Kuriyama Chiaki - COLD FINGER GIRL

Mais conhecida por retratar a psicótica Gogo Yubari em “Kill Bill Vol.1”, a atriz Kuriyama Chiaki adicionou mais uma pluma ao seu chapéu em 2010 quando se lançou na carreira de cantora. COLD FINGER GIRL é seu terceiro single lançado e, seguindo a tendência dos dois singles anteriores, é caracterizado como abertura de um anime – dessa vez “Level E” da Tokyo TV.

COLD FINGER GIRL marca uma saída da corrente principal do pop que Chiaki lançava antes. A música começa calma apenas com um riff baixo, repetido de guitarra, e as primeiras linhas vocais podem ser apreciadas por completo. Neste lançamento, a voz de Chiaki está irreconhecível em relação aos outros singles – é cantada em tom baixo e sua voz toma uma qualidade crua, rouca como resultado. Vinte segundos de faixa e uma forte, rápida batida de bateria e linhas clássicas de rock no baixo aumentam o volume. A música tem atitude, beira a quase escuridão e caminha junto no ritmo acelerado com uma energia que nunca diminui. No meio, um contra canto masculino também dá peso e balanço contra a voz de Chiaki gentilmente. O refrão é de simples construção, mas apesar disso – ou talvez por conta disso – é uma experiência memorável, estridente, rock-chick. Na verdade, nos traz à mente ROSE de Anna Tsuchiya, já que tem uma vibração bem parecida. O último terço é cantado com abandono e carece de um controle refinado, mas é isso que torna a performance tão atraente. Uma crítica seria a inclusão desnecessária de um “ingrês” que está tão em voga no J-pop, e a infeliz pronúncia japonesa de “sit down” no final que faz algumas sobrancelhas se levantarem.

O B-side Getsumen nanchakuriku é mais o que se espera de um típico rock-pop. É de ritmo mais calmo, de músicas mais alegres que o A-side, e mesmo sendo uma faixa decente, comparada com as músicas anteriores parece um pouco insossa. Também está incluída a versão instrumental e e a versão da TV de COLD FINGER GIRL.

Para sua primeira incursão no rock propriamente dito, Chiaki mostrou que é mais do que capaz de deixar a imagem de menina doce. O single obviamente vai se dar bem devido a sua exposição na TV, mas mesmo sem isso, é barulhento e tumultuado demais para chamar atenção por si só. Decidindo por se deixar levar e nos dando um estilo vocal áspero e desinibido, Chiaki demonstrou sua versatilidade e que ela não será mencionada como um simples símbolo de cantora-atriz.