Em 14 de Setembro de 1968, Kan Mikami embarcou no trem de Aomori em direção a Tóquio. Ele era um poeta que queria ter seu trabalho publicado. Enquanto isso, ele também trabalhava com distribuição de jornais e mantinha um moicano. Certo dia, um dono de um bar, intrigado pela sua imagem, perguntou-o se ele poderia cantar - então, ele pegou sua guitarra e logo com que todo o bar chorasse. Naquele tempo, ele fazia parte de grupos estudantis, juntando-se a passeatas e tocando na frente de 30 mil pessoas no cultuado festival folk Nakatsukawa. Estes foram os bons tempos. Ele assinou com a Columbia e então com a Victor, lançando dúzias de CDs. No entando, ele teve que começar a se comportar, visto que os estudantes se tornaram trabalhadores assalariados e seus shows começaram a esvaziar.
Os anos 80 sinalizaram o começo de um longo período de introspecção musical para Kan Mikami. Ele tocou o mesmo repertório por extensos 10 anos, uma vez por mês no Mandala-2, um pequeno clube na área de Kichijoji. Ele não possuía ambição de crescer na cena, e ao invés disso descobriu a verdadeira essência de sua música. Na mesma década, seu equivalente americano John Zorn veio ao clube para assisti-lo. Em seguida veio Yoshihide Otomo, seguido por Keiji Haino e Motoharu Yoshizawa. Todos eles o encorajaram a tocar a iniciativa e gravar alguns álbuns através do selo independente PSF, gradualmente ajudando-o a reemergir das sombras.
Literatura foi uma grande influência para Kan Mikami durante seu crescimento. Surrealismo, a Beat Generation, Jean genet, Jean-Paul Sartre e Simone De Beauvoir e Shuji Terayama foram algumas de suas inspirações. Entretanto, Kan Mikami diz: "Com a música, eu descobri que, antes das palavras, é o som que cria o mundo, fora da língua, através dela. [...] A línguas estão a serviço do som, e não o contrário. Não importa se meus poemas são ou não são compreendidos."