Entrevista com VK Blanka

Logo após completar sua segunda turnê internacional, que o levou à América Latina em julho, o cantor e compositor VK Blanka lançou um novo álbum intitulado Knightclub no dia 4 de setembro. Pouco antes do álbum chegar às lojas, o JaME teve a oportunidade de conversar com ele sobre o novo lançamento e suas experiências internacionais, especialmente no Anime Friends, onde ele se apresentou para uma plateia de mais de 10.000 pessoas.

Quais sentimentos ou ideias você tentou transmitir ao produzir seu novo álbum Knightclub?

VK Blanka: Eu procurei expressar profundidade usando minhas últimas experiências e emoções, com a esperança de que pessoas ao redor do mundo apreciem isso.

A música Yomigaeri expressa sua visão sobre vida e morte. Você pode nos dar mais detalhes sobre essa canção?

VK Blanka: Eu não me propus a fazer uma música especificamente sobre esse tema, mas o conceito de vida e morte definitivamente estava presente. Desde o Ensino Fundamental, eu me faço perguntas como “O que significa viver? O que significa morrer?”. Não foi por conta de algum grande evento; é algo que vem das experiências que acumulei ao longo da vida. As duas primeiras linhas, "Se eu pudesse respirar com o coração parado", vieram para mim logo no início do processo. Eu penso muito sobre o conceito de vida e morte e, embora não seja algo que eu tenha compreendido completamente, essa música reflete minha perspectiva atual, que ainda está evoluindo.

Você gravou Yomigaeri junto com Noriyuki Makihara e Ayaka. O que mais gostou nessa colaboração de três vozes?

VK Blanka: Quando a música estava cerca de 95% pronta, tive uma confiança inexplicável de que essa grandiosa canção seria digna dos vocais poderosos desses dois artistas. As vozes deles continuavam ressoando na minha mente, então entrei em contato diretamente. Eu tinha uma ideia específica em mente: Makihara-san para o segundo verso, e a voz da Ayaka no final. Quando recebi deles as gravações e as escutei, fiquei profundamente comovido. Quero que todos ouçam o refrão, onde as três vozes se sobrepõem, e a parte final.

Em Old Rivals, você fez um cover da sua própria música Rivals!, que foi criada para o projeto "Hypnosis Mic". De onde veio essa ideia de reinterpretação?

VK Blanka: Eu escrevi e fiz a demo com a história de "Hypnosis Mic" em mente, e minha equipe realmente gostou. Eles disseram: "Precisamos incluir essa música no álbum!". A equipe da gravadora até me disse: "Você deveria fazer mais músicas assim. Por que você mesmo não canta?". Fiquei feliz que eles estavam tão entusiasmados, então concordei e decidi incluí-la. É por isso que se chama Old Rivals, referindo-se à versão demo da música, em vez dos rivais mais recentes de "Hypnosis Mic".

Fortress é a música-tema do drama da TV Asahi "The Woman of S.R.I." (Temporada 24). Você pode nos contar sobre a inspiração por trás dessa faixa, e como ela se relaciona com a narrativa do drama?

VK Blanka: A equipe do drama e eu trabalhamos juntos para alinhar o clima geral, decidindo aspectos como “Deve ser uma balada” e “Vamos fazer esse tipo de som”. Eu escrevi a letra mantendo a mensagem do drama em mente. A equipe de produção da série compartilhou claramente sua visão, então eu pude escrever de forma natural e imergir naquele mundo, enquanto transmitia o que eu queria dizer. Acho que criei uma música que fez com que ficassem felizes por terem me pedido isso. O tema de “proteção”, que pode ser visto como uma ação ou mentalidade passiva, é central, mas não se trata de ser fraco. Em vez disso, é sobre a ideia de que, se você proteger algo até o fim, você ganha algo invencível.

A música High Love apresenta uma letra apaixonada e um arranjo poderoso. Você pode nos contar mais sobre a mensagem por trás dessa música e o que espera que os ouvintes levem dela?

VK Blanka: Quando estreei, meu estilo característico era usar muito falsete e cantar em uma faixa vocal bem alta. À medida que continuei compondo músicas de forma mais flexível, percebi que fazia muito tempo que eu não criava uma música tão intensa quanto a minha de estreia, Slave of Love, então decidi fazer algo assim de novo. Queria que tivesse uma sensação meio nostálgica, com muitos vocais sobrepostos e um som ligeiramente abafado.

Você mencionou que Knightclub apresenta dez faixas vibrantes. Como foi o processo de seleção das músicas finais para este álbum, e qual foi a parte mais desafiadora da produção?

VK Blanka: Não acho que houve algo particularmente desafiador. No entanto, fazer os arranjos e gravar em meu estúdio privado foi uma experiência nova. Foi mais emocionante do que desafiador, porque pude me concentrar em cada detalhe. Fiquei trabalhando no álbum até o último minuto antes do meu voo para a turnê pela América Latina.

Depois da turnê na América do Norte no início deste ano, você também fez uma turnê pela América Latina neste verão. O que você levou em consideração ao montar a setlist?

VK Blanka: Durante a turnê na América do Norte, eu fiz nove shows, então ajustei a setlist para cada apresentação, tipo "Vamos tentar isso na próxima vez". Quando voltei da turnê na América do Norte, tive muitas ideias para músicas, e elas se tornaram Never Run. Estava ansioso para tocar Never Run ao vivo durante a turnê pela América Latina, e fiquei realmente feliz quando todos cantaram juntos do começo ao fim, ainda mais do que eu esperava.

Esta turnê também foi uma grande mudança de cenário, por assim dizer. Você ganhou novas inspirações para incorporar em suas músicas?

VK Blanka: Fiquei muito inspirado durante a turnê pela América Latina. A América do Norte tem uma vibe mais fria e elegante, enquanto a América do Sul é quente e estilosa. É como se fosse o impacto das cores frias versus o impacto das cores quentes. Então, acho que a próxima música será completamente diferente de Never Run. Na verdade, já comecei a trabalhar em uma nova música. Espero que vocês fiquem ansiosos para ouvir como será.

Você também se apresentou no Anime Friends 2024, no Brasil. O que mais gosta nessas interações com seu público?

VK Blanka: Eu gosto muito da grande empolgação que vem ao se apresentar para um público enorme em um show.

No Anime Friends, você encontrou uma plateia que talvez não estivesse familiarizada com o seu trabalho ou conhecesse sua música apenas por causa dos animes. Você acha desafiador se apresentar para um público tão diverso?

VK Blanka: Sim, acho desafiador. Mas, durante o show, todos estão expressando seu amor, e parece que estamos criando o espaço juntos. Não importa muito se eles conhecem minhas músicas apenas dos animes — é sempre uma ótima experiência, e eu gosto disso.

Você mencionou na coletiva de imprensa que ficou impressionado com a energia dos fãs brasileiros. Depois do show, eles conseguiram impressioná-lo ainda mais?

VK Blanka: A empolgação foi incrível. Ter 10.000 pessoas no meu show e saber que tantas delas, do outro lado do mundo, estão familiarizadas com minha música me deixou muito feliz. Os gritos de “VK, VK…” não paravam, e eu senti pessoalmente a intensidade da animação deles.

Você pode nos contar um pouco sobre a turnê na América Latina, e como foi interagir com seus fãs latinos?

VK Blanka: Fiquei profundamente comovido com a paixão de todos. Eu os amo do fundo do coração. Eles me trataram como um amigo, então, durante os shows, senti como se estivesse me conectando com cada pessoa individualmente. Uma das minhas memórias favoritas foi quando me fizeram beber tequila no palco.

Você tem uma mensagem para nossos leitores?

VK Blanka: Quero continuar fazendo mais shows no exterior no futuro. Vamos nos encontrar novamente em breve!

O JaME gostaria de agradecer a VK Blanka e à avex por tornar essa entrevista possível.

Os links para ouvir Knightclub nas plataformas de streaming estão disponíveis aqui.

Após a entrevista, VK Blanka gentilmente gravou um vídeo em inglês para o 20º aniversário do JaME. Não esqueça de ligar a legenda em português.