Entrevista

Entrevista com o Plastic Tree em Atenas

09/11/2008 2008-11-09 12:00:00 JaME Autor: d Tradução: Hikari

Entrevista com o Plastic Tree em Atenas

Após sua intensa apresentação em Atenas na noite anterior, o Plastic Tree deu uma descontraída entrevista ao JaME, com uma análise de seu mais novo álbum, Utsusemi.


© J-ROCK
No dia 14 de outubro, o Plastic Tree fez um divertido show em Atenas, que deixou intensas lembranças para a banda e o público. No dia seguinte, a banda separou um tempo precioso para o JaME, entre sessões de fotos, entrevistas e outras obrigações, horas antes de partirem para a Polônia. Mesmo que as circunstâncias parecessem desfavoráveis, a banda estava relaxada e deu algumas respostas engraçadas sobre seu passado, além de fazer um retrospecto sobre seu novo álbum, Utsusemi. Divirta-se com eles, como nós nos divertimos.

Honestamente, eu acho que a maioria de nós já sabe "o que é o Plastic Tree". (risos) Mas eu gostaria de fazer algumas perguntas, para que seus novos fãs aprendam e os antigos apreciem...

Plastic Tree: Claro.

Então, qual sua posição na banda e o que o influenciou a escolher esse instrumento, ou a falta dele?

Arimura Ryutaro: Eu sou Ryutaro. Sou vocalista. (pausa) Inspiração? (em inglês)

Qual seria? Há algum motivo específico para você ter escolhido os vocais?

Ryutaro: Hm. Seria porque eu só consigo ser vocalista! (risos)

Mas, como nós pudemos ver, você também toca guitarra, não?

Ryutaro: Não, na verdade não! Eu só toco um pouco. Akira toca, Akira sensei!

E você, Akira?

Nakayama Akira: Olha, meu nome é Akira, guitarrista. Minha inspiração, você perguntou? (longa pausa e algumas explicações) Ah, entendo! Eu gostava muito do John Taylor, o baixista do Duran Duran. Eu gostava de baixos, então a princípio queria ser baixista, mas comprar um baixo era impossível porque eles são muito caros. (risos) Então eu sou o guitarrista.

Sasabuchi Hiroshi: Eu sou Sasabuchi Hiroshi, o baterista. Eu tenho três irmãs mais velhas. Um dia, minha irmã mais velha e eu fomos assistir a apresentação de uma orquestra, e a bateria foi o instrumento mais legal para mim, então eu comecei a tocar bateria.

Hasegawa Tadashi: Meu nome é Hasegawa Tadashi. Muito tempo atrás eu gostava de bandas punk-rock, como o Sex Pistols, e queria tocar guitarra, guitarra punk. Mas, quando procurei uma banda na qual pudesse entrar, não havia vagas para um guitarrista, mas várias estavam procurando por um baixista! Então eu me tornei um baixista.

Talvez você devesse trocar de lugar com Akira?

Tadashi: Talvez eu deva. (risos)

A cada um: qual foi o momento definitivo que fez vocês decidirem seguir a carreira musical?

Ryutaro: Eu costumava gostar de cantar, cantava com a minha avó quando era criança, e essas memórias certamente deixaram uma marca em mim. Mas nessa idade eu queria ter vários trabalhos; queria até mesmo trabalhar no zoológico! Mas, quando eu comecei a fazer músicas, na época da escola com a minha banda, eu percebi que queria mesmo fazer isso, me tornar um cantor.

Akira: Então. Eu cresci em Hokkaido sem fazer nada. Quando estava na escola, nós fizemos uma viajem para Tóquio com a minha sala, para visitar a Disney. É desnecessário dizer que eu gostei de lá. Desde então eu quis me tornar um músico, mesmo que fosse só para não voltar mais para Hokkaido!

Hiroshi: Eu comecei a tocar bateria aos dezesseis anos, principalmente porque eu gostava de Jrock. Antes disso, eu costumava jogar muito Mahjong - era viciado. Quando eu jogava, eu sempre fazia sons de bateria com as peças. Então foi uma mudança fácil, de bater nas peças de Mahjong para as baquetas.

Tadashi: Eu não queria ser apenas um músico, mas sim um artista. Estar em uma banda não é apenas sobre músicas, é uma criação. Eu considerei pintura, desenho, tudo que tem a ver com criação. Quando experimentei o baixo, foi o que eu mais gostei, então...

Vamos adiantar para o presente. Seu show de ontem foi bastante intenso.

Todos: Oh, obrigado!

Ryutaro: Obrigado! (em inglês)

Vocês gostaram das fortes reações da platéia?

Ryutaro: Foi muito excitante. É a primeira vez que visitamos a Grécia, então foi... E o palco, ele ficava tão perto do público que era possível tocá-los!

Íntimo, eu diria!

Ryutaro: Sim... (risos)

Mas eu imagino, depois de tantos anos de sucesso no Japão, por que vocês se arriscariam a fazer shows fora do país? O que vocês ganham com essas apresentações?

Tadashi: Nós já viemos para a Europa no passado, como Plastic Tree. Nós gostamos de músicas ocidentais, então era natural que viéssemos para cá. É claro que era um risco, e a princípio nós estávamos com medo, mas essa é nossa terceira turnê pela Europa. Nós nos acostumamos. A essa altura, já não há mais risco.

Nega to Posi carrega tributos a estilos musicais mais ocidentais, considerando que Utsusemi é um pouco distinto; como pintar um quadro próprio. Houve algum conceito ou motivo por trás disso?

Tadashi: Eu não acho que houve um conceito por trás do álbum. Foi só... Todos os membros da banda se reuniram e cada um trouxe alguma coisa. Então nós começamos a mixá-las, e tudo foi surgindo naturalmente. Mas não houve conceito, nada decidido desde o início.

Ryutaro: É muito mais influenciado pela cultura japonesa, e mais natural. Realmente não tem nada a ver com o Japão. Nós não planejamos muito, simplesmente foi acontecendo.

Entendo, mais como um instinto. Falando nisso, há algum sentimento, imagem ou cor em particular que vocês visualizam quando pensam no Utsusemi?

Todos: Ahn? Cor?! (em inglês, seguido de risos)

Ryutaro: Eu imagino... (pensa, enquanto Akira o cutuca às vezes, dando sugestões de brincadeira) Só um momento... Talvez uma sombra, uma sombra japonesa. Como as sete cores. No Japão, quando dizem "sete cores", nós queremos dizer essa imagem vaga; uma situação na qual é difícil diferenciar as cores. É difícil escolher uma cor só, esse álbum parece algo vago, como uma sombra, e a palavra devia ser Utsusemi.

Então é Utsusemi. Por que vocês escolheram essa palavra em particular como título do álbum?

Ryutaro: A palavra "Utsusemi" é uma palavra muito antiga da língua japonesa. "Utsusemi" é um dos nomes usados muitas vezes no "Conto de Genji" (um item clássico da literatura japonesa, escrito no século XI). Enquanto líamos, eu percebi quão antiga é essa palavra. Muitas palavras usadas em histórias antigas desapareceram. Porém, "Utsusemi" ainda está aqui, e eu acho que é uma palavra que expressa a música e a essência do álbum.

Em lugar de uma última mensagem, que tal dar a seus fãs algum conselho?

Todos: Conselho, o quê?! (eles se entreolham e riem)

Um conselho, como apreciar sua música e seus shows.

Ryutaro: No Japão os fãs fazem uma coisa... Todos se movem de modo sincronizado. Isso é bom, mas eu só quero que os fãs assistam ao show, ou apenas sorriam, chorem, fiquem loucos. Eu só quero que todos na platéia expressem seus sentimentos, e assim aproveitem os shows ao máximo.

Tadashi: Eu concordo, por favor, aproveitem ao máximo.

Acho que isso finaliza. Obrigado por seu tempo.

Todos: Muito obrigado.

O JaME gostaria de agradecer ao Plastic Tree, Rage Tours e SOUNDLICIOUS por possibilitarem essa entrevista.
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