O show do A no Progresja club, em Varsóvia, foi um evento bem interessante e trouxe muita diversão à plateia polonesa.
Dentre as várias bandas que estão visitando a Polônia nesse ano, A, também conhecida como Anonymous Confederate Ensemble (ACE), foi a mais original. Ninguém deveria se preocupar se essa jovem banda, com apenas dois anos de idade, será capaz de fazer um bom show – eles irão te impressionar bastante!
A banda tem um conceito incomum – todos os músicos entraram no palco vestindo roupas de pirata. O vocalista usou até mesmo um chapéu de pirata feito de feltro. As músicas também fazem uso desse tema, completando assim a sua imagem. Além disso, a banda tem outro ás debaixo da manga: a sua formação única inclui um violinista.
Rookie Fiddler, o já citado violinista, é como um isqueiro. Ele possui tanta energia, que se ele a dividisse com todos ainda sobraria um pouco para ele. Ao longo de todo o show, ele pulou e rodopiou, balançando o seu arco no ar. Seu violino eletrônico também era bonito, e o seu dono estava cheio de energia positiva, sempre sorrindo. Rookie interrompeu o MC de Nimo com frequência, com Nimo carregando um olhar que dizia: “O que eu faço com você, seu idiota?”.
Falando do vocalista, o seu semblante era enganador. Na maior parte do tempo, o seu rosto parecia indiferente, no entanto, o seu comportamento provava o contrário: o vocalista era amigável e parecia estar tendo um momento agradável. Enquanto isso, o baixista Toshi parecia reservado e profissional. Ele se concentrava em tocar o seu instrumento e quase não sorria, entretanto, quando ele ficava acima da plateia e com seus braços bem abertos, ele parecia um verdadeiro pirata. O seu apelido, “Fire Bass” (Baixo de Fogo, em inglês), era muito adequado.
O show começou com uma melodia de piano, que parecia como se alguém estivesse batendo violentamente no teclado, com raiva. Logo depois, todos os instrumentos se juntaram para um som mais pesado, apesar de o violino estar leve. A maioria das músicas do A era de um estilo parecido: guitarra, baixo e bateria agressivos, com um violino suave. Com a canção Night Of The Knights, o vocalista apresentou as suas habilidades vocais, tendo que cantar longas notas. Ele foi muito bem.
As habilidades vocais de Rookie Fiddler eram surpreendentes. Em LOVELESS, ele cantou com uma voz operística, mais uma vez mostrando um contraste: dessa vez entre o seu canto e a voz melódica do vocalista. Após essa música ele teve os seus cinco minutos e, depois de dizer algumas palavras para a multidão, ele tocou um curto solo. Os aplausos o persuadiram a tentar outro solo, e dessa vez ele tocou mais rápido, ao mesmo tempo em que sorria gentilmente e encostava a sua cabeça no violino.
Depois disso o vocalista anunciou outra canção, a hispanicamente inspirada MASQUERADE, que foi lançada no primeiro álbum da banda. Pena que o violão era de playback; mas isso não atrapalhou a diversão. Os fãs bateram palmas e pularam durante o refrão. A próxima música, Mirror of Terror, também foi lançada no primeiro álbum, mas em vinil. Ela mudou a atmosfera para outra mais sombria. Apesar de os versos estarem tranquilos, o clima do refrão se tornou pesado e sólido. A música era guiada pelo baixo, e Rookie novamente mostrou o seu canto operístico.
Em seguida, as luzes piscaram e a música parou, quando o vocalista deu passos em direção à frente do palco para um pequeno MC. Ele foi muito amigável e tentava se comunicar com os fãs. Ao longo de todo o show, ele continuava a mencionar o quão animados estavam os membros da banda por poderem tocar na Europa. Ele também elogiou os fãs dizendo que eles eram “muito animados!” Durante o primeiro MC ele tentou dizer algumas palavras em polonês, lendo frases escritas em katakana em um papel no chão. A cada palavra que lia, ele parecia que sentir dor, mas os fãs ficavam entusiasmados a qualquer momento em que ele dizia em polonês “boa noite”, “obrigado”, “bem vindo”, “tudo bem?”.
Após o MC, o vocalista anunciou uma das músicas mais conhecidas do repertório do A, Black Butterfly, e a plateia foi à loucura. No começo da canção, os integrantes da banda pularam juntos e até mesmo Nimo deu um pequeno pulo, o que foi muito impressionante. A plateia também pulou, cantando os versos principais e vibrando em cada solo dos membros da banda – especialmente com o guitarrista substituto, Kentaro da banda Rikka, que ganhou um grande aplauso. Os músicos percorreram o palco e se apoiaram contra a multidão, e os fãs puderam tocá-los.
Quando Black Butterfly terminou, Toshi tocou seu próprio solo, o que foi ao encontro de aplausos também. FOOL’S GOLD mostrou belamente as habilidades de violino de Rookie, e Kanaria provocou frenéticos bate-cabeças com o incentivo do violinista. Essa música era repleta de uma rápida bateria, que ficou ainda mais elaborada depois da canção, em um curto solo. O baterista substituto Shunji, que geralmente toca na banda de power metal Vigilante, mostrou as suas incríveis habilidades de bateria e ganhou os corações do plateia. Nimo o introduziu várias vezes, e a cada vez o público dava-lhe estrondosos aplausos.
A diversão continuou e a banda começou a canção seguinte, Viva La Casta!, em um estilo mais de swing. Nimo mostrou as suas habilidades vocais mais uma vez, e o integrantes dançaram, especialmente Rookie, que rodopiava no seu lado do palco. Em seguida, veio outra música: NUDE. De novo, Rookie tocou belos solos de violino. A plateia pulou com alegria, e como era a última chance para fazer isso, tentou tocar os integrantes da banda. Em um momento, o baixista e o guitarrista tocaram de costas um para o outro, e Nimo pulava alegremente, segurando o seu chapéu para não perdê-lo.
A plateia gritava pelo encore e as pessoas próximas ao palco começaram a bater no chão do cenário simultaneamente, batendo em um ritmo para que então os membros retornassem mais rápido. A banda voltou ao palco vestindo camisas da turnê. Nimo continuou com o seu chapéu de pirata. Ele ficou de frente para o público e disse que a Polônia é um país muito bonito. Alguém da plateia disse que o Japão também era bonito, e isso serviu como pretexto para anunciarem a próxima música. Nimo disse, “Nós vamos tocar uma verdadeira música japonesa”, e ele começou a cantar à capella os primeiros versos de SAKURA. A vibe japonesa estava verdadeiramente evidente nessa música, graças ao violino e ao característico vibrato. A plateia balançou as mãos com essa música gentil.
A última canção era divertida como nenhuma outra. Shangri-la começou com o vocalista e o violinista: Nimo cantou melodicamente e Rookie operisticamente. Depois disso, era o que todos estavam esperando – uma melodia verdadeiramente pirata surgiu, levando a pulos ensandecidos, dança e alegria. Os membros da banda tropeçaram uns nos outros, pulando alegremente – foi uma ótima visão. Rookie dançou descontroladamente, levou o seu arco a sua boca e começou a tocar o seu violino como se fosse um banjo. Toshi decidiu pular nessa pequena cena, e mal escapou de uma colisão com Kentaro. A música se tornou mais e mais rápida, e a plateia deu o seu melhor para continuar pulando. Todos sorriam alegremente – é impossível não estar feliz quando uma música dessas é tocada.
O final era em de um verdadeiro estilo pirata – uma festa louca, com dança e aclamação. O vocalista gritou mais algumas vezes com “nós somos...” e a plateia gritou respondendo: “ACE!” Todos levantaram as suas mãos, mostrando triângulos com os dedos para simbolizar a letra “A”, o nome da banda. Os membros do grupo acenaram dando adeus, e se inclinaram a frente, em direção ao público, para segurar as suas mãos. Pela última vez, Toshi abriu os braços e se inclinou. Rookie Fiddler foi último a sair, mas antes disso ele gritou para os fãs “me prometam que nós vamos nos encontrar de novo!!” Ao sair, ele levantou a bandeira da Polônia, que possuía o grande logo da banda. Após o show, os integrantes da banda assinaram produtos. Até os membros substitutos deram autógrafos; alguns fãs pegaram-nos quando estavam limpando o palco.
A organização do show estava ótima e a banda conquistou o coração dos fãs poloneses. Às vezes o som ficava um pouco fraco, mas isso não foi um grande problema. A atmosfera da plateia era animada, e a diversão nunca acabava. Até mesmo os homens da plateia se divertiram, encorajando todos ao redor para se juntarem a eles na diversão. Houve também incidentes desagradáveis. A pior coisa que aconteceu foi o baterista perder as baquetas depois do show. É inacreditável que alguém tenha ido ao palco sorrateiramente e tenha roubado as baquetas de seu estojo. Além disso, a vergonhosa tentativa de desmanchar partes das roupas usadas durante o show deve ser reprimida. Todos deveriam saber que tais incidentes podem arruinar as chances para shows futuros. Com sorte, as boas memórias terão mais peso e a banda irá retornar. Se eles voltarem, assegure-se de ir ao show deles porque é garantia de boa diversão! Ahoy!
Set list:
01. Night Of The Knights
02. LOVELESS
-solo de violino-
03. MASQUERADE
04. Mirror of Terror
-MC-
05. Black Butterfly
-solo de baixo-
06. FOOL’S GOLD
07. Kanaria
-solo de bateria-
08. Viva la Casta!
09. NUDE
ENCORE:
10. SAKURA