Entrevista exclusiva com o MUCC no segundo dia da Otakon 2006: 5 de Agosto de 2006, em Baltimore, Maryland.
No segundo dia do evento, antes da última apresentação da banda no fim de semana, o JaME America teve o privilégio de entrevistar o MUCC. Como a entrevista aconteceu poucos minutos antes do show começar, o guitarrista Miya não pôde comparecer. Dessa forma, nossas perguntas destinadas a Miya foram gentilmente levadas até ele pelo tradutor e devolvidas todas, ao fim do show, respondidas num pedaço de papel.
O show da noite passada foi incrível, de tirar o fôlego! Vocês não acham plausível dizer que a platéia não era formada de "novos fãs", pela reação ao show e pelo fato de todos estarem cantando junto as suas músicas? [Referindo-se ao "Diga olá aos seus novos fãs" dito à banda na coletiva do dia anterior"]
Tatsurou: Na verdade ficamos surpresos ao ver todo mundo cantando as nossas músicas.
Vocês pensam em lançar material nos Estados Unidos?
Tatsurou: O Houyoku vai ser lançado nos Estados Unidos. E, ainda com o sucesso que conquistamos na Europa, esperamos conseguir lançar os demais aqui e lá junto com o lançamento no Japão.
Como se sentem ao apresentarem-se nos EUA pela primeira vez?
Yukke: Foi empolgante já que, mesmo sem termos lançado nada aqui ainda, nos deram toda a atenção e fizeram com que nos sentissemos bem-vindos.
Apesar de terem tocado só uma vez aqui até agora, dá para citar algumas diferenças entre o público europeu, americano e japonês?
Yukke: Obviamente, foi bem diferente do Japão e Europa e, realmente, não podemos dizer muito por ter sido nosso primeiro show. Mas pareceu-se bastante com nosso primeiro show na França. Assim que o show começou a galera começou a gritar, eu comecei a relaxar e entrar no clima. Me senti tipo "Ah, sim! Esse é o gostinho do público americano...". Especialmente as garotas. Elas são fortes, duronas.
O que você quer dizer com 'fortes e duronas'?
Yukke: É que tinha umas meninas vestidas de "Gothic Lolita" lá. Mas, quando o show começou, elas estavam berrando, gritando como todos os outros. [Todos riem]
Numa entrevista anterior, você disse que se focava mais na música que na aparência da banda. Então, até onde você pretende evoluir musicalmente?
Tatsurou: Bom, não dá pra prever até onde vamos, já que estamos em constante mudança. Nunca se sabe onde vamos parar e é essa a graça da coisa!
Quando vocês deram entrevista para o JMusic Europa, um fã clube internacional foi citado e vocês disseram que estavam abertos a qualquer idéia a respeito. Uma idéia que eu tive seria que vocês simplesmente permitissem que os fãs de outros países se associassem ao fã clube sem precisar morar no Japão. Assim, pelo menos teriam acesso à "Member's Section" do website.
Tatsurou: Nós estamos sempre conversando sobre uma forma de agradar nossos fãs estrangeiros, criando um fã clube internacional ou algo do tipo - nem que fosse um website ou um informativo. Mas, infelizmente, não tem sido feito muito a respeito. A página principal do nosso site é em inglês, mas a do fã clube é em japonês. Eu gostaria bastante de fazer a do fã clube em inglês também.
Como vocês escolhem as músicas que vão tocar em cada show?
Tatsurou: A gente escolheu músicas que vão ser lançadas nos EUA, e fizemos uma mistura de músicas mais velhas com umas mais recentes.
O show da noite passada teve muitas músicas pesadas. Vai ser da mesma forma essa noite?
Tatsurou: Sim, mas vai ser um pouco diferente de ontem. Espero que gostem.
Vocês chegaram a encontrar a Kitade Nana ou o Yoshiki?
Tatsurou: Ainda não conhecemos o Yoshiki pessoalmente, mas a Kitade Nana sim, já que dividimos o mesmo camarim.
O que acham dela abrindo o show de vocês?
Tatsurou: Na verdade nós não vemos o show dela como um show de abertura. Vemos como dois shows diferentes na mesma noite, já que fazemos um estilo de música totalmente diferente. Isso seria inimaginável no Japão, então foi bem interessante.
Tatsurou, no que você se inspirou pra escrever a letra de "Media no Juusei"?
Tatsurou: Foi num momento de angústia que me ocorreu certa vez. Ela me veio quando eu ia pro trabalho, caminhando de casa até a estação de trem. Comecei a pensar que cada pessoa tem seus problemas e que tais problemas são só delas. Se você olha de uma perspectiva geral, percebe que todo mundo os tem, mas a vida continua.
Satochi, ultimamente você têm escrito várias letras. O que levou você a decidir fazer isso?
Satochi: Só quero adquirir mais experiência. Compor sempre foi o meu papel, mas quis me aventurar a escrever minhas próprias letras para expressar minhas idéias e sentimentos.
Yukke, qual foi o passo-a-passo na hora de compor a "Monster"?
Yukke: Começou com uma base e eu fui adicionando riffs nela.
É uma música incrível, cheia de força!
Yukke: [reverencia e sorri.] Obrigado.
Miya, a maioria de suas letras tem um tema obscuro e depressivo. O que te inspira a escrever essas letras?
Miya: Foram escritas dessa forma porque eu estava me sentindo pra baixo na época. Mas agora já me sinto capaz de escrever sobre coisas positivas.
Desde que chegaram aqui nos EUA, que lugares vocês já puderam visitar?
Tatsurou: Desde que chegamos aqui tudo que fizemos foi nos apresentarmos. Não deu pra sair e ver muita coisa.
Quer dizer que vocês chegaram ontem pouco antes da coletiva?
Tatsurou: Sim, direto do Japão.
Yukke: Sempre que temos tempo livre, nós capotamos como moscas mortas no hotel e dormimos.
Vocês pretendem visitar algum lugar depois do show de hoje?
Tatsurou: Infelizmente não temos muito tempo pra sair e visitar lugares já que partiremos para o Japão amanhã de manhã.
[Aqui o tema das perguntas muda, já que percebemos que a banda estava realmente cansada e ainda tinha um show pra fazer.]
"Isho" é uma música impressionante, a preferida de muitos de seus fãs. Por que ela nunca é tocada nos shows?
[A banda ri.]
Tatsurou: Ultimamente temos preferido tocar mais das outras músicas. Sabe como é, são tantas músicas. Mas tocamos a "Isho" na turnê seguida ao lançamento do álbum com a faixa.
Então, não devemos esperar que vocês a toquem hoje...
[A banda ri de novo.]
MUCC: [balançam as cabeças em negativa] Não.
Satochi, ser um baterista e ter que mexer constantemente os braços deve ser muito cansativo. Você já ficou tão cansado a ponto de perder o ritmo da música?
Satochi: Sim. [Ele ri] O corpo não aguenta a tensão, acontece.
Aconteceu nessa apresentação?
Satochi: Acredito que sim! [Satochi ri de novo] Você acha?
Não! Tudo pareceu perfeito!
[Todos riem.]
Yukke, em algumas revistas, você aparece usando uma longa peruca loura. Qual a história por trás disso?
Yukke: Nada além de preferência pessoal. Uma vez por mês tenho vontade de me vestir de mulher.[Todos acham graça e riem] Sou uma vadia, então, tento fazer com que os outros membros da banda façam o que quiserem comigo. Você sabe... bondage, amarras, qualquer coisa! Nesses momentos eles me chamam de Yuketsuko. [De novo, todos riem.]
Miya, o Gizmo [cachorro de Miya] é legal com todo mundo ou só com você?
Miya: Só comigo. [Risos.] O Gizmo late pra quem ele não conhece.
Tatsurou, por que você voltou a usar seu nome real em vez de continuar com o nome "TATOO"?
Tatsurou: Nenhum motivo especial. [Risos.]
No álbum de covers de vocês, o "Cover Parade", há uma versão de "Niiwaka ame Session" com membros do La Vie En Rose. Sendo vocês amigos há bastante tempo, como foi a experiência?
Tatsurou: Eles estão para nossos superiores, nossos precursores na cidade de onde viemos. Por este motivo, foi bem legal e interessante poder trabalhar com eles.
Última pergunta! Até o fim de 2006, o MUCC vai ter lançado 4 singles, 3 álbums (incluindo o de covers), 2 DVD's, se apresentado na Europa e nos Estados Unidos, e feito turnê no Japão. Por que tanto em tão pouco tempo?
Tatsurou: Esse ano está sendo um tanto "infernal" pra nós.
Miya: Já que a banda está em sua melhor forma, senti que deveríamos fazer o máximo que nos fosse possível.
Segundo palavras de um(a) fã, vocês estão se esforçando demais e emagrecendo, o que pode causar preocupação a todos os fãs.
Tatsurou: Continuamos bem; continuamos firmes e fortes!
Agradecemos a Yaz Noya da Tofu Records/Sony Music por nos arranjar a entrevista e à Danger Crue pelas fotos do show.