Entrevista

Entrevista com os Organizadores do JRR!

12/07/2007 2007-07-12 12:00:00 JaME Autor: Bow Tradução: Gaga-Kun

Entrevista com os Organizadores do JRR!

Uma entrevista com dois membros do time responsável pela promoção e coordenação do JRock Revolution.


© JaME
O JaME recentemente teve a oportunidade de falar com Ai Aota e Jonathan Soh, parte do time de coordenação e promoção do festival de música japonesa JRock Revolution.

Obrigado por nos dar um pouco do seu tempo. Vamos começar com o básico, quando vocês começaram a planejar o JRR?
Ai: Não muito tempo atrás, Outubro de 2006.
Jonathan: Na verdade, o planejamento da produção não aconteceu até a metade de março de 2007, quando boa parte dos detalhes do festival foram finalmente confirmados. Essencialmente, esse evento foi produzido entre dois meses e meio. Então, durante esse tempo, os times de produção Japonesa e Americana coordenaram todos os esforços para produzir o festival. Devido a diferença de fuso-horário de Los Angeles e Tóquio, muitas pessoas tiveram que trabalhar até bem tarde da noite para planejar tudo. Mas sem os esforços combinados de ambos times, esse festival teria precisado muito mais tempo para seer produzido.

Quem foi a mente por trás do JRR?
Ai: Yoshiki.
Jonathan: No fim das contas, o evento foi uma idéia dele.

Como foi a escolha das bandas que seriam convidadas?
Ai: Primeiro, nós fizemos algumas pesquisas na página do JRock Revolution no Myspace e também algum marketing de rua. Nós perguntamos aos fãs quais bandas eram suas favoritas e quais eles mais queriam ver tocar ao vivo. É claro, tudo isso estava dependia da disponibilidade das bandas.
Jonathan: Depois nós queríamos ter uma boa diversidade de estilos musicais dos artistas trazidos à mesa. É por isso que houve tal contraste no estilo musical se compararmos os artistas da Noite 1 e da Noite 2. Nós não queríamos que os fãs que conhecem pouco o Jrock que tivessem uma má impressão do gênero. Queríamos que as pessoas entendessem que “Jrock” é um termo amplo e que engloba muitos estilos musicais, desde o estilo diversificado do Miyavi até o som Hardcore Metal do girugamesh. Nós queríamos a mais diversa representação possível do Jrock no festival.
Nós também queríamos mostrar a progressão do Jrock de 20 anos para cá. É por isso que nós mostramos alguns materiais do X-Japan num telão, para mostrar algumas das raizes que originaram o moderno Jrock. E também tiveram alguns veteranos no estilo, como o MUCC, D’espairsRay & Kagrra, e depois alguns artistas relativamente enovos, como o alice nine. & girugamesh.
No final, os fãs velhos e também os novos foram quem escolheram quais artistas deveriam vir e nós tentamos lhes dar o que eles mais queriam. E obrigado a todos os artistas e seus empresários, e também as gravadoras por aceitarem os convites para virem tocar nesse festival.

Alguma das bandas que vocês quiseram convidar não puderam vir?
Ai: Sim, é claro, nós tivemos que escolher entre 30 bandas e houve muita conversa, muita negociação para ver se algumas podiam ou não vir, por causa de seu calendário. Levou quase três meses para termos a lista final de quem poderia e quem não poderia vir.

Quais foram algumas das dificuldades envolvidas na coordenação de todas essas bandas?
Ai: Fui eu quem cuidou das promoções, propagandas, posteres, ingressos e etc. E foi o Jonathan que coordenou tudo, então, deixo essa pra ele.
Jonathan: Muito da coordenação, como as viagens, foi feito pelo time de produção do Japão e eu tenho que dizer, eles fizeram um trabalho fenomenal quanto à isso. Não foi fácil achar um hotel com esparço para mais de 70 pessoas em Los Angeles DURANTE o fim de semana do Memorial Day. Como eu disse antes, esses festival teve um tempo de produção muito curto e para conseguir tudo isso, tivemos que fazer um esforço enorme. Créditos ao time Japonês!
É claro que a maior dificuldade que o time Americano teve, foi fazer todos passarem pela alfândega. Dada a situação da segurança nos EUA, nóa tivemos algumas preocupações que alguns problemas pudessem surgir nos últimos minutos. Felizmente, tudo correu bem.

Ai, quais foram algumas das dificuldades que você enfrentou durante a promoção do evento?
Ai: Devido ao fato de que tudo foi feito no ultimo minuto, foi muito difícil de promover. Eu não tive confirmação final dos artistas até as últimas semanas antes do show. Eu tive menos de um mês para fazer um plano de promoção e ter certeza de que todos os ingressos seriam vendidos. Então, foi só um mês entre o tempo que a promoção começou ao tempo que os ingressos começaram a ser vendidos. Foi difícil trabalhar com tantas pessoas diferentes em tão pouco tempo.

Quais foram algumas das recompensas que vocês receberam durante esse projeto?
Ai: Pessialmenete, eu amo fazer pessoas felizes. Foi muito gratificante pra mim ver o rosto de felicidade dos fãs. Talvez eu perceba mais essas reações porque eu estou trabalhando mais perto dos fãs do que as outras pessoas no time. Era eu quem respondia as mensagens na página do MySpace, e era eu que estava em contato com os fãs que nos ajudaram postando flyers. Ouvir a reação deles e ouvi-los dizendo coisas como “Ver essa banda mudou minha vida”, isso realmente me dá motivação e me faz trabalhar ainda mais pesado.
Jonathan: Eu concordo, a maior recompensa de trabalhar em tal projeto como esse é a reação dos fãs. Nós sempre soubemos que os fãs de Jrock são muito dedicados e fiéis a seu gênero, mas nós não esperávamos que eles estivessem tão entusiasmados como estiveram durante os shows. Foi incrível quando o Kagrra, a primeira banda da Noite 1, subiu no palco e então todos na platéia explodiram em aplausos. Isso por si só foi uma recompensa. Seis meses de planejamento e dedicação culminaram nesse pequeno momento. Foi fantástico.

Vocês esperavam essa resposta massiva dos fãs?
Ai: Eu esperava sim. Meu trabalho era ficar em contato com os fãs. Muitos estavam cépticos inicialmente, até surpresos, mesmo eu tentando o máximo para convencê-los de novo e de novo (rindo).
Jonathan: Para ser honesto, eu também esperava. Nós sempre soubemos que havia uma fanbase de JRock escondida fora do Japão. Não é só nos EUA, é no mundo inteiro! Nós tivemos pessoas indo pra Los Angeles de todo o mundo: Canadá, Europa e América do Sul. Isso só pra mostrar como são dedicados alguns desses fãs. Todos eles precisavam de um pequeno empurrãozinho para trazê-los pra fora do “subterrâneo”, e esse foi o objetivo desse festival. Isso e tentar quebrar a barreira musical da linguagem aqui nos EUA.
A única coisa que eu não esperava foi a notícia dos fãs que começaram a acampar na frente do Wiltern na segunda antes do show. Eu achava que eles só íam pra lá na quinta antes do show.

Vocês esperam fazer outros desses eventos no futuro?
Ai: Sim, eu acho que nós podemos fazer isso. Eu espero que sim. Adoraríamos fazer na costa leste, ou talvez na Europa. É claro que a este ponto, nós não temos certeza do que pode acontecer, mas nós adoraríamos fazer mais eventos.
Jonathan: Alguns fãs, principalmente no meio-oeste e na costa leste, nos mandaram emails implorando para que fizessemos outro show nessas areas. Em primeiro lugar, eu gostaria de pedir desculpas que nós não pudemos responder a todos os emails. Nós não tivemos tempo suficiente e também material humano para responder a todas elas, mas tenha certeza que eles foram anotados.
Nesse momento nós não temos nada confirmado ainda. Nós estamos dando um passo por vez, mas baseado nesse enorme sucesso do show, há uma boa possibilidade de fazer outros eventos.
Os fãs tem que entender o quanto de coordenação e planejamento temos que fazer para produzir um evento como esse festival de JRock. Confirmar tudos isso agora não seria prudente para nosso objetivo.

O que vocês gostariam que o público soubesse sobre esse evento?
Ai: Tudo é possível. Eu comecei a trabalhar com a promoção de artistas japoneses em 2003, na Otakon. Eu tenho trabalhado com convenções de anime por 10 anos, trabalhando para espalhar a a cultura japonesa pop pelos Estados Unidos. No começo eu nunca pensei que um anime como Akira poderia fazer tanto sucesso nos Estados Unidos. Mas os fãs Americanos são TÃO fortes, TÃO organizados e TÃO sonoros. Eles estão prontos a fazer de tudo para nos ajudar. Eles estão prontos a fazer qualquer esforço para espalhar a cultura japonesa pop pelos Estados Unidos porque está é a sua paixão. Eu amo isso. Se você quiser ver muitas bandas em dois dias talvez nós podemos fazer isso. Se você deseja por isso, pode acontecere, sempre tem alguém que vai ouvir. Use sua paixão e tudo será possível.
Jonathan: E também, nós gostaríamos de dizer a todos, não somente os fãs de JRock, para que entendam que não importa que o JRock não é cantado em inglês. Música é música, tanto faz se é cantada em inglês, japonês, espanhol, etc. O que mais importa sobre música é o jeito que ela faz você se sentir. Se você gosta desse sentimento e do show, então é isso que importa. Nós também gostaríamos que todos soubessem que todos os artistas ficaram muito felizes e gratos pela oportunidade que tiveram para tocar pra eles. Eu acho que muitos dos artistas não esperavam esse tipo de reação que receberam dos fãs aqui nos EUA. Muitos deles gostariam de outra oportunidade de tocar nos EUA de novo, talvez até fazer uma turnê. Então, nós daremos nosso melhor para facilitar tudo para eles e com certeza os fãs darão a eles tanto apoio quanto deram para esse show. Espalhem a música, espalhem a notícia.
Por ultimo, nós gostaríamos que soubesseem que tudo isso não seria possível sem o incansável esforço dos times envolvidos. Tantas pessoas que nós temos que agradecer e eu espero que todos eles saibam quem são. Todos merecem um devido reconhecimento. Muito obrigado!

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O JaME gostaria de agradecer à Ai Aota e Jonathan Soh por ceder um tempo de seus ocupados calendários para essa entrevista, e por todo seu trabalho produzindo o JRock Revolution.
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