Entrevista

Entrevista com FOUR MINUTES TIL MIDNIGHT

25/05/2013 2013-05-25 00:01:00 JaME Autor: Kämy, Anu, allisapp Tradução: Nasake, Shin

Entrevista com FOUR MINUTES TIL MIDNIGHT

O guitarrista da FOUR MINUTES TIL MIDNIGHT Kenta debateu com o JaME sobre a música do grupo japonês-americano, a jornada como um grupo de gravadora independente e major, o envolvimento deles com o álbum tributo ao Nirvana, NEVERMID TRIBUTE, e também sobre seu próprio projeto solo.


© FOUR MINUTES TIL MIDNIGHT, Japan Nite
O grupo japonês-americano FOUR MINUTES TIL MIDNIGHT começou sua carreira em 2005. O grupo é conhecido por misturar influências da música de raiz americana em seu estilo único de rock. Apesar de o FOUR MINUTES TIL MIDNIGHT existir a algum tempo, no ano passado eles conquistaram um novo nível de reconhecimento internacional ao assinar contrato com a Universal Music Japan. Foi quando a banda gravou sua própria versão de Lounge Act, do Nirvana, para o aclamado álbum tributo NEVERMIND TRIBUTE. O PV mais recente da banda, Brothers, pode ser assistido no canal da Universal Music Japan no YouTube.

No fim de março, o JaME teve a chance de conhecer o guitarrista da FOUR MINUTES TIL MIDNIGHT, Kenta, que nasceu no Japão e mais tarde encontrou seus colegas de banda nos Estados Unidos. Ao se manter persistente, Kenta conseguiu realizar seu sonho de criar uma banda internacional. Agora ele se empenha em usar sua música para compartilhar energia positiva e fé em alcançar seus objetivos.


Vamos começar do início. Como vocês se conheceram e tiveram a ideia de criar uma banda mista, no sentido de "Japão encontra os EUA"?

Kenta: Eu decidi me mudar do Japão para os Estados Unidos quando tinha dezessete anos. Meu sonho era criar uma banda internacional. Na época eu amava Red Hot Chili Peppers, Rage Against The Machine, Nirvana, Jimi Hendrix, Led Zeppelin, e por aí vai, então escolhi os EUA. Logo depois que eu me formei no ensino médio me mudei para a Califórnia e comecei a procurar por membros.

Eu fiquei um ano lá, e quando eu frequentava o MI (Musician's Institute), uma escola de música em Hollywood, eu conheci o vocalista Eli Taylor, o baixista John Green e o baterista Josh Vore. Eli e John são de Sonora, uma pequena cidade ao norte da Califórnia. Eles tinham o mesmo sonho que eu, apesar de eu não ter certeza se ele estava pensando em criar uma banda internacional, mas uma banda de qualquer jeito. E Josh, por sua vez, era de San Jose. Eli e eu nos tornamos melhores amigos, como almas gêmeas. Nós fazemos aniversário no mesmo dia, apesar de termos nascido em anos diferentes.

O PV de Cold Lonely Train mostra uma representação incrivelmente elaborada do Velho Oeste, completo com vestimentas adequadas e objetos de cenário. Você pode nos contar um pouco sobre a produção desse vídeo?

Kenta: O processo de criação desse PV foi muito divertido. Foi o primeiro PV que criamos, então tudo era novo. Por sorte, o diretor desse vídeo, Erik Anderson, nos guiou bem. Ele frequentou a mesma escola que Eli, em Sonora. Ele assistiu ao nosso show, e disse que se apaixonou por nossa música: a energia e a mensagem da canção, que é para todos os artistas e pessoas artísticas que possuem objetivos, que nós precisamos continuar a andar neste trem frio e solitário para tornar tudo possível. Mas nós acreditamos que a felicidade virá ao fim. Cold Lonely Train combinava com essa ideia, então nós começamos a pensar e criamos toda a história. A mãe de Erick era uma atriz profissional, então ela chamou todos os seus amigo, dessa maneira tínhamos todas as pessoas, atores e atrizes que precisávamos. Tudo funcionou perfeitamente, e o vídeo saiu.

A escolha de ter letras em inglês foi automática? Vocês planejam incluir japonês nas letras?

Kenta: Sim. Como eu queria tocar no mundo todo e não sabia falar nada em inglês quando mudei para os Estados Unidos, eu tive que encontrar um vocalista nativo na língua. Na verdade, eu já coloquei um pouco de japonês em músicas do nosso álbum mais recente. Farei mais disso no futuro. Mas iremos usar o inglês como língua principal porque é como as pessoas do mundo podem entender e sentir nossas mensagens através de nossa música. Além disso, eu uso japonês em meus álbuns da carreira solo, então quem estiver interessado em letras em japonês pode ouvir nesse meu material.

Apesar de a música de vocês ter letras em inglês o alvo principal continua sendo os ouvintes japoneses?

Kenta: Sim. Eu amo o Japão, e eu sei que os japoneses amam música. Eu quero compartilhar tudo o que sinto e experimento através de nossa música. Eu acredito que mesmo com letras em inglês, os japoneses conseguem sentir nossa música profundamente. Além disso, nós estamos juntos a cerca de nove anos, e finalmente assinamos contrato com a Universal Music Japan, então nos faz querer lançar e tocar no Japão ainda mais.

Como a música de vocês foi recebida nas diversas partes do mundo? Há grandes diferenças entre a resposta à sua música das pessoas nos EUA e no Japão?

Kenta: Nós estamos nos esforçando para conseguir mais exposição em qualquer ferramenta possível, como através da internet (Facebook, Twitter, MySpace, etc.), e encontrando promotores de diversos países. Eu viajo bastante, então visito vários países e toco com o meu projeto solo, KENTA HAYASHI TRIO, como na Índia, Filipinas, Europa, Canadá, México, e por aí vai. Essa conexão também ajuda.

Além disso, sim, há uma grande diferença entre as plateias japonesa e americana. É bem interessante. Normalmente - não é sempre ou em qualquer lugar, mas com frequência - a plateia japonesa é bem quieta, mas eles nos ouvem muito bem. Eu ouvi dizer que a letra é uma das partes mais importantes que eles focam no Japão, então às vezes nós ficamos até um pouco tensos com esse clima intenso. Ao mesmo tempo nós somos muito agradecidos que eles tentam sentir nossa música profundamente.

A plateia americana é normalmente agressiva, mas de um jeito bom. Praticamente todos dançam e gritam em nossos shows (risos). É mais divertido e nos dá mais prazer, e nós amamos tocar nesse tipo de clima. Mas nós apreciamos ambos os lados. Ambos são sempre divertidos.

Como você normalmente encontra a inspiração para suas músicas?

Kenta: Eu diria que minha inspiração é tudo: todas as experiências e emoções da minha vida. Eu acho que é mais ou menos o mesmo para todos os artistas. Além disso, eu diria que viajar é a maior inspiração para mim. Ir para um lugar novo do qual nunca fui antes, conhecer pessoas as quais nunca conheci, ver o mundo que nunca vi, comer a comida que nunca comi. E sentir e experimentar arte me dá muita inspiração, como ler, ir a museus, pinturas, assistir filmes.

As suas letras normalmente giram em torno do tema antiguerra. O quão importante é para vocês expressar essa mensagem na música?

Kenta: Nosso vocalista Eli escreve as letras do FOUR MINUTES TIL MIDNIGHT, então esse é meu ponto de vista, mas até mesmo o mundo está notando e vivendo o acordar do mundo espiritual. Há muitos problemas e guerras no mundo. Com esses problemas, nós, cada pessoa, não podemos ser totalmente felizes. A fim de alcançar um próximo nível, precisamos encarar nossos problemas e resolvê-los. Então, com nossa esperança e mensagem, nós geralmente falamos sobre guerra em nossas músicas.

Vocês começaram como um grupo independente que produziu seu próprio trabalho até 2012, quando assinaram um contrato de gravação com a Universal Music Japan. Quais tipos de diferenças vocês notaram entre ser uma banda major e uma banda indie?

Kenta: Resumidamente, agora nós temos muito mais apoio no quesito de promoção e orçamento, então podemos usar estúdios e equipamentos melhores para gravar nossos álbuns, e conseguir uma exposição mais rápida e melhor. Mas nós estamos fazendo a mesma coisa. Não há uma diferença muito grande, na minha opinião. Mas tem uma coisa, e é uma parte um pouco difícil para nós, sem um selo major, nós podemos criar seja lá o for que queremos e gostamos. Não importa o quão estranha ou intensa nossa música seja. Com um selo major, nosso álbum precisa atingir a maior parte dos corações das pessoas. Eu acho que todos os músicos que possuem contratos com selos major precisam atravessar essa parede, como encontrar um som que possui um lado artístico e também popularidade.

Como vocês conseguiram a oportunidade de fazer parte do álbum tributo ao Nirvana, NEVERMIND TRIBUTE?

Kenta: A Universal Music Japan achou que faríamos um ótimo trabalho nessa oportunidade, então eles trouxeram a ideia para nós. Nós somos a única banda com um vocalista americano nesse álbum tributo. Significa muito para nós. Para fazer cover das músicas do Nirvana você precisa sentir a dor que Kurt sentiu, o que significa que não importa quem cante as canções deles, ele ou ela precisa conhecer a cultura e a origem de Kurt, então eu acho que nós expressamos esses sentimentos e emoções com precisão.

A capa do seu álbum mais recente mostra uma arte que retrata uma pantera negra em uma cidade. Essa imagem possui um significado específico?

Kenta: É como uma pintura de Picasso ou Salvador Dalí. Fica a critério da sua imaginação. Mas a minha resposta é a seguinte: o mundo está se tornando uma selva de concreto. O ambiento está sendo estragado pelos humanos, então a pantera negra trouxe natureza à cidade de Shibuya, no Japão. Além disso, nossa música é bem orgânica, baseada em experiências reais e música de raiz. A imagem sinaliza isso também.

Quais são seus planos para o futuro?

Kenta: Nós começaremos a gravar nosso próximo álbum em abril, no México, o lançaremos mais tarde no este ano e faremos uma turnê. Faremos o mesmo no ano que vem. Este ano também irei gravar e lançar meu segundo álbum solo. Com o FOUR MINUTES TIL MIDNIGHT, agora nós temos um selo major, e iremos trabalhar com eles, então falaremos sobre nossos planos após 2014.

A última pergunta é específica sobre sua carreira solo: você lançou seu primeiro álbum solo no verão passado. Você pode nos dizer a diferença entre seu trabalho solo e a música do FOUR MINUTES TIL MIDNIGHT?

Kenta: A diferença é que eu escrevo todas as músicas e letras, toco todos os instrumentos - exceto pela bateria ao vivo, o que eu na verdade faço para algumas músicas - e faço a programação também para meu álbum solo, o que significa que eu tenho liberdade total para expressar meu espírito, emoções e experiências através da minha arte, principalmente a música. Meu segundo álbum será bem artístico, até mais que o primeiro. Meu objetivo é criar algo único, que ninguém fez antes, e que daria ao mundo paz, amor, energia positiva, paixão, imaginação, movimento, felicidade e inspiração espiritual. Eu disse a mim mesmo que gravaria ao menos um álbum por ano e que lançaria música até eu morrer. Esse é meu prazer em estar vivo, e eu acho que é a razão de eu estar aqui na Terra, neste momento e nesta geração.

Mas há uma arte que somente o FOUR MINUTES TIL MIDNIGHT pode criar, então os dois são muito divertidos e importantes para mim.
Muito obrigado por essa entrevista. Nós continuaremos a criar nossa arte e enviar energia positiva ao mundo!


O JaME gostaria de agradecer a Kenta e FOR MINUTES TIL MIDNIGHT por esta entrevista.
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