Entrevista com HAKUEI

Durante o primeiro fim de semana de julho, HAKUEI, vocalista do PENICILLIN, machine, NANO e de seu próprio projeto solo, foi convidado para o Japan EXPO em Paris, não como músico, mas como modelo para a marca Black Peace, da qual ele é o modelo principal.

No sábado a tarde ele desfilou no show de moda da Laforet Harajuku e no dia anterior, nós tivemos uma entrevista com ele.


Como você está? Como foi o vôo para Paris?

HAKUEI: Estou bem, o vôo foi tudo certo. Demorou, mas eu fiquei jogando meu Nintendo DS no caminho.

Você está aqui na França somente como modelo dessa vez. Mas você já planeja vir tocar aqui com alguma de suas bandas?

HAKUEI: Não tem nada planejado, mas eu adoraria vir aqui para tocar.

E para o resto da Europa?

HAKUEI: Ano passado eu toquei nos EUA e na Coréia, mas eu nunca tive chance de tocar na Europa. Mesmo assim, estou interessado em tocar por toda ela.

A música sempre foi uma parte importante da sua vida, ou alguém, ou algo lhe inspirou a entrar pro mundo da música?

HAKUEI: Quando eu estava no colegial, eu vi um show de um amigo meu. E foi –muito- ruim, mas mesmo assim todos estavam felizes. Foi quando eu percebi que poderia ser algo fácil para eu fazer (risos). Então foi assim que eu comecei.

Quando você compõe músicas, algo em particular te inspira?

HAKUEI: O que me inspira é me imaginar durante um show ao vivo e o que o público iria gostar de ouvir. E por exemplo, coisas que acontecem comigo na vida real podem influenciar minhas letras também.

Você tocou com o NANO nos EUA e agora você está na França. O que você acha desse maior e maior reconhecimento que os artistas japoneses agora estão tendo no exterior?

HAKUEI: É um fenomeno bem recente. Estou feliz porque é um bom sinal para a cena de rock japonês; mostra que seu nível é bom o suficiente para ser aprovado no exterior.

PENICILLIN já está ativo a mais de 15 anos. Qual foi o momento mais memorável para você? Algum lançamento, show, etc?

HAKUEI: Quando todos nós ainda éramos estudantes na faculdade e começamos o PENICILLIN, o que eu lembro mais é da primeira vez que nós fomos pra uma casa de shows com nossas demo tapes, e nós fomos aprovados para tocar lá. Então o momento mais momorável pra mim foi nossa primeira performance numa casa de shows.

Quando vocês começaram a banda, por que vocês escolheram ser parte da cena visual kei, ao invés de alguma outra?

HAKUEI: Quando nós começamos,o termo ‘visual kei’ sequer existia. Nós fomos inspirados pelo punk rock britânico, e foi por isso que nós usávamos maquiagem. No começo, nós tinhamos que dividir o palco com quatro ou cinco bandas nos shows, na mesma tarde, então nós queríamos ser a banda mais reconhecida. E daí nós podíamos roubar o público das outras bandas (risos).

O machine recentemente anunciou que vai voltar a ativa em setembro, num show que será o primeiro no Japão em mais de dois anos. Existem já outros planos para o machine, como outros lançamentos?

HAKUEI: Nós vamos lançar um novo single no dia 5 de setembro. Então, assim que eu voltar da França, vou ter que começar a trabalhar nele (risos). Foi anunciado só para o nosso fã-clube por enquanto, não para o público.

Já faz um tempo desde seu último trabalho na carreira solo. Nós podemos esperar algo novo da sua carreira solo em breve?

HAKUEI: Não, eu não estou com nenhum plano pra isso agora. No momento eu estou produzindo bandas jovens, artistas solos principalmente. Um dos músicos que eu estou produzindo vai fazer sua estréia no dia 25 de julho; seu nome é Ivan. Ele é um quarto Japonês e também Espanhol e Mexicano. Ele era um modelo antes, mas agora eu o estou produzindo como um músico.

Você já apareceu em dois filmes e também, é claro, no PENICILLIN opera Hamlet. Você pretende continuar atuando?

HAKUEI: Na verdade eu quero evitar isso ao máximo (risos).

Por que isso?

HAKUEI: Eu me considero um músico antes de tudo. Atuar foi mais porque um amigo me pediu. E também é algo que me consome muito tempo.

Você desenha o mangá “SUSUME TONOSAMA!” para a Fool’s Mate. O mangá é baseado nos membros da banda do PENICILLIN. As histórias são baseadas em eventos veredadeiros?

HAKUEI: No começo eu me inspirava em eventos verdadeiros e reais. Eu na verdade comecei a desenhar no estúdio porque nós tinhamos que esperar um bom tempo. Então, estava eu desenhando os membros da banda e acabou que um dos redatores da Fool’s Mate viu os desenhos. Então ele disse: “Está muito bom, por que você não desenha para nossa revista?” e foi assim que tudo começou. O desenho já está a mais de dez anos na revista.
Você tem tantos talentos; vocalista, manga-ka e também ator. Se você tivesse que escolher, qual deles é seu favorito?

HAKUEI: Música é a coisa mais importante pra mim.

Que outra profissão você gostaria de ter?

HAKUEI: Professor. Para qualquer nível escolar.

Você trabalha em tantos projetos ao mesmo tempo; você nunca tem tempo de relaxar?! E não é muito difícil combinar tudo isso?

HAKUEI: Eu relaxo quando eu bebo. É claro que eu estou sempre ocupado, mas felizmente eu consigo dividir tudo na minha cabeça. No final, é mais fácil fazer uma porção de coisas e projetos ao invés de fazer só uma coisa com a mesma soma de trabalho. E mesmo eu estando tão ocupado, é bem divertido e eu adoro tudo isso.

Você tem alguma mensagem para seus fãs?

HAKUEI: Hoje em dia muitos artistas estão fazendo projetos diferentes em domínios diferentes, mas eu acredito que mantenho minha originalidade em todos os campos e eu ficaria muito feliz se meus fãs gostassem de minhas atividades em todos esses domínios.

Muito obrigado por sua entrevista!


O JaME gostaria de agradecer ao HAKUEI, a seu empresário e à Yuta por ajudar na tradução.