Resenha

D - Huang di ~Yami ni umareta mukui~

24/03/2012 2012-03-24 00:01:00 JaME Autor: Geisha Tradução: sakurazuka

D - Huang di ~Yami ni umareta mukui~

Sobre Dragões e Tríades.

O D pode ser melhor conhecido por tocar rock pesado e metal, mas eles também fizeram uma tentativa no folclore de uma variedade de culturas. Ouka saki some ni keri cativa com instrumentos tradicionais japoneses, os ritmos de Canon del Colca são emprestados da música andina e Hanatsumi no otome ~Rozova Dolina~ foi inspirada no vale da rosa, na Bulgária. Desert Warrior conjura visões do Oriente Médio, Yoru no me to ginyushijin e 13gatsu no yumemi oka ressuscitam a Idade Média europeia e Colosseo o espírito guerreiro da Roma antiga. Para seu novo mini-álbum, eles escolheram um destino mais próximo de casa.

Huang di ~Yami ni umareta mukui~ é um álbum com conceito definido na China e nos Estados Unidos, que conta a complexa história de amor de Heilong, o “Dragão Negro”, e sua noiva, a filha do chefe da Tríade. Ao longo dos anos, muitos artistas diferentes foram inspirados pela China, tais como David Bowie, com China Girl, e Siouxsie and the Banshees, com Hong Kong Garden. Pode o D acrescentar uma nova centelha a este tema popular? E como eles irão infundir seu som pesado de rock romântico com um sabor chinês?

A faixa-título, Huang di ~Yami ni umareta mukui~, abre com um gongo que se desvanece em uma melodia graciosa tocada em instrumentos tradicionais chineses. Infelizmente, o encarte do CD não especifica seus nomes, mas elas parecem ser dizi, uma flauta de bambu, e guzheng, um tipo de cítara. A atmosfera contemplativa é de duração curta, entretanto, porque logo as pesadas guitarras de Ruiza e HIDE-ZOU e o baixo esmagador de ossos de Tsunehito interrompem-na. Seguindo um breve interlúdio de baixo e bateria, a flauta e a cítara retornam e, junto com o ehru, um violino de duas cordas, misturam-se perfeitamente ao poderoso som de rock moderno do D. Como em seu lançamento anterior, Torikago Goten ~L’Oiseau bleu~, o solo de guitarra é tocado por HIDE-ZOU, mas, na segunda metade da música, Ruiza também tem a oportunidade de exibir sua habilidade. Finalmente, em algum lugar do pano de fundo esconde-se o som cálido de um violão de 12 cordas e um tambor cajón sul-americano. No geral, a banda criou uma peça de folk rock épica, na qual delicados instrumentos chineses, brutais riffs de guitarra e a voz luxuosa de ASAGI misturam-se em perfeita harmonia.

Aqueles que acham tudo isso muito exótico irão apreciar Makutsuenshuuki, um tom de rock direto, sem um único instrumento estrangeiro. Pelos padrões do D, a música é quase simples demais e, à parte do ritmo acelerado e de poucas notas muito altas no refrão, não oferece nenhuma característica que se sobressai. Não obstante, ou talvez por causa disso, ela reflete bem a letra zangada e, durante o refrão, pode-se quase ver as mãos dos fãs dançando através do ar.

Honoo no kairou é a primeira balada do álbum e, ao manter seu caráter masculino, isso significa uma balada de poder. Começa com o som de sinos, a que se une o ehru e os vocais claros de ASAGI. Aqui e ali, as guitarras emprestam um peso adicional à melodia doce e, claro, a música não estaria completa sem um solo de guitarra. Acaba em uma surpreendentemente quieta, mas ainda mais tocante nota com um monólogo que é sussurrado sobre a música em uma voz profunda e emocionalmente carregada.

A faixa seguinte traz um golpe maior. Como Makutsuenshuuki, Gikyousouden é um tom de rock sem afetação, mas com um ritmo muito mais animado. HIROKI deve ter músculos de aço, porque sua bateria galopante compete constantemente junto com as poderosas guitarras de Ruiza e HIDE-ZOU. A estrela da música é, entretanto, ASAGI, que está no auge da forma e demonstra uma variedade de diferentes estilos de vocais, de trêmulos angelicais a ocasionais rosnados mortais.

Não há tempo para recuperar o fôlego, porque com Ryuugan no shizoku agora segue a música mais pesada do álbum. Desde o começo, guitarras guinchando e baixo socando marcam o ritmo. O D desenvolveu os gritos de pano de fundo, que são tão populares entre as bandas de J-rock, a um canto que soa quase tribal e usam-no aqui para apoiar seu riffs de metal indutores de bate cabeças. ASAGI intervém com sua voz clara, mas, então, muda para rosnados mortais profundos e rítmicos, que são mais uma vez sublinhados por riffs pesados e gritos de fundo. Vocais claros e rosnados mortais alternam até que se fundem em um refrão melódico, durante o qual ASAGI atinge um impressionantemente alto falsetto. Após um breve solo de guitarra, riffs de metal e rosnados mortais retornam, mais uma vez seguidos por um refrão melódico, até que a música acaba com um assalto final de guitarras e baixo.

Após este festival de bate cabeças, o ânimo torna-se outra vez tradicional e emotivo. Sansuishi, que foi inspirada pela arte da paisagem, abre com acordes de violão e cítara, a que se unem a flauta de bambu e o ehru. O arranjo soa tão autêntico que, de fato, a pessoa se sente transportada para uma idílica paisagem do Extremo Oriente. Depois, ASAGI gentilmente introduz o refrão; guitarras elétricas e baixo pesado “entram” e elevam a melodia agridoce para uma empolgante balada poderosa. A ênfase aqui é no “poder": apesar de os instrumentos chineses, como na faixa-título, harmonizarem ao longo da música com o som ocidental do D, Sansuishi é descaradamente bombástica e daria uma ótima música tema para um melodrama histórico.

A faixa final da versão regular B Type do mini-ábum é uma versão sem vocais de Huang di ~Yami ni umareta mukui~. A edição internacional, em vez disso, apresenta uma seleção de clássicos do D que se destinam a servir como um cartão de visita musical para compromissos no exterior.

A primeira é a energética Night-ship “D”, durante a qual os fãs executam uma dança com bandeiras pretas e vermelhas do D. Esta é seguida pela operesca Yami yori kurai doukoku no acappella to bara yori akai jounetsu no aria, cujas escalas dramáticas permitem a ASAGI que exiba todo o alcance de sua voz. Junto com Night-ship “D”, esta música é uma das peças que são marcas registradas do D. Dearest you é uma melodia animada, surpreendentemente despreocupada para os padrões do D que é destinada a unir os fãs tanto com a banda quanto uns com os outros. Nos shows, os fãs seguram as mãos uns dos outros e então pulam juntos com a banda. Finalmente, Sleeper é uma anuência ao gosto musical ocidental. De acordo com o D, esta música foi mais solicitada do que qualquer outra em suas performances na Europa e nos Estados Unidos. Por um lado, isso não é surpreendente, já que até mesmo na cena visual-kei visualmente muito alternativa, o rock clássico é frequentemente mais popular que a vanguarda. Por outro lado, pode-se esperar que uma banda tão aberta a novas influências como o D seria igualmente apreciada por suas composições mais experimentais.

Resumo: Huang di ~Yami ni umareta mukui é uma impressionante síntese de tradicional e moderno. O D não facilitou as coisas para si. Em vez de depender de atalhos como riffs asiáticos, eles integraram uma variedade de instrumentos tradicionais chineses em seu som de rock contemporâneo de forma inteligente e sensível. Essa abordagem não é limitada somente à música. As letras contêm referências à literatura e mitologia chinesas, incluindo citações em chinês, e os trajes elaborados vêm em duas versões diferentes, a versão tradicional e uma moderna, que graciosamente recria ambos o vestido chinês bem como o visual gângster contemporâneo. A arte final também mostra grande atenção aos detalhes, tais como a fonte do título do álbum, que é baseada em um selo de pedra chinês. De acordo com ASAGI, a história de Heilong ainda não está terminada, então nós podemos esperar ansiosamente por ouvir mais sobre ele em um futuro que se espera não ser muito distante. Nesse meio tempo, quem sabe para quais países e culturas distantes o D irá nos levar a seguir?
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