Resenha do álbum Parade, do Go!Go!7188

Go!Go!7188 começou marcando carreira com músicas agressivas e 'punks', de maneira sempre bem humorada e excêntrica.
Essa marca se manteve durante muito tempo, porém, com a maturidade dos membros, com destaque cada vez maior na mídia, seu estilo começou a ganhar contornos mais bem trabalhados.
Com o tempo o Go!Go!7188 foi se tornando mais requintado, não abandonando de jeito algum o rock característico, mas adaptando características mais sofisticadas as músicas.
Alguns fãs relutaram, como sempre acontece. Mas não houve quem não percebesse que os trabalhos da banda estavam crescendo para melhor.

O álbum Parade é um exemplo bastante claro desta mudança.

Logo de cara a primeira faixa, a música de trabalho. Ok, ok, bastante 'Pop' demais. Porém uma melodia bastante marcante e viciante, com muitas variações entre as várias partes da música, com os agudos de Yuu mostrando-se cada vez mais bem treinados. Uma faixa adorável, com, inclusive, um PV muuuuuito bom.

A faixa dois me lembra alguns trabalhos antigos, mais powerchords e menos frescura. Um trabalho ainda bem 'Pop' e irreverente. Vale sempre ressaltar o excelente trabalho de Akko, a baixista, que sustenta de maneira muito particular as melodias, e Hosokawa, o baterista, que consegue melhorar e muito o que normalmente seria considerado uma bateria 'punk'.

A música três trás aquela influência forte do ska, misturando com um pouco de japanesque, ou sendo mais claro, algo de cultura tradicional. Esse 'quê' de teatro tradicional, de enka, está sempre presente, meio nas entrelinhas, em todo o álbum. Yuu, a vocalista, trabalha muito bem isso. Um dos toques mais valiosos nestes últimos trabalhos da banda.

A música quatro é uma 'quase-balada', também com esse 'quê' de japanesque. Uma faixa bastante bonita e bastante bem ambientada, meio pesada e arrastada.

A faixa cinco já é mais irreverente, mas ainda assim segue a melancolia deixada pela música anterior, elemento este que continua por bastante tempo ainda no álbum. O refrão puxa ela ainda mais para essa ambientação, mantendo o clima ainda bem excêntrico (palavra esta que começo a me cansa de usar, mas que se faz constantemente necessária).

A próxima faixa, seis, ainda mais lentinha que o usual, trás esse clima de volta, porém, no refrão, começa a dar uma animada, um quê de 'otimismo'.

Essa sensação continua na próxima faixa, a sete, já bem mais animada e com a melodia menos arrastada.

As faixas oito e nove já são muito parecidas com muitos dos trabalhos antigos da banda, felizes e com um clima mais 'punk-ska'.

A faixa dez já começa a trazer um clima de final de álbum. Não chega a ser uma balada, mas é bastante melodiosa e cheia de mel. Uma faixa bastante bonita por sinal.

A última música, doze, tem muita cara de final de show. E encerra o álbum com chave de ouro. É bastante parecida com a penúltina no que diz de ser bem melosa, só que mais 'pop' ainda.

Enfim, Parade é um álbum que caracteriza bem o trabalho de uma banda conforme ela vai amadurecendo seu trabalho. É um álbum bem feito e muito bem estruturado, onde as faixas, cada qual com sua característica, se complementam criando uma unicidade.