MUCC history GIGS 97~11 no Nippon Budokan

O show especial MUCC history GIGS 97~11 foi realizado no dia 22 de maio, no dia anterior ao show final da turnê, no mesmo local – nada menos que o famoso Nippon Budokan. O palco foi montado ao lado norte da casa, com rampas saindo de ambos os lados e uma enorme coluna com lâmpadas logo atrás da bateria, enquanto uma grande bandeira japonesa no teto era o lembrete constante do significado da casa de show. Quatro telões foram colocados atrás do palco, e quando o show começou a banda foi apresentada com um pequeno filme em preto e branco.

Enquanto o filme estava rodando, os membros da banda foram silenciosamente entrando na ponta dos pés no palco - Tatsuro descalço como sempre – mas, é claro que a tentativa furtiva foi em vão já que o público os localizava imediatamente e começava a gritar. Quando as últimas cenas do filme mudaram de preto e branco para colorido, as luzes se acenderam no palco e revelaram a banda. - Tatsuro vestido com um quimono tradicional como jaqueta, em total contraste com Miya que mostrava um visual mais punk com calças quadriculadas e botas. A primeira música do set foi Aka do primeiríssimo álbum do MUCC, com certeza uma surpresa para muitos fãs.

Zetsubou continuou com o mesmo sentimento, e a batida pesada e a melodia melancólica refletiram muito bem o título, “desespero” em japonês. A atmosfera aumentou notavelmente quando a clássica dos shows Saishuu ressha apareceu e o ritmo dançante fez a plateia dançar perto de seus assentos e balançar as mãos no ar. A lenta Kimi ni sachi are começou com Tatsuro tocando gaita e continuou com um cantar bem suave que se transformou em um refrão surpreendentemente poderoso, fazendo da canção uma balada realmente poderosa. Quando a plateia reconheceu Ware, arubeki basho muitos gritos apareceram, e o público bateu cabeça em uníssono, enquanto o antigo PV da música passava nos telões. A coluna atrás da bateria subitamente se acendeu com uma luz ofuscante, e ficou piscando durante o refrão da música, acentuando a batida pesada.

YUKKE mudou de um ritmo otimista para a divertida e meio jazz Media no juusei, que por um momento criou a ilusão de se estar em um clube de jazz mais intimista, impressão que foi efetivamente esmagada pelo grito impressionante de Tatsuro no final. Depois disso, Tatsuro se sentou de pernas cruzadas na frente do palco e conversou um pouco com o público de uma maneira mais relaxada. A próxima música. Mama, foi de uma maneira meio impossível, tanto melancólica de apertar o coração quanto alegre-dançante, deixando os fãs com fortes emoções ainda que sem saber se choravam ou riam.

Para 25ji no yuutsu, feixes de luz verde foram focados em um anel no palco, que fez parecer que a banda estava dentro de uma caixa verde e um fogo solitário a frente de SATOchi criou a impressão de que a bateria estava em chamas. Isso, combinado com a introdução nefasta, tornou a cena realmente impressionante. A música, então, surpreendentemente se tornou mais animada, com melodia de jazz no meio, apenas para voltar a ser mais nefasta, soando misteriosa no fim, terminando com Tatsuro caído, morto no escuro dentro da caixa verde.

Algumas melodias mais leves se seguiram, mas apesar dessas serem fofas e cativantes, sempre havia algo, ou era a batida de SATOchi que estava muito forte ou a qualidade bruta da voz de Tatsuro, que criaram um limite ou o sentimento de que aquilo não era muito pop. Para Ame no orchestra, apareceram efeitos de luz imitando estrelas no teto e fumaça branca parecendo nuvens no palco. Mas apesar da música ser bonita, ninguém conseguia parar de pensar que Tatsuro, usando roupas e maquiagens que o faziam parecer um demônio de algum filme tradicional de terror japonês, parecia um pouco fora de lugar no cenário celestial.

No curto intervalo que se seguiu, um cronômetro foi mostrado contado de 00:00 a 02:07, no qual a instrumental 2.07 começou. Tatsuro, não tendo o que fazer, correu pela rampa e agarrou uma lâmpada, a qual usou para iluminar a plateia. Duas músicas ligeiramente novas estavam no set, Fukurou no yurikago e Shion, se destacaram um pouco mostrando o som oriental e etéreo que vinha a caracterizar o MUCC nos últimos anos. As fogueiras no palco durante Shion ajudaram a tornar esta a música mais forte de todo o set. Os gritos mais altos foram recebidos, contudo, por Oyoge! Taiyaki-kun, e o público cantou rindo junto a versão do MUCC da antiga canção para crianças sobre as aventuras de um bolinho de peixe.

Suimin foi outra música forte que mostrou a habilidade única do MUCC de misturar melodias de pop fofo e cativante, ritmos de jazz que fazem você querer dançar com riffs de heavy metal e gritos brutais – não apenas na mesma setlist, mas mais frequentemente na mesma música. A parte principal do set foi desenvolvida com Kugatsu mikka no kokuin, durante a qual as letras foram mostradas nos telões enquanto era cantada, e foi difícil não se sentir comovido pela história do menino desprezado que depois de sua morte olha para trás para sua vida miserável, enquanto Tatsuro derramava todos os seus sentimentos na música.

O primeiro encore contou com três melodias pops animadas, e no final se revelou tão animado quanto, mas ainda a parte mais fraca do show como um todo. Contudo, a plateia ainda estava dançando e se divertindo, especialmente quando estavam rindo do jeito brincalhão de Tatsuro durante Flight, na qual ele segurou uma câmera e filmou o público e seus companheiros de banda. O show não acabou com isso, porém, e depois de um tempo a plateia pedindo por encore, o MUCC mais uma vez apareceu no palco. Desta vez, eles conversaram com a plateia, e todos eles afirmaram que continuariam tocando até terem 69 anos de idade.

Um carro de brinquedo dirigido por um sapo apareceu no palco, e enquanto YUKKE tomava conta do sapo, Tatsuro começou a cantar a música-piada Robert’s theme, acompanhado apenas por Miya no violão e, é claro, o próprio Robert, o sapo (ligeiramente ajudado por YUKKE). SATOchi, um pouco perdido sem sua bateria, arrancou um grande solo de air guitar antes de sair para procurar a namorada de Robert, e toda bobeira com os sapos fez a plateia explodir em risadas. Em uma, e única, nota ligeiramente mais séria, a banda e o público cantaram Yasashii uta juntos, e no comando de Tatsuro todos puxaram seus bastões luminosos e balançaram alto enquanto cantavam o refrão, criando um cenário poderoso na ambiente escuro. Miya gritou “bye-bye” e a banda deixou o palco mais uma vez depois de SATOchi impressionar a plateia com sua habilidades em lançar as baquetas.

Contudo, o show ainda não tinha acabado totalmente, e depois de outra rodada de gritos por encore, o MUCC apareceu uma última vez no palco. Tatsuro agradeceu à plateia, e eles tocaram a balada suave Akatsuki como um presente de despedida – essa nova música podia ser comprada como um single versão limitada apenas no Nippon Budokan nesse dia e no dia seguinte. Todos os membros da banda então se curvaram profundamente para o público em agradecimento, e o show terminou de verdade. Enquanto todos tentavam compreender o que tinham visto, algumas pessoas deixavam o local, indiferentes. O MUCC tem um poder extraordinário em seus shows, e também é evidente que depois desses 15 anos os quatro membros se sintam em casa também em um palco daquele tamanho e tenham confiança para se divertirem. Isso em combinação com uma setlist, que faria qualquer fã das antigas lacrimejar em nostalgia, fez um show maravilhoso que seria lembrado por muito tempo.


Setlist:

01. Aka
02. Zetsubou
03. Saishuu ressha
04. Moumoku de aru ga yue no sogaikan
05. Kimi ni sachi are
06. Ware, arubeki basho
07. Media no juusei
08. Mama
09. 25ji no yuuutsu
10. Monochrome no keshiki
11. Kokoro no nai machi
12. Ame no orchestra
13. 2.07
14. Bouzenjishitsu
15. Fukurou no yurikago
16. Rojiura boku to kimi e
17. Shion
18. Shougyou shisoukyou jidai koushikyoku
19. Oyoge! Taiyaki-kun
20. Shoufu
21. Suimin
22. Kugatsu mikka no kokuin

Encore 1:
23. Utagoe
24. Ryuusei
25. Flight

Encore 2:
26. Robert's theme
27. Yume no machi
28. Yasashii uta

Encore 3:
29. Akatsuki