O JaME teve a oportunidade de ter uma curta entrevista com a lendária banda de rock KUROYUME.
A maioria dos fãs de visual kei já se deparou com o nome KUROYUME de uma forma ou de outra, por serem conhecidos por sua música única que influenciou várias bandas jovens e ouvintes. Após um hiatus de dez anos, os dois membros do KUROYUME ressurgiram novamente e ressuscitaram a banda no ano passado. Nós tivemos a oportunidade de perguntar à banda sobre seu retorno, seus novos lançamentos e planos futuros.
Primeiramente, muito obrigado por aceitarem nossa entrevista. Estamos muito felizes em ver que o KUROYUME reviveu este ano, depois de um hiatus de mais de uma década. O que levou vocês a colocar a banda em hiatus em 1999? O que fez vocês decidirem reviver a banda novamente este ano?
KUROYUME: Um amigo faleceu, e sua morte nos fez reviver a banda.
Desde que o KUROYUME entrou em hiatus, ambos trabalharam em outros projetos. Como os projetos em que vocês trabalharam influenciaram no KUROYUME revivido? De que formas isto afetou seu estilo musical?
KUROYUME: Nossos projetos não estão relacionados com o retorno, mas eu acho que nós fomos capazes de melhorar nossas habilidades através dos projetos.
Sabe-se que os japoneses são tranquilos; muitos mantêm suas opiniões e críticas para si mesmos. Entretanto, através de sua vasta carreira musical, vocês vocalizam suas opiniões. Como a idade afetou a visão que vocês tinham no começo de suas carreiras até o presente? O que em suas vidas moldou ou evoluiu esses pontos de vista?
KUROYUME: A cena musical japonesa certamente tem uma atmosfera estranha, com pressão social, e talvez eles tenham um acordo mudo de que deveriam esconder suas opiniões. Nós podemos ser um pouco estranhos na cena, mas nós apenas estávamos falando e agindo como pessoas comuns no mundo.
Vocês têm estado na indústria musical por um longo tempo. Quando vocês começaram, vocês pensavam que ainda estariam envolvidos nisto depois de tanto tempo?
KUROYUME: Nós não pensávamos, de jeito nenhum. Pensávamos que iria acabar após três anos, porque o primeiro contrato era por três anos. Naqueles dias, não poderíamos imaginar o futuro depois disto.
Com tantas grandes realizações no campo da música, quais são algumas metas ou sonhos que vocês ainda querem realizar?
KUROYUME: Nós queremos estar de acordo com a nossa estética.
A música do KUROYUME é muito diversificada e, com o passar do tempo, seu estilo evoluiu com cada álbum. Ao trabalhar com tal variedade de estilos, como vocês encontram inspiração quando trabalham com um estilo diferente, novo?
KUROYUME: Nós estávamos apenas fazendo o que queríamos fazer em cada ocasião. Mas nós somos, provavelmente, um caso raro no Japão.
O que vocês pensam sobre a forte influência do KUROYUME sobre outras bandas? Muitas delas alegam que vocês são sua inspiração. Alguma vez vocês pensaram que teriam um impacto tão grande sobre tantas pessoas?
KUROYUME: Nós provavelmente os influenciamos de maneiras tanto boas quanto ruins. Mas nós não esperávamos isso.
O KUROYUME tem inspirado vários artistas e bandas ao longo dos anos, mas, dentro desta “nova geração” de artistas, há algum em particular que os inspirou?
KUROYUME: Ninguém realmente nos inspirou, mas estávamos prestando atenção em certos artistas em cada ocasião.
O que vocês acham sobre o álbum tributo ao KUROYUME, FUCK THE BORDER LINE? Quais são seus pensamentos sobre as interpretações de suas músicas pelas bandas mais jovens? Qual música é mais parecida com o KUROYUME e qual é a mais diferente?
KUROYUME: Nós achamos que cada uma delas é ótima. Não temos ideia de qual delas é a mais “parecida com o KUROYUME” ou “não”, porque o que é “parecido com o KUROYUME” ainda está incompleto em nossas mentes.
Em 1995, vocês participaram de um álbum tributo para o AUTO-MOD. Para quais outras bandas vocês gostariam de fazer um tributo?
KUROYUME: Nós gostaríamos de fazer um tributo para a banda japonesa DEAD END.
Em seu single ALONE, a B-side é uma versão remix de ALONE pela banda eletrônica THE LOWBROWS. Como esse remix surgiu?
KUROYUME: Nós queríamos saber como o KUROYUME seria interpretado por pessoas que estão na vanguarda de um gênero completamente diferente.
Parece que atualmente vocês estão incorporando mais o estilo eletrônico em sua música e nos shows. O que os interessou na música eletrônica para que vocês decidissem começar a usá-la?
KUROYUME: Nós achamos que estamos apenas incorporando a essência musical a que estamos prestando atenção no momento. Pode ser música eletrônica agora, mas nós não temos nenhuma ideia do que vai chamar o nosso interesse no próximo ano.
Em agosto, vocês irão lançar um novo single chamado HEAVENLY. O que nós podemos esperar desta música? Como soa e qual foi a inspiração para ela?
KUROYUME: É música pop. O single é o rock’n’roll mais alegre que fizemos desde o retorno.
A versão “A” de HEAVENLY terá um remix da faixa título por 80kidz. Como vocês fazem esses remixes? Vocês contribuem com ideias para o som final ou vocês escolhem dentre vários remixes?
KUROYUME: Nós deixamos tudo para quem faz o remix.
A versão “B” de HEAVENLY terá um cover da música BORN TO BE WILD. Por que vocês escolheram fazer cover dessa música? Como vocês a transformaram em uma versão KUROYUME?
KUROYUME: Está relacionada a um carro em um comercial de TV. Um cliente especificou que deveria ser cover dessa música. É parecida com o KUROYUME na escala (o tom da nota).
Em sua música de 1996, FAKE STAR, vocês expressaram que a mídia de música japonesa tentou discriminar ou ignorar bandas que tinham uma imagem visual kei. Atualmente, há uma demanda por bandas de visual kei no exterior, que é o oposto de quinze anos atrás no Japão. O que vocês acham sobre isso?
KUROYUME: Nós achamos que eles ainda estão fechando as portas no Japão. Nós nunca tocamos no exterior antes, mas, depois de experimentarmos, nós queremos sentir se há real demanda pelo visual kei japonês no exterior ou não.
Recentemente, várias bandas japonesas têm tido atividades no exterior, como lançamentos (CDs e DVDs) e shows. O KUROYUME tem planos similares para o futuro?
KUROYUME: Não há nada em particular agora.
Em março deste ano, a área de Tohoku foi atingida por um terremoto e, posteriormente, sofreu problemas com usinas nucleares. Como vocês experimentaram esse desastre?
KUROYUME: Nós apenas rezamos por paz.
Em maio, vocês tocaram em Sendai como parte de sua turnê. O que os fez decidir continuar a fazer este show?
KUROYUME: Nós sentimos que fazer o show, sem pensar sobre a área do desastre, era o melhor caminho para nós.
Por último, mas não menos importante, por favor, deixem uma mensagem para seus fãs no exterior.
KUROYUME: Nós pensamos que o rock talentoso no Japão ainda não chegou tão longe quanto ainda chegará. Esperamos que este momento chegue um dia, e queremos estar lá. Obrigado.
Muito obrigado pela entrevista.