O exist†trace gentilmente cedeu seu tempo no Sakura-Con em Seattle, EUA, para falar com JaME.
No meio da noite de sexta-feira, 22 de abril, a primeira noite do Sakura-Con 2011, os fãs tiveram a oportunidade de ver a banda feminina de visual kei exist†trace se apresentar pela primeira vez nos Estados Unidos. Um pouco antes do exist†trace ir embora no dia seguinte, a banda gentilmente cedeu alguns momentos para falar com o JaME sobre sua estreia americana e o show da noite anterior.
Bem vindas aos Estados Unidos! Vocês podem começar se apresentando?
Miko: Eu sou Miko, a guitarrista.
Jyou: Eu sou Jyou, a vocalista.
Omi: Eu sou Omi, a guitarrista.
Naoto: Eu sou Naoto, a baixista.
Mally: Eu sou Mally, a baterista.
Até agora quais são as suas impressões dos EUA? Vocês já fizeram algum passeio?
Mally: Nós não conseguimos fazer muitos passeios.
Jyou: Na América há tantas pessoas, essa é a minha impressão — tantas pessoas legais.
Qual a história por trás do nome exist†trace?
Naoto: Nós queríamos deixar um traço da nossa vida ou existência dentro de nossa música.
Vocês podem explicar brevemente o seu conceito?
Miko: Nós realmente não somos mulheres normais. Se você olhar uma mulher, você acha que sua voz terá um som suave, mas nós estamos indo para um som pesado. Então, quando as pessoas nos veem, elas acham “ah, elas serão fofas”, mas ficam chocadas quando nos escutam.
Como vocês atuam em uma indústria em grande parte masculina, onde os homens visam um visual feminino, mas a exist†trace é uma banda só de mulheres? Vocês acharam que seria um apoio ou uma fraqueza?
Jyou: Para nós, é um apoio.
Mally: Mas no passado para nós, era uma fraqueza.
Como assim?
Mally: O visual kei é dominado principalmente por homens e a maioria das fãs são mulheres. Então, havia muito preconceito conosco. Esses fãs ficavam mais para o lado dos inimigos, mas nós fizemos disso uma força para nós.
Como vocês mudaram isso?
Mally: A primeira coisa para nós é a nossa performance. Nós expressamos um som realmente forte. Há algumas coisas que só podem ser expressas por mulheres e eu acho que isso é algo que nós acrescentamos. Como se tivesse um mundo que só pode ser explicado pelas mulheres.
Vocês podem explicar essa ideia com detalhes para nós?
Miko: Não é como se nós soubéssemos mais como mulheres, mas porque nós temos o ponto de vista da mulher. Muitas das nossas músicas envolvem temas como viver e morrer. Do nosso ponto, nós somos o sexo que dá à luz e eu acho que isso dá uma grande diferença de mentalidade do homem. Então, para cada ano que passa, nosso modo de pensar muda e eu me pergunto se isso é porque somos mulheres.
Uma pequena mudança de assunto… Quem desenha suas roupas?
Jyou: Nós trabalhamos com um designer e também muitas vezes dizemos “Eu quero vestir isso!” e é assim que decidimos nossas roupas.
Sua aparência na noite passada está conectada à sua estreia nos EUA, bem como ao lançamento do seu álbum americano, Twin Gate. Vocês podem falar um pouco mais sobre isso?
Jyou: No álbum Twin Gate, há uma mistura de quatro novas músicas e algumas outras antigas. Em junho deste ano, estamos estreando como uma banda major e durante o processo da nossa estreia, nós continuamos com o mesmo sentimento que tínhamos antes. Assim como com Twin Gate, alguns aspectos ficarão e alguns mudarão. Nós estamos tentando fazer nossa estreia com os dois tipos de sentimento conosco.
Então, uma estreia major é como a próxima etapa da sua vida, como mulheres?
Jyou: Se este for o caso, então eu ficaria feliz.
Vocês planejam lançar mais álbuns nos EUA ou mesmo uma turnê?
Jyou: Neste momento não temos planos, mas nós adoraríamos fazer uma turnê nacional. Nosso objetivo é ter mais pessoas ouvindo a nossa música – nós queremos fazer música cada vez mais.
Durante uma das músicas que você cantou no show da noite passada, Jyou, você cantou em inglês. Você fala bem inglês?
Jyou: (risos) Eu não sei falar bem inglês. (risos)
Na noite passada, depois que o público chamou vocês de volta para o encore, Jyou entrou no palco carregando duas bandeiras: uma americana e uma japonesa. As duas bandeiras tinham o kanji de “kizuna”, que significa “vínculo” em japonês, escrito nelas. Qual o significado da palavra “vínculo” para vocês?
Jyou: “Kizuna” para nós significa uma conexão pessoal coração-coração. Recentemente, o Japão foi devastado por um terremoto e um tsunami que causou muitos danos. Mas houve muito apoio da América ao Japão – esses vínculos entre a América e o Japão são aqueles que se estendem pelo oceano.
Antes de tocar o encore, Jyou, você fez um breve discurso em japonês a respeito do terremoto e tsunami no Japão. Por que você decidiu fazê-lo em japonês?
Jyou: Bem, originalmente, eu queria fazê-lo em inglês, mas quando cheguei aqui, encontrei muitas pessoas que entendiam japonês. Então, pra mim, era importante dividir aqueles sentimentos na minha língua nativa para realmente ter uma conexão profunda.
Terminando de uma forma mais leve, cada uma de vocês pode nos dizer um de seus talentos escondidos?
Jyou: Eu amo mapas. Então antes de vir, eu baixei todos os mapas da área e imaginei onde tudo seria antes de vir para Seattle.
Mally: Se você perguntar a Jyou onde fica algo, ela saberá. Automaticamente.
Mesmo com seus olhos fechados?
Jyou: (em inglês) Sim. (risos)
Mally: Cozinhar.
Jyou: Qualquer coisa que ela faça é deliciosa. Ela também é realmente boa em fazer comida japonesa.
Naoto: Eu gosto de anime e mangá. Eu sei muito sobre isso.
Omi: Shodo (caligrafia japonesa). Mesmo que na verdade eu seja canhota, eu faço com a minha mão direita.
Miko: Eu gosto de coelhos.
Jyou: Mas isso não é uma habilidade...
Miko: Mas eu sei muito sobre coelhos.
Jyou: Miko sabe tricotar – ela faz bichinhos de pelúcia. Muito fofo e feminino, certo? (risos)
Por último, algumas palavras finais para os seus fãs?
Jyou: Nosso primeiro show nos EUA foi muito divertido e eu realmente apreciei todo o apoio que recebemos. Quando voltarmos na próxima vez, nós esperamos ouvir vozes altas e ponderosas de todos.
O JaME gostaria de agradecer ao exist†trace, sua administração e ao JapanFiles.com por tornar esta entrevista possível.