Entrevista

Entrevista com o FAKE? no AnimeNEXT

19/06/2009 2009-06-19 20:47:00 JaME Autor: Jess Tradução: Guilherme

Entrevista com o FAKE? no AnimeNEXT

O JaME se encontrou com o homem por trás do FAKE?, KEN, para uma entrevista esclarecedora antes de seu show.


© FAKE? - Kathy Chee
Após quase um ano desde seu último show, o FAKE? não apenas encantou a platéia japonesa com uma apresentação intensa no início de junho, mas também pisou fora do Japão para sua estréia na América na convenção AnimeNEXT 2009, realizada em Nova Jersey. Antes do concerto, o JaME teve a oportunidade de conversar com o homem por trás do FAKE?, KEN.


Obrigado por encontrar-se conosco. Por favor, você poderia se apresentar para os nossos leitores?

KEN: Sem problema! Eu sou KEN, o vocalista do FAKE?.

Você já teve a chance de ver alguma coisa interessante na convenção?

KEN: Nós vimos um pouco dos estandes e só. Acho que amanhã nós poderemos andar pela convenção e ver tudo. No entanto, eu já tive a chance de ver todas as fantasias.

O que acha delas?

KEN: É muito legal! Eu adoro! Há um monte de gente no hotel que também está fantasiada. Eu sempre gostei disso, mesmo em Tóquio e em qualquer lugar... sim. Eu gosto muito de assistir pessoas.

Você gosta de animes?

KEN: Eu não conheço muito, para falar a verdade. (risos) Mas para todo o resto da banda, é a cultura, sabe? Eu fui criado na Inglaterra até os dezoito anos, então eu não conheço muito. Eu costumava ter um monte de robôs e coisas desse tipo. Alguns parentes me mandavam esses brinquedos e todos os meus amigos achavam eles tão legais que acabavam roubando-os, (risos) é basicamente isso. Se você me perguntasse qual era o meu mangá preferido, eu provavelmente falaria algo realmente... nada interessante (risos). Algo realmente popular ou coisa parecida.

Então o que você diria?

KEN: Eu não sei, o que eu diria... (pensa) Não... eu não sei. (risos)

(risos) A canção PULSE foi utilizada como tema de abertura do anime "Onmyou Taisenki," como surgiu essa oportunidade?

KEN: Isso foi oferecido para nós. Aparentemente, a companhia de anime que nos abordou tinha ouvido nossas músicas. Muitas das nossas coisas são bem velozes e bem interessantes, algumas delas são muito boas para esse tipo de associação, então eles nos ofereceram uma chance e eu disse: 'Tá bom, que tal essa?', e eles disseram: 'Ótimo, perfeito!'

Como você se sente sobre a música e cultura japonesas estarem ganhando popularidade no exterior? Você sabia sobre este crescente interesse?

KEN: Eu acho que é ótimo, eu acho que não é só a cultura japonesa, mas apenas o fato que tudo estar se tornando sem fronteiras. Eu acho que grande parte disso é por causa da internet, mas talvez seja uma coisa desta geração também. Acho isso incrível, porque até recentemente, apenas a Europa e América dominavam tudo. Como eu disse, quando eu era jovem, eu tinha todos esses brinquedos e todo mundo achava que eles eram demais, ou então eu tinha alguns shows em vídeo, você sabe, e meus amigos visitavam minha casa e ficavam falando: 'Mas que diabos é isso, isso é muito legal!' Eu sempre achei que era tipo, uau, todos pensam que isso é legal, não sou só eu, então é ótimo ver essas coisas sendo reconhecidas como merecem. Não apenas o Japão, eu acho que todos os lugares estão se tornando sem fronteiras e é assim que deveria ser, sabe?

Parece que seu show no dia 2 de junho foi bem incrível!

KEN: Sim!

As coisas estavam mesmo caindo das prateleiras na loja sob a casa de shows?

KEN: Isso! Eles nunca tinham visto isso antes! Eu pensei, ah, isso provavelmente acontece toda semana, mas não, foi a primeira vez!

Aconteceram outras coisas malucas?

KEN: Bem, na loja embaixo do palco, as estantes estavam batendo contra as paredes, todos os pacotes de macarrão e revistas estavam caindo das prateleiras! Pediram-me para acalmar a platéia, algo que eu nunca fiz antes, (risos) e nunca quero fazer novamente! Quanto mais eu pedia para eles se acalmarem, mais eles enlouqueciam, então... não tinha saída. Foi um show muito louco! Na verdade, essa apresentação foi feita quase como um show de aquecimento, então ver aquela reação e ver todos os ingressos esgotados, foi incrível.

Poderia nos contar sobre a faixa demo que você distribuiu nesse show? Ela tem um título que você poderia compartilhar conosco?

KEN: Claro, a canção se chamava BUZZ, mas apenas porque era uma demo, eu não pensei muito, você sabe. (risos) Era apenas uma demo bem básica. Eu apenas queria dar algo porque eu estive afastado do FAKE?. Eu nunca estive afastado porque tenho o OBLIVION DUST, mas já que eu estava afastado do FAKE?, apenas quis fazer algo especial. Distribuir demos não é... a não ser que você trabalhe muito em suas demos, não é algo que um artista quer fazer. Mas sabe, eu pensei que seria interessante mostrar para os fãs como o som mudaria, porque nós estamos prestes a gravar o álbum e a música pode acabar fazendo parte dele e nós sabemos que ela irá mudar em termos de estilo. Então eu queria mostrar para eles como geralmente as coisas começam, e quando se torna um álbum, elas acabam virando outra coisa. Isso também é pelo fato de de já que temos nosso próprio selo, nós podemos fazer esse tipo de coisa.

Poderia nos contar sobre o novo álbum que está chegando?

KEN: Bem... eu não sei como ele vai ficar, mas será bom. Eu escrevi vinte e cinco músicas novas. Se alguém me dissesse para fazer dois álbuns, eu me sentiria confortável com as vinte e cinco que tenho agora, então a partir daí, nós temos que escolher dez, o que significa que eu sei que será um ótimo álbum. Eu não sei como ele ficará em termos de estilo ou gênero, porque nós vamos trabalhar muito no estúdio, mas deve ficar bom!

Você tem alguma expectativa para o show de hoje?

KEN: Não, só estou ansioso por ele!

Quando você começou a compor e o que o fez se interessar por música?

KEN: Eu apenas gostava muito de música quando criança. O que fez eu me interessar por música?

Isso!

KEN: Os Muppets.

Verdade?

KEN: Sim! Esse tipo de coisa. Eu adorava tudo isso, os Muppets e apenas escutar as músicas daquele programa. Provavelmente é isso, sim, minha inspiração - Os Muppets, os Muppets em si, Animal, o baterista (imita o jeito de tocar de Animal e ri), coisas assim. Eu realmente adorava aquelas músicas quando era criança e então eu virei um músico de rock. Eu não sei se esse é o jeito que deveria ser, mas...

(risos) Você imaginava se tornar um músico de rock?

KEN: Eu nunca tinha pensado em me tornar músico até os dezoito anos! (risos) Eu apenas sigo minha vida, então...

O que você achava que se tornaria?

KEN: Eu não sei (risos). Eu não tinha idéia, não tinha nenhum objetivo em particular. Fui para o Japão apenas para ver como era porque sou descendente de japoneses, mas nunca conheci aquela cultura, então eu fui para o Japão e de repente estava em uma banda, com um contrato assinado... e venho fazendo isso desde então!

Quando você escreve letras de músicas, você decide de antemão em que língua elas serão, ou isso surge depois?

KEN: Não, isso depende da música e do fluxo. É sobre a língua e o fluxo da língua. Cada língua tem um fluxo, japonês e inglês são completamente diferentes. Se a música não está pedindo por isso, eu não tento encaixar uma língua que a música não necessita. A maioria das coisas que escrevo, pede pelo inglês. É assim, apenas se encaixa melhor. Eu tentei forçá-lo antes - não funciona. Mas quando a canção está pedindo pelo japonês, eu não tenho problemas. Não é como se eu me forçasse a escrever em inglês, embora seja mais fácil.

É mais fácil por causa do som?

KEN: É mais fácil porque eu tenho um vocabulário mais amplo com o inglês, porque o japonês é minha segunda língua.

Que qualidade o FAKE? possui que nenhuma outra banda tem?

KEN: Ooh... (pensa) Bem, nós somos únicos. Eu não sei porque nós somos, mas todos dizem que somos diferentes. Eu não ligo muito para as regras, talvez seja por isso. É como uma banda solo, mas não é, é um banda. Eu a encaro como uma banda, mas na verdade, sou só eu, apenas eu. Eu sou o líder, mas eu não sei, é muito estranho, é único. Às vezes é mais como uma banda do que outras bandas, sabe?

No seu blog, você mencionou o filme "Zeitgeist" que fala do sistema de valores humanos, o que fez você querer assistir algo assim?

KEN: Porque eu gosto de mergulhar em todas essas maluquices. Eu gosto de histórias de alienígenas, de conspirações, coisas ocultas. Eu não acredito necessariamente em tudo, mas eu apenas gosto porque me dá perspectiva e ferramentas para letras e idéias. São milhões de pessoas lá fora e milhões de pessoas estranhas com muita imaginação. Algumas são verdadeiras, eu gosto de tentar acreditar em tudo, eu tento ser cabeça aberta, não tenho necessariamente que dizer não apenas porque não acredito que seja verdade, eu tento manter uma mente aberta. Isso ajuda minhas letras, essa é a maneira que eu 'estudo' para escrever. Além disso, sobre as coisas dos alienígenas, é verdade, algumas delas podem ser realmente difíceis de encarar, mas a mensagem geral que eles tem é do tipo, cara, nós deveríamos amar uns aos outros e tem uma mensagem geral muito positiva. Não é sobre governos tentando encobrir isso ou coisa parecida, é como, hey, nós temos que nos unir como um mundo. Não é sobre raça, religião ou sei lá, não é sobre isso. Eu apenas acho que é algo muito especial e interessante e é por isso que eu gosto de ouvir e assistir palestras. Eu adoro essas coisas, sabe, especialmente se são positivas.

Agora que você tem liberdade criativa em sua própria gravadora, você pretende levar o FAKE? em alguma direção em particular?

KEN: Não ter direção é a direção que quero tomar!

Refletindo sobre as mudanças que o FAKE? sofreu desde sua formação, como você diria que você cresceu?

KEN: Como FAKE??

Ou até mesmo pessoalmente.

KEN: Eu não sei... Acho que eu mudei, não sei se eu cresci (risos), apenas mudei. Apenas segui em frente, nadando com qualquer corrente que encontrei. Eu continuei seguindo, não sei se às vezes isso é bom ou ruim, talvez, eu não sei. Nós vamos descobrir! É como, contanto que eu quando eu tiver setenta anos, eu possa olhar pra trás e me orgulhar daquilo que fiz, ficarei feliz.

Já que você ainda está trabalhando com o OBLIVION DUST, que tipo de planos você tem com o FAKE? para o futuro?

KEN: Basicamente fazer o álbum. Espero que esta seja a primeira em um monte de coisas internacionais. Nós queremos realizar logo isso!

Onde mais você gostaria de ir?

KEN: Qualquer lugar. Não apenas o Japão, não apenas os Estados Unidos também; Europa, Ásia; se eles nos convidarem, eu irei para qualquer lugar!

Por último, por favor, dê uma mensagem para seus fãs.

KEN: Esperem pelo álbum! Eu espero que seja bom. Espero que possamos retornar! Obrigado!


O Jame gostaria de agradecer à Harry Lo, JhouseRock Ent., AnimeNEXT e FAKE? por tornar esta entrevista possível. Fotos por Kathy Chee da Fundy Photographics.
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