o final. É disso que mais gosto nas turnês.
SATOchi: Eu gosto de problemas – os problemas do YUKKE.

E o que faz vocês sentirem falta de casa?

Tatsuro: Quando ficamos em turnê por períodos longos, eu sinto falta da comida japonesa.
YUKKE: Quando estou em turnê por um período longo, eu sinto falta do meu travesseiro.

Em maio vocês retornarão ao Nippon Budokan para dois shows. Quais são suas expectativas?

Tatsuro: Eu espero que possamos tocar como sempre.
Miya: Nós temos tocado principalmente em casas pequenas, mas no Budokan podemos tocar com uma produção maior, então podemos expressar a nós mesmos e aos conceitos dos álbuns como devem ser, com uma apresentação melhor. Eu estou muito ansioso e adoraria se os fãs europeus fossem até o Japão para nos ver no Budokan. Seria ótimo.

Finalmente, vocês têm uma mensagem para seus fãs finlandeses?

SATOchi: Está muito frio na Finlândia, mas o show do MUCC irá aquecê-los, então venham nos ver para se aquecerem.
Miya: Eu gosto muito da cultura finlandesa e fico feliz por podermos voltar aqui quase todo ano. Espero que isso continue no futuro.
Tatsuro: Eu também fico feliz por sempre podermos voltar. Eu sinto que há muitos fãs esperando por nós, então também estamos nos divertindo, mas espero que os fãs se divirtam ainda mais que nós.
YUKKE: Eu também fico feliz pelos fãs demonstrarem seu entusiasmo tão diretamente que sinto que eles estão esperando por nós. Isso me deixa muito feliz.


O JaME gostaria de agradecer à banda, MAVERICK DC GROUP e Gan-Shin por possibilitarem essa entrevista.
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