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MONKEY MAJIK x Yoshida Brothers em Toronto

28/12/2012 2012-12-28 00:01:00 JaME Autor: Christine Tradução: Pipezinha

MONKEY MAJIK x Yoshida Brothers em Toronto

O Yoshida Brothers e MONKEY MAJIK trouxeram uma alegre mistura da cultura japonesa tradicional e um pop-rock cativante para uma plateia lotada de Toronto.


© JaME - Ken Tran
Era uma fria noite de outono e muitos fãs que chegaram tarde ao Clube Mod ficaram chocados ao se verem forçados a descerem o quarteirão para chegar ao fim da fila. As portas se abriram com meia hora de atraso, mas quando os fãs finalmente conseguiram entrar, o clube ficou lotado desde a frente até os fundos e cheio de um murmúrio excitado. Pessoas de todas as idades, de casais mais idosos até algumas crianças pequenas, podiam ser ouvidas falando umas com as outras numa mistura de japonês e inglês.

Yoshida Brothers

Quando os Yoshida Brothers chegaram ao palco, foram instantaneamente recebidos com altos gritos. Ficou bem claro que muita gente na plateia veio especialmente para vê-los. Os dois irmãos se sentaram no palco cruzando as pernas em um tapete tradicional xadrez vermelho e branco. Ainda podia se ouvir pessoas conversando umas com as outras enquanto a primeira música começava, mas assim que os irmãos começaram a tocar mais rápido e mais alto, as conversas pouco a pouco cessaram. A apresentação foi simples, nada mais acompanhando os irmãos além de luzes fortes que mudavam de cor para combinar com o clima da música, mas quando seus dedos começaram a voar acima e abaixo nos braços de seus shamisens, logo ficou bem claro que não precisavam de nada mais.

Os irmãos se apresentaram brevemente em um inglês claro, mas conciso antes da próxima canção. Tendo como título The End of the World, vimos o irmão mais novo Kenichi ficar em foco enquanto Ryoichiro se sentou imóvel no escuro, pacientemente esperando sua vez. Começou com um ritmo lento, ondulante que cresceu até um clímax emocionante que fez cada par de olhos no clube se fixar nele. Já o solo de Ryoichiro, foi uma peça rápida que logo se tornou mais e mais frenética, fazendo com que seu corpo se sacudisse a cada série de toque, o público completamente paralisado, quase copiando o estado imóvel de Kenichi. Essa paralisia continuou por quase toda a apresentação, os fãs hipnotizados pela virtuosidade dos irmãos. Entretanto, e muito interessante, a plateia também parecia saber quando saudar e aplaudir, de repente voltando à vida com espasmos de admiração às habilidades dos músicos. Alguns ainda imitavam os gritos dos irmãos, os ajudando a pontuar a canção.

Interessante também foi notar as diferenças no estilo de tocar dos dois irmãos. Kenichi parecia relaxar mais em sua música, fechando os olhos e balançando a cabeça, com sua boca abrindo em um “o” às vezes, como um guitarrista solando. Ryoichiro, por outro lado, mantinha os olhos em suas mãos, parecendo focado e atento, mas sorrindo frequentemente às respostas da multidão. Então, os irmãos permaneceram em sincronia perfeita por toda a noite, gritando e jogando suas cabeças para trás nos momentos decisivos.

Um dos destaques do repertório foi Kodo. Uma de suas músicas mais conhecida, teve tal reação entusiasmada do público que pareceu levar os irmãos a tocar as notas com velocidade e força extra. Num forte contraste, outro destaque foi Oboro zukiyo , uma canção pacífica e lenta que levou a audiência a acompanhar de boca fechada espontaneamente durante a segunda parte, dando a impressão de que o ambiente estava cheio com uma suave canção de ninar. Depois,Kenichi começou Jongara bushi que é uma música que incorpora todos os elementos sonoros de um shamisen. Quando a canção começou era delicada, então os irmãos abruptamente mudaram para pancadas fortes de percussão, seguidas de sons peculiares e distorcidos e então uma sucessão de frenéticas notas altas que fazia seus corpos tremerem com a velocidade com que puxavam as cordas, era fácil ver o que significava.

Após canon, os irmãos se curvaram, levantaram e saíram do palco, sorrindo. Foram acompanhados de saudações entusiasmadas.

Set List:

1. Kuroda bushi
2. Modern
3. End of the world
4. Koishi – saiun
5. AIYA
6. Kodo
7. Oboro zukiyo
8. Jongara bushi
9. canon

Então, após 20 minutos de espera, foi a vez de MONKEY MAJIK.

A primeira música do MONKEY MAJIK, Black Hole, pareceu ter sido feita sob medida para ser uma música de abertura. Com uma batida dançante, acompanhamento de palmas e um refrão fácil de decorar, que fez o povo se mexer e a energia fluir. Um óbvio destaque da noite, o impressionante alcance vocal demonstrado por Blaise e o trabalho de equipe sem remendos dos irmãos, pois os contracantos de Maynard contribuíram para trabalhar com a multidão no escuro, deixando seu irmão brilhar sob os refletores. A apresentação do baixista DICK também se destacou desde o começo. Ele deu duro para conseguir que a plateia batesse palmas no ritmo e cantasse junto alegremente no decorrer do show, ainda que ele não tivesse microfone.

Sem perder tempo, Blaise gritou, “Eu quero derrotar o seu irmão- vamos lutar kung fu!”, assinalando o começo de um sucesso da banda, Around the World, o qual tirou um grito alto dos fãs. A música familiar mexeu com os fãs e ambos, plateia e a banda MONKEY MAJIK, rapidamente se aqueceram e se prepararam. Durante um de seus MCs Blaise mencionou que eles estiveram em Toronto um “milhão de bilhão de vezes” no passado, e isso certamente se mostrou na confiança com que engajaram a plateia. Eles provaram que conheciam a cidade várias vezes do começo ao fim da noite, arrancando gritos entusiasmados do público, inclusive quando mencionaram que tinham feito recentemente sua primeira visita à Torre CN, no dia anterior.

Então veio U.F.O., uma linda balada que, novamente, demonstrou os vocais elevados de Blaise. Foi seguido por White Noise, a qual foi a primeira canção que realmente pôs a voz de Maynard em destaque. Um número de rock romântico, misturado com vocais sedutores e ardentes nos versos com um refrão fácil “hey-oh” que fez a audiência bater palmas junto. Os irmãos apresentaram a banda em japonês e inglês, e também arrumaram tempo para cumprimentar o clube pelos seus dez anos, Blaise brincando que a banda estava feliz em tocar no dia seguinte ao grande evento.

Como os Yoshidas, o equilíbrio entre os irmãos Plant, até em seus MCs, foi interessante de observar. Blaise tinha uma aproximação mais despreocupada com a audiência, enquanto Maynard era amável e sério, exclamando “Cara, vocês são fantásticos!” muitas vezes a noite toda. Depois de fly eles perguntaram quantas pessoas na plateia sabiam falar japonês. Quando a maior parte do público ergueu as mãos, Maynard retrucou, “Imagino então que poderíamos falar somente em japonês?” e Blaise respondeu brincando, “Eu te disse! Eu te disse!”

As próximas músicas foram recebidas com entusiasmo, mas foi Nijiiro no sakana que realmente enlouqueceu os fãs, pulando e cantando excitadamente no seu refrão. bicycle foi outro destaque, trazendo para fora o lado rock da banda com o curto solo de guitarra de Blaise e os vocais mais agressivos e ousados de Maynard mais do que qualquer outra canção da noite. Os irmãos também tocaram violão durante a apresentação, mais notavelmente em Sora wa maru de, a qual obteve resposta imediata dos fãs. Eles cantaram juntos com paixão, preenchendo o “itsu ma ni ka” do final, tirando sorrisos da banda

Apesar de todas essas mudanças no som, o show todo fluiu regularmente e a única parte que pareceu baixar o ânimo foi uma sucessão de baladas próximo ao final. No entanto, a reação alta da plateia à última música, Headlight, rapidamente elevou os níveis de energia.

Quando o MONKEY MAJIK deixou o palco, chamados para o encore começaram imediatamente – e aos brados. Estava claro que a música que todo mundo estava esperando não tinha sido tocada ainda. Quando os Yoshida Brothers surgiram no palco, ao invés disso, os gritos se tornaram um rugido. Os irmãos se sentaram e tocaram um pouco, debaixo de fortes aplausos, antes do MONKEY MAJIK assumir seus lugares entre eles e Kenichi começar a introdução de change, a qual conseguiu a resposta mais alta de toda a noite. A tranquila fusão entre os dois grupos era realmente linda de se ouvir, e assim que acabou, a satisfação na cara dos fãs dizia tudo.

DICK foi o último a deixar o palco e tirou um minuto pra falar em japonês com a plateia, perguntando se deveria tentar atirar algo para o camarote, continuando seu “Desafio do Segundo Andar”. Encorajado pelo apoio deles, ele tentou atingir sua meta antes de se juntar ao resto da banda nos bastidores.

Resumindo, ser capaz de ver essas duas bandas tocando juntas foi um privilégio real. E, se esse show e as datas esgotadas que se seguiram em Ottawa são algum tipo de indicação, ambos os grupos tem muitos fãs canadenses, velhos e novos, que esperam ansiosamente pelo retorno deles.

Set List:

1. Black Hole
2. Around the World
3. U.F.O.
4. White Noise
5. Wonder Land
6. 5,30
7. fly
8. HERO
9. Nijiiro no sakana
10. goin’ places
11. bicycle
12. Sora wa maru de
13. Maho no kotoba
14. Tada, arigatou
15. Halo
16. Together
17. Headlight

Encore
18. change
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